Presidente do Sp. Braga presente no Portugal Football Summit
António Salvador, presidente do Sp. Braga, participou este sábado no Portugal Football Summit, na Cidade do Futebol e falou na participação das equipas portuguesas nas competições europeias.
"O Sp. Braga, desde que cheguei, fez um caminho diferente com 3 pilares: estabilidade financeira; rodear de pessoas e quadros competentes em todas as áreas para ter estabilidade, visão e estratégia para crescer; e terceiro, infraestruturas que precisamos para o clube crescer. Houve essa visão e compromisso com o clube e todos os outros deveriam e devem pensar para podermos ter um campeonato mais competitivo. Essa visão demográfica, não podemos crer que na UEFA há centralização de receitas e possamos receber idêntico e em Portugal não. O Liverpool no ano passado foi campeão nacional e recebeu 1,6 acima do último classificado em receitas de TV. Tem muita mais dimensão que o Southampton mas não é por aí que deixa de receber assim. É para competitividade do campeonato. FC Porto, Benfica e Sporting têm cerca de 2 milhões [de seguidores] no Instagram. Real Madrid tem perto de 200 milhões. Pela demografia e questão social, quanto é que receberiam da UEFA? Não podemos querer uma coisa nas provas europeias e outra no campeonato. Temos de distribuir receitas por todos para todos serem mais competitivos. Na UEFA traz mais valorização, devem receber mais. Enquanto presidente, estratégia e clube, receitas devem ser distribuídas de forma diferente para termos um campeonato mais competitivo. Se não fosse o que o Sp. Braga fez nos últimos anos, FC Porto, Benfica e Sporting não estavam os três na Champions. Era impossível. Sp. Braga é fundamental para esse trajeto. Também haver clubes na Conference League para o Sp. Braga entrar direto na Liga Europa", afirmou.
Portugal é o país mais pontuado em 25/26 na Europa. Vamos cimentar 6.º lugar no ranking? "Isso vai depender muito do que se fará daqui para a frente e a forma como possamos ser competentes. O Sp. Braga tem feito o seu caminho. Em oito jogos, sete vitórias e um empate. Vai depender do que nós e os outros fizerem para podermos ficar com o 6.º ou estamos sujeitos a recuar. Em vez de 7.º, podemos ficar em 8º no próximo ano".
Época começou muito cedo, 8 jogos na Europa é uma grande carga. Dificuldades e impacto. “Se for analisar, o Sp. Braga nas últimas duas décadas esteve permanentemente nas competições europeias. Há dois anos esteve na Liga dos Campeões. Sp. Braga foi 4.º e para entrar na Liga Europa teve de fazer três eliminatórias e seis jogos. Entre campeonato, oito jornadas, mais oito jogos da UEFA. São 16 jogos que temos. Temos de começar a época cedo, 17 junho, salvo erro, para preparar fortemente e entrar na fase regular da Liga Europa. Isso tem um custo, preparação, e estamos a pagar no campeonato. Tivemos mudança de treinador, novas ideias, princípios e não tivemos tempo para trabalhar e preparar. O foco foi entrarmos nessa fase. É inconcebível o Sp. Braga ter de fazer seis jogos para chegar à fase regular da Liga Europa. Diz muito do ranking do futebol português".
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Os quatro clubes do topo da tabela fizeram 90% dos pontos no ranking. O que impede os outros? "Foi o que há quatro anos dissemos, o futebol português tem de ser alterado. Alterar os quadros competitivos, ter um campeonato mais equilibrado e equipas mais fortes para estar em todas as provas europeias. Há uma competição nova e só no passado uma equipa entrou, o Vitória, e fez uma excelente campanha. Mas ficou de fora e o Santa Clara não conseguiu entrar. Penalizou-nos, em muito, não termos conseguido essa presença. O Sp. Braga tem feito esse trabalho há 20 anos, tem pontuado muito para Portugal. E era importante ter mais equipas competentes e fortes e estar continuamente nas competições europeias e termos o melhor ranking possível. Equipas mais competentes e mais receitas para Portugal".
Clubes mais competitivos na UEFA ajudam na centralização interna? “Sim, traz mais visibilidade e projeção. É bom estarem 5 e não 4, mas é preciso uma distribuição diferente no campeonato, que as entidades tenham um plano traçado, de criação de infraestruturas para clubes da 1ª liga, para termos 7, 8 ou 9 clubes fortes e estar permanentes na UEFA, trazer mais visibilidade e mais valor a uma futura centralização que terá de ser feita de imediato e com novos quadros competitivos. O Sp. Braga lançou desafio, há 4 anos, às várias entidades e alertámos o que podia acontecer. Verificou-se a queda no ranking e se não metermos mãos à obra, em vez de recuperar o 6º lugar vamos continuar em 7º, a Bélgica vai para 6º e a Holanda para 8º. Tem um impacto grande. Em vez de 3 equipas na Champions fica só uma, outra nas eliminatórias. Na Liga Europa é preciso fazer 6 jogos para continuar lá antes de começar o campeonato. É um risco enorme em termos de receitas para a época. Pode acontecer ser eliminado. O foco foi fortemente nessa passagem para a fase regular, que está a correr bem. Ganhámos os 2 jogos, ao líder do campeonato da Holanda [Feyenoord] e ao da Escócia [Celtic]. Jogos importantes, equipas fortes, mas estamos presentes e sabemos que vamos fazer boa carreira na Liga Europa e certamente pontuar muito mais para Portugal".
Investimento na formação. ”A visão foi criar infraestruturas, uma grande academia, definir um projeto de formação e hoje é um dos grande pilares na questão económica. Portugal não tem a dimensão de outros países em receita, bilhética, comercial, sponsors... Todos os clubes, não só o Sp. Braga, estão muito assentes na base de jogadores e da formação. O Sp. Braga definiu um caminho a médio/longo prazo e que hoje orgulha o clube o país e a cidade. É um ato contínuo e vamos continuar a investir ainda mais para que possamos ser cada vez melhores do que já somos”.
Aposta no feminino para continuar? "É. O Sp. Braga foi dos primeiros clubes a apostar. Já ganhou tudo o que havia para ganhar na equipa principal, todas as competições profissionais. Tem apostado muito fortemente na formação, hoje tem cerca de 300 miúdas na formação. Foi campeão nacional sub-19 e sub-13 na época passada e diz bem da aposta que temos, mas só é possível por termos infraestruturas para isso. O Sp. Braga tem de continuar e o projeto que está identificado com o masculino, Portugal tem um caminho muito grande a fazer no feminino, começou tarde. Só agora os clubes estão a trabalhar na base. Tem de haver mais condições".
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