Fernando Castro Santos deu ontem o “peito às balas” e esgrimiu argumentos para contrariar quem apelida de crise o actual momento do Sp. Braga.

O técnico espanhol utilizou até uma expressão curiosa quando lhe foi pedido para detectar erros que possam ser corrigidos com a reabertura do mercado: “Não vou agora comentar se há ou não há erros. Tenho é de os tentar corrigir. E se tiver que os detectar e dizer a alguém, será às pessoas certas. Não sou dos que usam a táctica do ventilador. Tenho é de potenciar as qualidades da minha equipa, que também são muitas, porque senão não teríamos os pontos que temos.”

Ou seja, Castro Santos recusa-se a falar do que está mal na sua equipa em praça pública. Pelo contrário, assume como ponto de honra discutir as coisas no interior do clube. Cá para fora, apenas saltam alguns desabafos, começando por encontrar fortes razões para considerar o jogo com o V. Setúbal como “um dos momentos mais importantes” da época.

E explica: “Há momentos na Liga mais importantes do que outros, ainda que todos os jogos valham três pontos. Para o Braga, o jogo de domingo é um dos momentos importantes. É um jogo vital porque queremos romper com este percurso de resultados negativos. Queremos vencer o V. Setúbal, mas sabemos que se trata de um adversário muito perigoso que ainda não perdeu fora de casa. Mas nós, sobretudo aqui no 1.º Maio, somos uma boa equipa. Temos de entrar com tudo para vencer e estou convencido de que o podemos conseguir, mas precisamos da ajuda de todos para vencer.”

No implícito apelo à presença dos sócios para apoiar a equipa no jogo com os sadinos, Fernando Castro Santos regista também a necessidade de “todos fazerem uma análise muito profunda do que tem sido a época do Sp. Braga”.

De resto, o treinador denota que ele próprio já fez essa análise: “Curiosamente, toda a gente se farta de dizer bem do Setúbal, que é de facto uma boa equipa, mas sobre nós ninguém faz um análise profunda. O que se passa é que estamos a um ponto do Setúbal e parece que estamos bem longe.”

E a conclusão mais interessante da introspecção que Castro Santos fez sobre a prestação do Sp. Braga encarna na ideia de que “muita gente exige demasiado desta equipa”. Regista-se a opinião pessoal do técnico em clara defesa do grupo que orienta: “Sem esquecer este mau momento, acho que estamos a pagar uma factura muito cara por termos começado tão bem o campeonato, mas não temos culpa que tenham disparado as expectativas...”

Nova dupla de centrais por decidir

Castro Santos volta a ter problemas para formar a defesa que vai jogar domingo. O treinador do Sp. Braga quase não tem centrais no plantel principal e foi obrigado a chamar Hugo Henriques e Pedro Duarte aos trabalhos da equipa principal.

Os dois jovens defesas da equipa B podem mesmo vir a formar a dupla de centrais que vai alinhar frente aos sadinos, uma vez que Odaír tem de cumprir castigo (foi expulso no jogo da Taça, na Figueira da Foz) e Nuno Mendes e Artur Jorge estão ainda a recuperar de lesões. Assim sendo, só o espanhol Antia está disponível e mesmo este ainda sem ter adquirido ritmo competitivo após ter recuperado de uma grave lesão.

A outra hipótese para o eixo da defensiva é Paulo Jorge, que sofreu uma entorse na tibiotársica direita no jogo da Taça e está igualmente entregue ao departamento médico. De resto, Zé Roberto não se treinou ontem devido a queixas num joelho e será reavaliado, enquanto o espanhol Arrieta abandonou mais cedo a sessão. Mais dois problemas para resolver...