Daniel Sousa: «Não chegamos ao Sp. Braga para pedir coisas incompatíveis aos jogadores»

Treinador do Sp. Braga e Matheus foram os convidados do painel que encerrou o primeiro dia do congresso dos guerreiros

• Foto: Alexandre Ribeiro

O primeiro dia do Congresso promovido pelo Sp. Braga, denominado Future Stage, terminou com uma sessão de live podcast com Daniel Sousa, técnico dos guerreiros, e o guarda-redes Matheus como convidados especiais. 

O treinador, de 39 anos, está a preparar a temporada de 2024/25 com máxima atenção ao detalhe, sabendo que esta é a primeira vez em vários anos que pode preparar uma época num novo clube desde o início, algo que não aconteceu nas experiências em Barcelos, com o Gil Vicente ou com o Arouca, onde susbtituiu Daniel Ramos na temporada transata. 

"É uma diferença grande. A forma como se faz os ajustes no plantel é uma tarefa enorme e quando se pega na equipa desde o início é diferente. Quando se entra a meio de uma época, como aconteceu no meu passado, tem de se fazer um ajuste através do que está disponível no momento em termos de matéria humana. Aqui há um ajuste ou outro a mais que se pode fazer, porque temos o mercado pela frente" , referiu Daniel Sousa, considerando positivo ter o defeso de verão pela frente para reforçar os minhotos e até já delineando as propriedades que quer ver dentro das quatro linhas: "A equipa será sempre dos jogadores, mas quero torná-la mais eclética, ter uma certa variedade em campo.  Iremos procurar ter variabilidade na forma de jogar e na construção. Sair longo também é importante, para conquistar as segundas bolas."

Nesse sentido, o técnico retrocedeu para ir buscar a qualidade de Rafa Mujica, que lhe dava "mais profundidade" na equipa arouquense, pontuando que agora existem "outras soluções" no plantel minhoto. "A construção curta, com o Matheus por exemplo, tem de ser trabalhada através de várias situações. Depois, é deixar ao critério de quem estará lá dentro. São coisas que vão aportar sentido e sabemos das capacidades dos jogadores. Não chegamos cá e pedimos coisas incompatíveis. Queremos que os bons momentos e os momentos de ataque continuado aconteçam com mais regularidade", frisou. 

A influência e a experiência com André Villas-Boas

Antes de abraçar uma carreira como treinador principal, Daniel Sousa acompanhou o atual presidente do FC Porto, André Villas-Boas, em vários projetos como treinador adjunto. Apesar de referir que o seu "sonho sempre foi" ser jogador de futebol, o técnico do Sp. Braga tirou algumas ilações do tempo com o dirigente dos dragões. 

"Aprendi algumas coisas com o André [Villas-Boas]. Tive experiências em relação à questão emocional em vários momentos do jogo. Gerir isso, cabe a quem está lá dentro. Não há muito que fazer fora dele ou por quem está fora dele. É um processo de trabalho que nos preocupa e que, tendo em conta os jogadores, não podemos bloqueá-los com os mesmos processos, correndo o risco de ficarmos com uma equipa previsível", esclareceu. 

Matheus louvou a competição interna sem esquecer a Champions

Matheus é um dos jogadores com mais jogos pelo Sp. Braga, tendo feito a maioria da sua carreira profissional no Minho e acompanhado os guerreiros nas jornadas europeias, onde se estreou, na temporada passada, na Liga dos Campeões.

"Acho que a Liga Portugal tem crescido bastante. A competitividade do nosso campeonato não fica atrás de outra qualquer. A diferença é talvez na Champions, onde as partidas são mais jogadas e mais dinâmicas. Há um jogo mais bonito, e isso é a principal diferença dentro de campo", frisou o brasileiro: "Real Madrid? Não é ao acaso que foram campeões, atacam de uma maneira absolutamente fenomenal. Estão sempre tranquilos no jogo e já estão habituados a estes palcos. Não estão com brincadeiras e respeitam os clubes. Fazem boas exibições, atacam muito e procuram ter grandes jogos seja qual for o adversário."

O guardião ainda referiu que a "posição na baliza" está em mudança e que "já são um jogador a mais" dentro de campo, contribuindo para "a construção" e onde é necessário "ter a perceção" dos demais colegas de equipa dentro das quatro linhas. Fatores que provcaram uma evolução na sua carreira de jogador e onde a experiência tem valido. "Aprendemos com o erro, só aprende quem joga e está dentro de campo. Com vários jogos ganhamos experiência e tiramos lições importantes", concluiu.

Por João Albuquerque
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