O dianteiro húngaro afirmou-se no futebol português às ordens de Manuel Cajuda, tendo claras possibilidades de ingressar no plantel portista para a próxima temporada. Sousa, por sua vez, está a realizar uma grande segunda volta
PARA Fehér e Sousa, o jogo de domingo tem um carácter especial. Ambos têm contrato com o FC Porto, tendo sido cedidos ao Sp. Braga no início da temporada. O clausulado dos acordos de cedência impede-os de defrontar o clube de origem, sendo baixas incómodas em face do seu bom rendimento com a camisola arsenalista.
Para o encontro de domingo refugiam-se na primazia da "qualidade do espectáculo" em detrimento do resultado, desejando que "vença o melhor". Uma resposta diplomática, atendendo à elevada fasquia dos objectivos em causa e à proximidade do final da época. O FC Porto não quer perder a corrida ao título e o Sp. Braga não desiste do objectivo europeu.
Um conflito de interesses que Fehér tenta superar. Por isso assevera que quer "ver o FC Porto campeão". O problema é que o desejo do húngaro choca com as aspirações dos minhotos. "O FC Porto foi o meu primeiro clube e em Portugal é a minha equipa, mas, para mim, tudo correu melhor no Sp. Braga", comenta, sem solução para o dilema e lamentando o facto de ter de ver o jogo na bancada.
"Infelizmente não posso jogar. Tenho muita pena, porque vai ser um jogo muito importante. São duas equipas muito fortes e espero que seja um bom jogo de futebol. No fim, que vença o melhor", refere.
Sousa nunca chegou a vestir a camisola azul e branca. O lateral-direito foi do Alverca para o FC Porto mas, nas Antas, limitou-se a assinar um contrato que o traria pouco depois para o Sp. Braga. Por força das circunstâncias, consegue viver o confronto com um pouco mais de distanciamento. Talvez por isso prefira ver o jogo em casa. "Espero que seja um grande jogo de futebol. O Sp. Braga precisa de somar pontos e o FC Porto não quer deixar fugir o Boavista. Tenho a certeza que vai ser um jogo bonito de se ver", refere Sousa, sem querer pensar friamente nas consequências do resultado. "É sempre muito complicado. Sou jogador do FC Porto, mas este ano estou no Sp. Braga. Espero que vença a melhor equipa", revela.
Futuro em aberto
Com a proximidade do final da época, o futuro dos jogadores continua a ser uma grande incógnita. A Direcção do Sp. Braga já revelou interesse em mantê-los nas suas fileiras mas, para já, ainda não foi dado nenhum passo.
De qualquer modo, Fehér sempre demonstrou vontade de regressar e o próprio presidente do Sp. Braga admitiu dificuldades em segurá-lo. A vontade do líder dos minhotos estende-se a Sousa. Esta aspiração parece mais fácil de alcançar, mas o lateral-direito diz que "nunca pensou em nenhuma das possibilidades".
Os dois classificam o empréstimo ao Sp. Braga como positivo. "Até agora só posso ver esta passagem por Braga com bons olhos. No início foi muito complicado, porque sofri uma lesão e tive de ficar parado um mês. Depois comecei a jogar e acho que já demonstrei o meu valor", explica Sousa, numa ideia partilhada pelo avançado.
"Foi muito bom, porque tive as oportunidades que me faltaram no FC Porto", sustenta Fehér, decidido em relação ao futuro. "Por mim, tinha ficado, mas qualquer jogador gostava de jogar no FC Porto. Vou regressar, mas isso vê-se no final do campeonato", adianta.
A boa campanha dos minhotos permite, no entanto, encarar o futuro com alguma despreocupação. Sousa agradece "o facto de o Sp. Braga ter demonstrado interesse na sua continuidade" e garante que "nunca parou para pensar no próximo ano".
A perspectiva europeia contribui para Fehér acalmar o desejo do regresso. "O Sp. Braga ainda tem jogos muito importantes pela frente e ainda pode chegar à Europa. Por isso, vou concentrar-me para ajudar os meus companheiros; depois... logo se vê", sustenta o ponta-de-lança.
Sousa no Sp. Braga
14 jogos - 12 completos - 1167 minutos - 5 cartões amarelos
Sousa não teve vida fácil durante a etapa inicial da sua permanência em Braga. No entanto, a partir do momento em que Manuel Cajuda lhe entregou a titularidade como lateral-direito, não voltou a perdê-la. Uma situação sobre a qual o afastamento forçado contra o FC Porto (e no qual aproveita para limpar o registo de cartões...) não deverá levantar grandes questões. Estreou-se nas opções iniciais a 13 de Janeiro, contra a U. Leiria, na última jornada da primeira volta, e quando Zé Nuno Azevedo regressou teve de ir para o flanco esquerdo. Está a realizar uma segunda metade notável na I Liga.
O ano de Miki Fehér
26 jogos - 23 completos - 2305 minutos - 15 golos - 7 cartões amarelos
Dissiparam-se as dúvidas sobre a consistência futebolística de Miki Fehér. Duas temporadas no FC Porto conduziram somente à frustração da incapacidade de sair da sombra de Jardel. Emprestado ao Salgueiros, o jovem húngaro voltou a ficar aquém das expectativas. Por isso a cedência ao Sp. Braga surgia como uma verdadeira tábua de salvação. Fehér deu o passo em frente e demonstrou a maturidade que tinha faltado anteriormente. Leva 15 golos na contabilidade pessoal e assumiu-se como uma referência de um Sp. Braga que chegou a sonhar com o título nacional.
Sousa estuda Economia na Universidade do Minho
Apesar de ter assinado por quatro épocas com o FC Porto, Sousa aproveitou o empréstimo ao Sp. Braga para se inscrever no primeiro ano do curso de Economia da Universidade do Minho. As benesses concedidas pelo estatuto de alta competição permitiram-lhe compatibilizar situações, mas o futuro é uma incógnita.
Concurso na Hungria dá acesso ao jogo
As bancadas das Antas vão ter três espectadores especiais, que viajam directamente da Hungria para ver o confronto. São três húngaros que venceram um concurso cujo prémio final daria direito a ver ao vivo e em acção um dos jogadores da selecção. O escolhido foi Fehér – o problema é que afinal o jogo terá de ser visto ao lado do craque. Para compensar, os concorrentes poderão conhecer as duas equipas do eleito.
Camisolas de Fehér esgotam nas lojas
Mesmo tratando-se de um jogador cuja passagem por Braga poderá resumir-se somente a esta temporada, Miki Fehér foi excepcionalmente acolhido pelos adeptos. As suas camisolas esgotam na loja do clube, situada no centro da cidade, e também nos clubes. A sua popularidade só é comparável à de Quim e, mais recentemente, Zé Roberto.
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