Aos 23 anos, Geny Catamo é uma das figuras de proa do Sporting, habitual titular na ala direita - e no início da presente época na esquerda. Mas não há muito tempo o panorama na sua vida era bem diferente, repleto de "dificuldades", especialmente nos primeiros anos no futebol, ainda em Moçambique.
"A minha infância em Maputo foi incrível, mas tive certas dificuldades. Na transição do Maxaquene para o Black Bulls cheirou-me que podia dar um passo em frente e o Black Bulls deu-me isso. Na equipa B comecei a bater recordes como o jogador mais jovem e comecei a ter mais sonhos. Foi o primeiro passo para vir para Portugal. Houve uma pequena janela em que tive de decidir se seguia na escola ou ia para o futebol. As condições em África, em Maputo, eram muito difíceis e eu tinha esse sonho de chegar à Europa e ao Sporting, para me poder mostrar", contou, à Betano Mag, revelando que teve quem o tentasse 'desencaminhar' quando se mudou para o Black Bulls, aos 17 anos: "Tive mais pessoas a induzir-me ao erro. Mas eu ignoro muito as coisas negativas e acho que foi isso que me levou a seguir o meu caminho e a ter êxito naquilo que queria fazer".
Ainda em relação à adolescência, o esquerdino que a sua maior referência no futebol era seu adversário e até seu primo, ainda que... o desconhecesse. "Foi um jogador de Moçambique que me incentivou muito. É meu primo. Eu era apanha-bolas no Maxaquene e ele jogava contra a minha equipa, eu nem sabia que ele era meu primo... Só soube naquela noite quando o vi a jogar e entrei em casa e o encontrei. Fiquei assustado. Motivou-me bastante e agradeço-lhe muito pela motivação, que me trouxe aqui hoje. Teria os meus 13 anos, jogava no Maxaquene ainda. O Maxaquene estava a ganhar e ele fez um hat trick, virou o jogo e ganharam. Senti aquilo como se fosse eu a fazer. Foi algo incrível", partilhou.
Após a mudança para Portugal, pela porta do Amora, ao que se seguiu a entrada no Sporting, Geny cresceu fora do 'habitat' de Alvalade, com dois empréstimos ao V. Guimarães e Marítimo. "Sair do Sporting para Guimarães serviu-me como experiência, para ver como era lá fora, o ambiente de outro clube, outro balneário. E também o empréstimo ao Marítimo. Tive alguns maus momentos e isso serviu ainda mais para a parte motivacional. Foram momentos difíceis e tive de recuperar para estar no meu top", lembrou, assegurando que para agarrar o lugar no Sporting teve de 'apertar'... consigo mesmo. "Fui muito rigoroso comigo nas coisas que fazia e ainda faço até hoje. Tive de retificar tudo de mau o que aconteceu, para acontecerem coisas boas, tive de mudar o ciclo. Caí nas lesões, que me puseram mais para baixo, e o departamento médico, o staff técnico ajudaram-me muito para chegar onde estou. Agradeço muito ao Sporting, ao staff e aos meus colegas por estar aqui hoje".
Geny é, hoje, o habitual dono da ala direita, graças ao seu esforço mas também "a ajuda dos místers e dos colegas", com relevo para o papel de Esgaio. "No início era difícil, mas foi ficando fácil. Jogava no lugar do Esgaio e como a posição já é natural para ele, ajudava-me bastante nos detalhes. E isso foi fundamental para mim, para me poder habituar e adaptar a essa posição. Acho que tenho muito potencial, só cabe a mim trabalhar mais para poder descobrir isso e implementar", explicou, garantindo ter uma "relação boa e positiva" com Rúben Amorim. Já no seio do grupo reina um ambiente de "excelência".
A terminar, Geny pede o "apoio" dos sportinguistas e deixou uma promessa ao "povo moçambicano". "Desde criança que sempre sonhei, e já o disse: juro que vou levar Moçambique a um Mundial. Isso ainda está na minha mentalidade e eu e o povo moçambicano vamos conseguir levar Moçambique mais além", sublinhou.
Por Ricardo GranadaLuso-caboverdiano em entrevista ao nosso jornal antes do arranque do campeonato
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