João Pedro Varandas publica emotiva dedicatória
Frederico Varandas é um dos rostos do título do Sporting, que voltou a ser campeão 19 anos depois. O seu irmão, João Pedro Varandas, já lhe prestou homenagem, num texto que dedicou ao presidente do clube leonino e aos seus irmãos de armas.
A mensagem de João Pedro Varandas
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"Há viagens que se tornam epopeias
Há viagens que valem mais do que o destino. Há viagens irrepetíveis que vão para lá do horizonte, que vão para lá da esperança. Há viagens que se tornam epopeias.
É a memória do ponto de partida, quando se deixou a terra firme. E depois do saque, das pilhagens e das feridas fundas que nos vitimizaram e nos tiraram o chão, havia que navegar outra vez.
É o cepticismo dos descrentes que nos vêem partir no momento em que tudo começa. É a miséria humana dos boicotes levados a cabo por armadores frustrados e sem escrúpulos. É a desolação dos que percebem que mapas obsoletos não serão usados. É o peso das traições dos que minam a rota. É a desonra dos mercenários que, sem benesses, ao serviço de armadores ultrapassados, querem o naufrágio. É a condescendência dos cínicos que acenam, lentamente, na despedida, quando deixamos o cais e nos afastamos em direcção ao olho do furacão. É a lembrança dos que, sem dimensão, viraram a cara à luta, dos que roubaram botes e, por fraqueza, medo, saltaram do barco, ainda ao largo da costa, quando a espuma do mar começou por molhar os navegantes. É lidar com a hesitação dos mais débeis, com o teatro dos fracos que se fingem fortes quando o navio é abalroado.
É a superação épica em cada combate e em cada tempestade interminável. Já depois de rombos no casco e com as velas rasgadas. É, com menos canhões, mas com mais tenacidade em cada espada, afundar misérias e adversários. É derrotar velhos rivais e inimigos de águas profundas. É o sentido de dever cumprido no final de cada dia, ignorando o canto das sereias e o eco recorrente dos velhos do Restelo. É o crescimento na escuridão de cada noite. É desafiar vendavais e fados traiçoeiros pela madrugada fora. É virar a página coberta de granizo e escrever a lenda com sangue, suor e lágrimas.
Viagens de gente grande que se torna ainda maior.
Não é só o destino que interessa. É a firmeza no percurso. É a constância no trajecto. É a decência dos meios. É a dignidade no diário de bordo.
É como se enfrentam – sem vacilar - ondas gigantes, piratas e trovões, raios e monstros marinhos.
É o rumo e não só. É liderança e alma. É navegar, tantas vezes com dor e em sofrimento, por entre correntes e ciclones, longe de tudo o que é calmo e pacífico. É navegar sem ilusões, ao frio e à chuva, porque nenhum porto é seguro. É a longa travessia e com quem a fazemos. É a visão e a coragem de quem vai ao leme. É a crença, a entrega e a determinação de quem segue na nau. É o espírito de corpo que prevalece num oceano revolto.
É a saudade, a angústia e a fé de quem, um pouco por toda a parte, reza, sente, chora, sorri e vibra, com o coração nas mãos, pelos nossos heróis.
Há viagens que se tornam epopeias.
Do princípio até ao fim. Até ao fim, porque há sempre além.
Há viagens que se tornam epopeias.
11.05.21
* Dedicado ao meu Irmão e aos seus Irmãos de Armas
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