Adjunto dos leões partilhou um pouco do trabalho de bastidores do clube de Alvalade na época 2023/24
Já com a época de 2023/24 para trás das costas, Adélio Cândido, um dos adjuntos de Rúben Amorim na equipa técnica do Sporting, foi convidado para falar no podcast 'Pró Desporto', onde não esqueceu a caminhada triunfal que levou à conquista do título nacional por parte dos leões nesta temporada. Numa conversa longa e repleta de conteúdo sobre o trajeto de um dos braços direitos de Rúben não só no Sporting, mas também antes, quer no Casa Pia quer no Sp. Braga, Adélio apontou os segredos para o sucesso do campeão verde e branco.
Entre eles, assegurou, esteve uma das grandes inspirações de Rúben Amorim... séries norte-americanos sobre futebol americano. Confuso? Bem, o adjunto do Sporting explica o peso destas ideias na forma como os leões de Alvalade trabalham na Academia, longe dos olhares externos e numa sessão fechada a sete chaves.
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"O Rúben é muito acessível, de muito fácil relação. Acho que, em qualquer meio, é difícil ter um chefe assim, que se dá mesmo bem e não complica só porque sim. É como um irmão mais velho para mim e para o Carlos. O ambiente é muito fixe. O Rúben já viu todos os documentários no [Amazon] Prime sobre futebol americano. Eles trabalham de forma muito intensa e é mais tática e com mais vídeo e jogadas. Há coisas que dá para aproveitar", confessa Adélio Cândido, de 27 anos, antes de explicar como tal metodologia do futebol americano é aplicada no dia-a-dia do plantel da equipa principal leonina.
"O Rúben é muito apaixonado pelo treino, mas também uma pessoa aberta. Diz ‘tenho aqui uma ideia’ e falamos sobre isso. Dentro da equipa técnica, o Carlos [Fernandes] trabalhou este ano com os avançados, o Emanuel [Ferro] com os médios e eu com a linha defensiva. Existem muitas séries no [Amazon] Prime, de futebol americano, sobre esse tipo de treino mais individualizado. Vemos muito isso. Tens uma forma de trabalho mais personalizada, no meu caso com os defesas, e mostramos vídeos do jogo anterior ou do treino. Mostramos o que tem sido feito e carregamos mesmo a fundo no que fazem os adversários. Ver para onde um adversário dribla mais, o que faz para a direita e esquerda, e carregamos um bocado nisso. Os defesas têm de ir para o jogo a saber o que cada um dos adversários faz e os padrões. O Rúben gosta de trabalhar com plantéis curtos para toda a gente estar motivada e todos terem possibilidade de jogar", sublinhou.
De resto, o adjunto garante que Amorim está sempre recetivo a novas ideias e propostas por parte daqueles que o rodeiam, ao ponto de Adélio admitir que já pensaram em várias "ideias malucas" nas últimas épocas em que têm formado uma equipa técnica de sucesso. "Temos muitas ideias malucas. Às vezes o Rúben aparece e vem com ideias malucas. Ele é muito aberto, não se prende a nada... E também por isso rompeu-se com o tradicional 4x3x3 em Portugal. Não é algo novo, mas o Rúben rompeu um bocado com isso. Vamos tentar e se tiver lógica, vamos fazer. Se não der, voltamos atrás se for preciso", vincou Adélio, o qual assume ser "um gajo com sorte" por se ter cruzado com o treinador de 39 anos.
"Tens de esperar que o comboio passe, mas tens de estar com a mala pronta. Cruzei-me com um treinador que para mim é um dos melhores treinadores do Mundo. Tive essa sorte", frisou.
Bolas paradas com ordens específicas
Adélio Cândido é conhecido por ter igualmente a função, a par dos outros adjuntos Carlos Fernandes e Emanuel Ferro, de trabalhar as bolas paradas ofensivas e defensivas da formação de Alvalade. Uma tarefa que leva a que, por várias vezes, Rúben Amorim fique remetido ao banco de suplentes no momento dos lances de bola paradas durante os jogos do Sporting, ainda que de antemão o técnico deixe indicações aos seus braços direitos no que diz respeito a esta fase do jogo.
Neste capítulo, as ordens nas bolas paradas são claras, tal como indica Adélio Cândido, que fica quase sempre posiconado na tribuna de imprensa a analisar os encontros do Sporting, enquanto envia indicações para os restantes elementos da equipa técnica, estes a ver a partida à flor da relva.
"Sim, o Carlos, o Emanuel e eu trabalhamos muito essa parte específica. O Rúben deixa isso mais para nós. A preocupação dele é que se não der transição, tudo bem. É mais isso e depois defender bem. Todos os princípios são os mesmos do início e aquilo ficou em velocidade cruzeiro. Vemos sempre um vídeo a meio da semana, tanto do jogo anterior como do adversário que vem a seguir, e depois com base nisso identificamos onde vamos tentar meter a bola e em que temos de estar atentos a defender", explicou, antes de apontar como Amorim idealiza o planeamento para cada jogo na semana de preparação.
"O Rúben ‘come’ muito os nossos antigos jogos, os jogos dos adversários e treinos também. Cresce muito com isso. Cresce com tudo e bebe de tudo", concluiu, no podcast 'Pró Desporto'.
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