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04 novembro

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APDA e as "bastonadas": «Quando a violência é exercida contra adeptos raramente há consequências»

Associação Portuguesa de Defesa do Adepto diz ter recebido "inúmeras comunicações" sobre os episódios de violência nos festejos do título

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Novas imagens da carga policial a adeptos do Sporting

Leia o comunicado na íntegra:

"No dia seguinte ao fim do Campeonato, também nós gostaríamos de poder acompanhar as conclusões da PSP, quando afirma que foi um fim de semana tranquilo e que todos os festejos decorreram sem incidentes. Infelizmente, esse não é o eco que recebemos no nosso endereço de denúncias. Vamos por partes — que são muitas.

Começamos as nossas reflexões de fim de época com um convite: recuem connosco alguns meses, até ao dia em que divulgámos imagens de adeptos com ferimentos graves, na sequência de uma intervenção violenta do Corpo de Intervenção, que varreu uma rua à bastonada nas imediações do Estádio José Alvalade. Foram dezenas os envolvidos nesse episódio, entre eles crianças, mulheres e idosos. Cerca de uma dezena de adeptos dirigiu-se ao Hospital de Santa Maria com traumatismos e ferimentos na cabeça.

A APDA mobilizou esforços e reuniu os testemunhos da maioria dos lesados que, com coragem, quiseram agir e exigir responsabilidades. Apresentámos uma denúncia à IGAI e também a competente queixa-crime contra os responsáveis por estas agressões, cuja gravidade nunca deveria ser banalizada.

O processo-crime seguiu o seu curso, e a APDA assumiu o papel de Assistente, representando o interesse dos adeptos — em nome de um futebol livre de violência, sobretudo quando esta parte de quem tem o dever de proteger, e nunca o contrário.

Este país não é, definitivamente, para adeptos.
Associação Portuguesa de Defesa do Adepto


Contudo, mesmo antes do fim da presente época desportiva, recebemos a notificação do arquivamento do processo. O Tribunal fundamentou a sua decisão com as seguintes palavras:

'Os denunciantes inquiridos esclareceram que não conseguem reconhecer presencialmente os autores dos factos denunciados, nem conseguiram visualizar os números que estes ostentavam nos respectivos capacetes que usavam no momento.'

"Apesar de identificados os agentes da PSP que estiveram na situação sub judice, não foi possível individualizar a conduta de cada um, de forma a atribuir-lhes concretamente a responsabilidade por cada uma das agressões perpetradas por alguns desses agentes."

Recordamos que já passaram anos desde que agentes da PSP foram absolvidos num outro caso — o que resultou na cegueira de um adepto, atingido à bastonada. Responsabilização? Nenhuma. O tempo passa e a realidade mantém-se.

A verdade é dura: quando a violência é exercida contra adeptos, raramente há consequências. Não se aplica a mesma lógica de responsabilização que se impõe a qualquer outro cidadão. E assim, torna-se evidente: este país não é, definitivamente, para adeptos.

E ainda que este se tratasse de um caso singular, não o é. Começámos por referir no início da nossa comunicação que discordávamos das declarações prestadas pela PSP, que sinalizam um fim de campeonato tranquilo – com elas não podemos concordar quando este fim de semana a nossa caixa de email foi palco de inúmeras comunicações em sentido contrário – desde adeptos esmurrados no estômago sem oferecer qualquer resistência, a adeptos que nos festejos do campeonato foram hospitalizados e que se encontram em risco de perder a visão (ao que conseguimos apurar até agora) em virtude de bastonadas desferidas pela PSP.

Da nossa parte, continuaremos firmes — na linha da frente — a combater esta violência que muitos preferem ignorar. Mas ela existe. E só não a vê quem não quer".

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