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13 setembro

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Bruno de Carvalho e o ataque à Academia: das "teorias mirabolantes" de William à "lamentável" reação de Marcelo

Também André Geraldes é referenciado no livro do ex-presidente leonino: "Nunca mandei qualquer pizza ao André. Também nunca lhe fiz chamadas anónimas"

Ataque à Academia do Sporting em Alcochete
Bruno de Carvalho e André Geraldes
Câmaras desviadas do terror na Academia de Alcochete
 Adeptos encapuzados atacaram Academia do Sporting, em Alcochete
Bruno de Carvalho e André Geraldes
Ataque à Academia do Sporting em Alcochete
Bruno de Carvalho e André Geraldes
Câmaras desviadas do terror na Academia de Alcochete
 Adeptos encapuzados atacaram Academia do Sporting, em Alcochete
Bruno de Carvalho e André Geraldes
Ataque à Academia do Sporting em Alcochete
Bruno de Carvalho e André Geraldes
Câmaras desviadas do terror na Academia de Alcochete
 Adeptos encapuzados atacaram Academia do Sporting, em Alcochete
Bruno de Carvalho e André Geraldes

"Sem Filtro – As Histórias dos Bastidores da Minha Presidência" chega esta sexta-feira às livrarias. Record leu as revelações de Bruno de Carvalho sobre os cinco anos à frente do Sporting e faz, ao longo do dia, um resumo de todos os temas e protagonistas.

A eclosão do caso Cashball coincidiu com o ataque à Academia, a 15 de maio. BdC mantém no livro aquele que tem sido o seu relato dos acontecimentos e reafirma que "o aparecimento do caso Cashball, naquele preciso dia, serviu apenas como manobra de diversão" para que ele próprio e André Geraldes não estivessem "na Academia à hora em que aconteceram os ataques." Alertado por um funcionário do departamento de comunicação para "uma confusão com adeptos em Alcochete", BdC abandonou uma reunião e foi para o local. "Quando entrei de carro na Academia, vi o Fernando Mendes (antigo líder da Juve Leo), mais uma pessoas que estavam com ele, a conversar muito tranquilamente com o Jorge Jesus e o William Carvalho. Volto a dizer que, nessa altura, eu ainda não fazia ideia de nada. Pareceu-me que estavam todos em amena cavaqueira", admite. E calculou que "tivesse sido outra vez o Jorge Jesus a ter dado autorização" para a entrada de Fernando Mendes na Academia. "Antes desse episódio, a única vez que uma claque entrou na Academia, sem ser para aquelas fotos de final de ano, em que eles até recebem autógrafos dos jogadores, foi porque o Jorge os deixou entrar durante a sua segunda época como treinador", reporta.

Depois de estacionar o carro, "o William saiu de perto deles e ia a passar." "Chamei-o. Foi quando ele voltou às suas teorias mirabolantes: ‘Nós sabemos que foi você que mandou fazer isto tudo.’ Voltei a chamá-lo, mas ele continuou a andar", afirma.

Bruno diz que de seguida foi "direto para o balneário onde ainda estavam alguns jogadores" como Bas Dost e Podence, após o que falou mais demoradamente com Jesus. "No interrogatório (…) tive oportunidade de dizer que se o agrediram (…) deve ter sido muito ao de leve porque estive com ele quase duas horas e não tinha nada. (…) Atenção: não estou a dizer que o Jorge Jesus mentiu e que não foi agredido. Até pode ter sido. Não sei, não estava lá durante o ataque. Se estivesse, posso garantir, nada daquilo teria acontecido. Se quisessem tocar nos jogadores, teriam de me matar. Mas a verdade é que não vi no Jorge as marcas que outras pessoas tinham", descreve.

Bruno diz que estava "em choque" e admite que a sua intervenção na Sporting TV "não deveria ter sido mais do que dez segundos". O facto é que disse que "foi chato ver os familiares dos jogadores ligarem preocupados" e lamenta que a declaração "retirada do contexto" de forma a que lhe fosse imputada "insensibilidade" perante o sucedido. "De seguida, os jogadores foram transportados em grupos por carrinhas da GNR para apresentarem queixa na esquadra do Montijo. A polícia não me deixou ir com eles", revela. Iria a um jantar do Grupo Stromp onde esteve "muito pouco tempo." "Segui para casa e senti-me completamente sozinho."

Reações de Estado

O ataque à Academia foi comentado no dia seguinte pelas mais altas figuras do Estado, nomeadamente o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República e o primeiro-ministro. "As declarações dos primeiros dois foram lamentáveis. Ferro Rodrigues chegou mesmo a afirmar que eu tinha provocado um clima de ódio que levou aos ataques. Já Marcelo Rebelo de Sousa deu a entender que poderia não ir à final da Taça de Portugal, no Jamor, que conta sempre com a presença do Presidente da República, caso eu fosse", escreve Bruno de Carvalho no livro.

As chamadas de Fernando Mendes

Os insultos de elementos das claques (desde logo, da Juve Leo) aos jogadores após a derrota com o Marítimo na Madeira e a resposta de parte deles (Acuña, Battaglia, Patrício) a esses adeptos esteve na origem do ataque à Academia. Bruno de Carvalho não foi à Madeira mas confirma que falou com Fernando Mendes, ex-líder da Juve Leo, a 13 de maio. "Nessa noite, o Fernando Mendes ligou-me várias vezes e parecia bastante embriagado. (…) Em nenhum momento me transmitiu que tinha dito aos jogadores que ia à Academia no treino seguinte para falar com eles. (…) Em todos aqueles telefonemas, limitei-me a dizer-lhe que iria falar com os jogadores", garante Bruno, que sugere que pode ter sido alvo de uma cilada. "O Fernando Mendes não tinha por hábito ligar-me. Raramente falávamos. Na altura, pensei que era apenas por estar exaltado e magoado com o que o Acuña lhe pudesse ter dito. Hoje, depois de tudo o que se passou, acredito que esses telefonemas também terão sido premeditados para tentarem incriminar-me", refere, confirmando que em dezembro de 2017, no jantar da Juve Leo, recusou homenagear Mendes no relvado em Alvalade, por causa das eleições de 2011. "(Fernando Mendes) era apoiante da lista de Godinho Lopes e até esteve com eles no camarote a beber champanhe."

Bruno alega que na reunião com os jogadores a 14 de maio confrontou Acuña e William pela conversa no aeroporto com Fernando Mendes. "Não se passou nada, não se preocupe", terá respondido o médio. Segundo BdC, "tanto o William como o Rui Patrício tinham almoços e jantares frequentes com pessoas da Juve Leo", afirma.

Geraldes "não disse nada a ninguém"

Bruno de Carvalho escreve que o Ministério Público não terá "qualquer prova" do seu "alegado envolvimento" no ataque à Academia. "E não pode ter porque não tive nada a ver com o ataque", diz. O antigo presidente garante que o ex-Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA), Bruno Jacinto, "prestou falso testemunho" ao dizer ao juiz do processo que BdC "sabia que a Juve Leo ia à Academia."

"O Bruno (Jacinto) era o homem do André Geraldes. Contava-lhe tudo o que sabia. E ao tomar conhecimento de que a Juve Leo iria à Academia, como o próprio admitiu, contou ao André. Mas o que fez o nosso team manager? Não ligou. Não disse nada a ninguém", acusa. Ainda sobre Geraldes, deixa a garantia: "Nunca mandei qualquer pizza ao André. Também nunca lhe fiz chamadas anónimas, nem mandei ninguém fazê-lo, muito menos em jeito de ameaça."

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