Avançado oficializado no Everton esta sexta-feira
Chermiti foi oficializado esta sexta-feira como reforço do Everton. Na hora do adeus ao Sporting, e ao canal de televisão do clube, o avançado não escondeu a importância que o clube de Alvalade teve na sua vida.
Que sentimento há na hora da partida? "Vou ter sempre saudades da minha casa. O Sporting será sempre um lugar que vou ter no coração, deu-me tudo. Se não fosse o Sporting não teria oportunidade de rumar para onde vou, serei sempre grato".
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É um local muito especial... "Passei muitos momentos aqui até com colegas da Academia. Estar aqui e ter esta conversa é um bocado estranho, mas passei aqui muitos momentos com amigos que levo para a vida".
[Ao ver um vídeo antigo de quando assinou contrato pelo Sporting] "Parece há mais tempo por causa da pandemia..."
Olhar para momentos antigos... O que se sente? "É difícil explicar. Entrei aqui com 12 anos e foi uma mudança muito rápida para mim. Estava nos Açores, vim cá fazer testes e o senhor Aurélio Pereira disse que me queria aqui. Tive de fazer uma mudança muito rápida. Passou devagar e ao mesmo tempo rápido. Quando olhamos para trás parece que passou uma eternidade, mas não. Desde que entrei aqui, era residente. Agora já estou um pequeno homem. Vou sair da minha zona de conforto e vai ser bom para crescer".
Sobre Aurélio Pereira: "Chamou o meu pai cá e começou a mostrar-lhe a Academia. Depois disso tivemos uma reunião. Eu era um puto inocente. O meu pai perguntou-me: 'Queres vir?'. E eu: 'Claro, eu vou'. Falámos com a minha mãe e ela torceu um pouco o nariz, mas conseguimos convencê-la".
Torneio onde o Sporting o descobriu: "Fui o segundo melhor marcador. Só ia jogar com a minha equipa de duas em duas semanas, e depois fazia todos os torneios. Esse torneio calhou no verão. Fomos para Torres Vedras e, por acaso, quase nunca tinha estado em Lisboa. Começámos o torneio e levei tudo na desportiva. Comecei a marcar, a marcar, marquei uns 14 golos e o melhor marcador fez 15...".
Mudança para Alcochete: "Foi o facto de estar longe da minha família. Nos primeiros meses chorei muito, mas depois consegui adaptar-me. Fui-me adaptando às pessoas novas, culturas diferentes, comecei a estar mais integrado no grupo dos residentes. Sou uma pessoa que se adapta rápido, foi muito bom"
O que significa o Sporting? "Amor, família. Não consigo explicar, foi o clube que me deu tudo. Se não fosse o Sporting, não teria a visibilidade e as oportunidades que hoje tenho. Entrei aqui um miúdo e saio daqui um pequeno homem".
Chega à equipa principal e tem muitos amigos lá... O quão especial é isso? "É muito bom. Entrei um ano mais cedo com o Mateus [Fernandes] e ele ficou o meu colega de quarto. Eu, o Dário... Temos uma relação quase de irmãos. A nossa relação sempre foi muito boa. Há pessoas aqui da Academia que serão sempre irmãos para a vida. Uns chegam primeiro, outros depois. O Mateus esteve lá em cima primeiro, depois foi o Dário, depois eu. Agora estamos cá os três. Eu vou rumar para outros caminhos, mas a amizade vai ficar".
Espírito do balneário do Sporting: "É um balneário bom. Claro que jogar no Sporting dá sempre pressão a mais, é diferente. Há muitos sportinguistas em Portugal e no mundo e temos de ter sempre a honra e dar valor à camisola que estamos a vestir".
Ao ver um vídeo sobre o regresso à Academia depois da pandemia: "Sempre disse ao meu pai que queria ser extremo. Quando cheguei cá jogava mais a extremo. Depois começaram a ver que eu tinha um crescimento repentino e disseram: 'Agora vais jogar a ponta-de-lança'. Comecei por ficar triste, mas depois entusiasmei-me. Tive de confiar nas pessoas que estavam ao meu lado, são profissionais. E no meu pai também, é a pessoa em quem mais confio no futebol. Disse-me que era essa a posição onde poderia vir a tirar mais partido".
Estreia no Estádio da Luz: "Foi uma semana de loucos. Estava lesionado, a voltar de recuperação e a treinar com a equipa B. De repente o mister chamou-me e vi que ia ser convocado. Mas nunca tinha metido isso na cabeça. O mister já me tinha chamado desde os 16 anos e às vezes eu criava expectativas que depois eram falsas. Percebi só quando o mister me mandou aquecer. Depois quando me chamaram ao banco... Por acaso não senti pressão para entrar. Claro que vieram à cabeça todos os anos, as dificuldades que passei, a escola, tudo. Mas acho que só pensei mais nisso quando estava a ver o jogo em casa. Tinha na cabeça que ia fazer o meu trabalho e marcar. Tive uma oportunidade e não consegui fazer golo. Quando cheguei a casa vi a minha mãe a chorar...".
[Ao ver um vídeo da estreia em Alvalade] "O jogo estava empatado a um. Os adeptos começaram logo a bater palmas, veio a emoção toda. Foi muito bom mesmo".
Relação com os sportinguistas: "A maior parte dos adeptos sempre me acompanhou desde a formação. Claro que acompanham e acho que vão continuar a acompanhar".
Equipa A e B: "Sempre que estava na equipa A tentava aproveitar ao máximo os minutos que me davam".
Golo em Vila do Conde, festejos com os adeptos: "Não tenho mesmo palavras. Foi um jogo difícil. Estava à procura do golo há muitos jogos e disse: 'Tenho de marcar e fazer valer o meu nome'. Marquei aos 84' e foi algo que nem consegui controlar, fui logo ter com os adeptos. Abraçaram-me, emocionei-me com os meus colegas. Foi algo muito bom".
Golo no clássico frente ao FC Porto: "Pensei que tinha feito algo muito sério e que nunca me ia esquecer. Claro que não foi um clássico que ganhámos, mas foi muito bom".
Ao ver um vídeo com elogios de Rúben Amorim: "O mister já tinha falado comigo algumas vezes nos treinos, dizia que na equipa dele quem não corresse não jogava. Havia vezes em que eu às vezes não gostava muito de correr, mas depois dei o clique. Comecei a trabalhar muito para a equipa e a correr muito tempo em alta intensidade. Acho que isso foi uma das grandes capacidades que consegui obter. Claro que vai ser um mister que vai marcar a minha vida, deu-me a oportunidade de mostrar às pessoas quem sou. Serei sempre muito grato. É um treinador que sabe ter uma relação com os jogadores fora do campo. Dentro do campo quer sempre o melhor de ti. É exigente".
Qual o momento favorito desta última época? "Ou o golo contra o Rio Ave ou a vitória frente ao Arsenal... Sempre achei que era possível depois de perdermos em casa. Se estivéssemos a 100 por cento... E depois o Pote fez aquela obra de arte. Em quase todos os jogos, tivemos esse espírito. Às vezes a sorte não caiu para o nosso lado, mas o espírito esteve sempre lá".
Sonhos por concretizar: "Jogar na Premier League, que já vou concretizar. [Quero] Trabalhar para conquistar prémios individuais, ganhar a Liga dos Campeões e, claro, estrear-me pela Seleção Nacional. Representar o país onde nascemos é muito gratificante".
Do que vai ter mais saudades no Sporting? "Dos companheiros, dos amigos. Vão marcar-me para sempre".
Relação com os adeptos... Sempre te acompanharam? "Claro que em sub-14 eram quase sempre os pais que viam os jogos, mas a partir de sub-15 já estava mais aberto ao público. Sempre tive uma relação muito boa com os adeptos, mas chegar a Alvalade com aqueles adeptos todos a continuarem a gostar de nós... Onde senti mais foi a partir do jogo com o Rio Ave, e depois contra o Arsenal vi que os adeptos gostavam mesmo muito de nós. Vim para aqui como um miúdo e saio daqui como um pequeno homem. É muito gratificante estar aqui no Sporting".
Como sente o Sporting para a próxima temporada? "O mister já nos tinha dito que houve momentos em que facilitámos o ano passado, e este ano está ajustado. Acho que a equipa consegue fazer coisas muito boas este ano".
Vai falar com algum companheiro todas as semanas? "Dário [Essugo], Mateus Fernandes...".
Momento mais difícil: "Talvez a lesão ou a minha época de sub-16 ou sub-17..."
E o melhor? "Foi a estreia...".
Mensagem para os sportinguistas: "Vou deixar uma mensagem de agradecimento a todos os que me acompanharam. O Sporting vai estar sempre no meu coração, vai ser sempre um clube pelo qual vou ter um carinho muito especial. Se precisarem de mim não os vou deixar para trás, e acredito que se precisar também não o vão fazer".
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