Lateral e central, de 19 e 18 anos, nasceram em Portugal mas têm raízes russas. Ambos chegaram à Academia com 13 anos, representam a formação e já treinaram com o plantel principal
O Sporting foi tema na Rússia, não tanto pelo trajeto recente da sua equipa principal, mas sim devido a dois jovens talentos que militam na Academia Cristiano Ronaldo, com dupla nacionalidade portuguesa e russa, que têm em comum o sonho de um dia alcançarem o principal patamar do clube: o lateral Konstantin Nikitenko e o central Cristiano Palamarchuk, dupla que esteve à conversa com o portal 'Championat'.
O primeiro, oriundo do Algarve, integra esta época os sub-23 - inclusivamente marcou um dos dois golos dos leões na vitória contra o Santa Clara (2-0), na passada sexta-feira - e teceu rasgados elogios ao Sporting e à sua Academia, a "melhor do mundo". "Comecei a jogar futebol aos 7 anos, em Espinho. Um empresário viu-me e recomendou-me a alguns clubes em Portugal. Escolhi o Sporting. Agora percebo que foi uma das melhores escolhas da minha vida", atirou, lembrado da altura em que chegou a Alcochete, com 13 anos, e do papel que o clube desempenhou na sua adaptação: "Não foi fácil, ainda não sabia viver sem o meu pai. Mas isso moldou-me na pessoa e no homem que sou hoje. Sou grato ao Sporting, temos tudo: uma residência, uma escola onde temos de ter bons resultados, nutrição de primeira linha... A Academia tem muitos funcionários. No Sporting só não nos podemos tornar jogadores profissionais se não quisermos, porque o clube dá-nos tudo".
Além de Cristiano Ronaldo, o "melhor da história do futebol", o jogador de 19 anos não esquece "outros grandes talentos" que o Sporting revelou, como "Figo, Ricardo Quaresma, Nani ou Rafael Leão". "O Sporting é uma fábrica de jogadores de ponta para o futebol europeu", considerou, recordado de outro ex-leão, este com passagem pela equipa A: o russo Marat Izmailov. "Claro que sei quem é, mesmo sem o ter visto jogar. Sei que jogou no Sporting e no FC Porto".
Depois de já ter atuado pelos sub-23 e pela equipa B, Nikitenko espera, no futuro, convencer Rui Borges a dar-lhe uma oportunidade entre os graúdos. "Espero que acontença um dia. Já treinei com a equipa principal. Bastou um treino para perceber que o plantel é muito bom. Fiquei muito feliz por ter a oportunidade de trabalhar com eles. Tenho sonhos, um deles é jogar na equipa principal do Sporting, porque é o clube do meu coração. Não será fácil porque há muitos jogadores de alto nível. Mas todos os dias levanto-me e trabalho em cada detalhe para que um dia o Sporting possa dar-me essa oportunidade", assumiu.
Filho de pai russo e de mãe portuguesa, o lateral tem o coração em Portugal e é fluente em português, apesar de falar russo "razoavelmente bem". Por ter raízes nos dois países, deixa em aberto a possibilidade de, no futuro, representar qualquer uma das duas seleções. "Nunca fecho portas, especialmente no futebol, porque nunca sei o que o amanhã reserva. Gosto do campeonato russo, é uma liga muito competitiva. Seria uma honra para mim jogar lá, mas agora estou focado no Sporting e em Portugal. Portugal deu-me tudo e é um sonho jogar pela seleção. Mas não fecho as portas à seleção russa porque o meu sangue também vem de lá", concretizou Nikitenko.
'Gigante' inspirado em Ronaldo tem como ídolo... Messi
A história de Konstantin José da Rocha Nikitenko tem semelhanças com a de Cristiano Vitaly Palamarchuk, já que cresceu no Sul do país, em Portimão, tem raízes russas - mas também moldavas e ucranianas - e chegou cedo ao Sporting. Uma mudança que pode-se dizer que estava nas cartas, até porque recebeu o seu nome de... Cristiano Ronaldo. "Em 2007 ele já era muito conhecido em Portugal e no Mundo. Os meus pais adoram-no, por isso deram-me o nome dele", revelou, ainda que o seu ídolo no desporto seja Lionel Messi.
Central de 18 anos de elevada estatura física (1,95 metros), que na Academia valeu-lhe a alcunha de 'Gigante', Palamarchuk também deu nas vistas por volta dos 13 anos, sete anos depois de ter começado a jogar na Casa do Benfica de Lagos e, depois, no Sport Lagos e Benfica. "Jogava com amigos. Nunca pensei que chegaria ao Sporting ou a outro grande clube. Quando tinha 13 anos, um treinador que tinha trabalhado na Academia Sporting no Algarve veio ao nosso clube. Disse que gostou muito de mim. Mais tarde demonstraram interesse em mim, fiz alguns treinos lá e disseram-me que eu era acima da média. Pouco depois recebi convite para ir à Academia do Sporting, em Alcochete, e fiquei", recorda.
Como o amigo Nikitenko, também Palamarchuk tem como objetivo alcançar a equipa A do bicampeão nacional - "qualquer jogador da formação sonha com isso e o Sporting dá muitas oportunidades aos seus jovens" - e acredita que a sua ética de trabalho pode catapultá-lo até ao topo. "Para o conseguir é preciso ser muito consistente e trabalhar no duro. Adoro treinar e jogar. Passei por muitas dificuldades que talvez outros não teriam superado. Muitas vezes tive que trabalhar na sombra, a fazer um trabalho invisível que ninguém aplaudia e que eu não sabia se traria resultados. Nunca me esqueço do que passei para chegar onde estou hoje. As minhas armas são o trabalho duro, a disciplina e a humildade. É o que me tornou em quem eu sou", sublinha.
Ainda que o foco passe atualmente pelos sub-23, o defesa também pensa mais à frente e deixa claro que pelo facto de ter dupla cidadania pode contemplar a possibilidade de representar Portugal ou a Rússia. Até porque, apesar de desde novo viver em Portugal, a cultura do leste fez sempre parte da sua vida. "Já estive na Rússia e gostei muito. Embora tenha nascido em Portugal, cresci rodeado pela cultura russa. Os meus pais ensinaram-me coisas sobre a Rússia, a Moldávia e a Ucrânia, a cultura e a história desses países. Aliás, os meus bisavós lutaram na Segunda Guerra Mundial", explicou.
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