Caso o Burnley ganhe hoje, o Edwards será contratado definitivamente. A nível desportivo, parece-lhe que foi aproveitado ao máximo pelo Sporting?

"É algo que me ultrapassa um bocadinho, tem mais a ver com a estratégia de empréstimo ou venda do atleta. Se foi aproveitado ou não, não posso falar muito. Comigo, pouco ou nada jogou. Para trás, foi importante em alguns momentos, noutros nem tanto. Faz parte dos momentos de forma dos jogadores. Independentemente disso, isso tem mais a ver com a estrutura do que comigo".

E termina a conferência.

Imagina-se a jogar a final da Taça sem ser no Jamor?

"Compreendo os dois lados. Já estive no Jamor a assistir a finais e, em questão de segurança, pode ser mais difícil controlar. Mas em relação à magia da final da Taça, não me vejo fora do Jamor. A magia da final, da competição, é muito à volta daquele ambiente de final. Acredito, e apesar de qualquer problema que possa existir, que ainda possa ser feita no Jamor".

Interesse do Sporting em Alberto. Continua no seu radar? Já contratou Kochorashvili. Na sua ideia para a próxima temporada, vê o Sporting a voltar aos quatro defesas?

"Estou focado é neste ano, não no próximo. Não vou falar do Alberto, tem contrato com a Juventus. Vocês sabem que o admiro, tentámos em janeiro, mas não pertence ao Sporting. Tem contrato com um grande clube".

Gyökeres está bem colocado na corrida pela Bota de Ouro, mas cada golo de Salah vale dois pontos e os do Viktor valem 1,5. Acredita que é possível?

"Acredito porque ele é muito competitivo. Em treino é exatamente igual. Esfomeado por aquilo que é golo, por chegar à baliza adversária. Tem melhorado desde que chegou ao Sporting no jogo individual, associativo. É desfrutar enquanto podemos ter essa oportunidade, é um jogador acima da média. Vejo-o completamente focado e com uma fome e ambição de ser capaz de ajudar a equipa a ser novamente campeã e a disputar a final da Taça".

Tem passado algumas noites em claro, apesar de estar a cumprir um sonho?

"Noites em claro é quando alguém se aleija e temos de fazer uma ginástica naquilo que é montar a equipa... Não ligo muito a isso. Fico feliz por vocês falarem [dessas estatísticas], mas estou focado em chegar à final da Taça, do campeonato, de sermos capazes de ser bicampeões. Mas se não acontecer, 15 jogos ou 300 não me valem de absolutamente nada. Estou focado nas vitórias, isso é que acrescenta valor".

Sporting vai com vantagem de dois golos. Tendo em conta a conjuntura atual, o Sporting vai gerir a vantagem ou entrar logo para ganhar?

"Isso [gerir a vantagem] seria um erro. O 2-0 é o resultado mais perigoso do futebol. Jamais poderíamos entrar expectantes. Queremos ser o Sporting que temos sido. Podíamos ter feito mais golos em casa. O Rio Ave é uma equipa que tem apenas três derrotas em sua casa no campeonato este ano. Têm os seus adeptos, os seus pontos fortes a jogar em casa. Será um jogo difícil onde a outra equipa irá acreditar sempre. É um jogo que dá a passagem à final da Taça, toda a gente quer lá estar. E é um sonho. Jamais vamos entrar em modo expectativa, queremos resolver cedo e ganhar acima de tudo".

Morita já vai a jogo? Como vê esta reta final do campeonato e a arbitragem? Vai fazer gestão de cartões?

"Morita não está disponível. Acredito, e tinha dito isso no final do jogo com o Moreirense, que estará para o Boavista. Em relação aos cartões, acho que nem tem lógica falar disso. É algo punível e nem tem lógica falar nisso. É olhar e sentir que tenho confiança em todos os jogadores. Eles têm dado resposta e a malta que tem entrado também. A energia está lá no alto, todos com vontade de ajudar quem está lá dentro. Sempre muito confiante nos jogadores que fazem parte do plantel. Em relação às arbitragens, não vou entrar nisso. Nem tem lógica estar a falar disso, o jogo de amanhã é para a Taça. Temos um jogo muito importante porque queremos estar na final da Taça".

Como tem sentido os jogadores neste momento decisivo?

"O Sporting também está forte... Os jogadores falam por mim e por eles. Penso que disse isto depois do jogo com o Sp. Braga, quando empatámos, que via a equipa superconfiante. Por mais que sentíssemos o empate, olhei para a equipa. Sou muito observador, gosto muito de ver, falar, às vezes até de coisas que nada têm a ver com futebol, e senti sempre a equipa confiante e tranquila. É manter essa tranquilidade e esse rigor. Tudo conta e é isso que peço. Eles têm tido essa capacidade, nestas últimas jornadas tudo vai valer. Descanso, alimentação, hidratação... Eles têm tido esse rigor e foco, e é manter isso. Jamais senti a equipa com um semblante triste ou de dúvida. Foi isso que pedi desde o primeiro dia, que jamais duvidassem deles. São campeões e têm de acreditar. Senti que são muito bons, os melhores, e só dependemos de nós".

Olhando para a luta pelo título, o que é que o Sporting tem que o Benfica não tem e vice-versa?

"Posso falar do Sporting. Temos sido uma equipa bastante competente, competitiva, temos crescido com o treino. Às vezes torna-se difícil com os jogadores a chegar, mas temos tido essa paciência e capacidade. O Pote por exemplo já voltou, o Morten [Hjulmand] também começa a estar melhor em termos físicos. Temos recuperado a confiança e a capacidade física de alguns jogadores e a equipa tem crescido a todos os níveis. A nós, resta-nos continuar neste crescimento, neste ímpeto, e focar no que controlamos. Se formos competentes nos nossos jogos, chegamos ao fim e seremos o que queremos"

Sporting e Rio Ave defrontam-se pela quarta vez esta temporada. O que espera do jogo?

"Espero um jogo difícil, independentemente da vantagem. Estamos no 'intervalo' do jogo, a ganhar 2-0. É o resultado mais inglório do futebol, mais matreiro. Os tais 2-0 são sempre muito perigosos. Acredito que o Rio Ave vai querer entrar forte para lutar pela passagem, e a nós compete-nos entrar como temos entrado, focados, com a mesma ambição e intensidade, para jamais deixarmos o Rio Ave acreditar e conseguirmos resolver o mais cedo possível".

Arranca a conferência

Depois do 2-0 em Alvalade, o Sporting defronta terça-feira o Rio Ave em Paços de Ferreira na 2.ª mão das meias finais da Taça de Portugal.