Quebra do Sporting nas segundas partes tem sido um padrão. É só frescura física, a equipa técnica pede para baixar?
"Vamos lá aí a essa das segundas partes porque vocês foram buscar o Vitória... É normal que o façam, e bem, esse trabalho. Não me justifico com o cansaço, e algo que temos de perceber enquanto equipa técnica e estrutura de que forma podemos ser mais intensos e durante mais tempo. Para mim é simples olhar para o jogo, até pode vir do meu passado esta época. Falo das segundas partes do Vitória e do Sporting. São dois clubes que estavam em competições, com muitos jogos. Jamais, e para mim é impossível pensar nisso – se o pensarem é porque veem o futebol aos quadrados -, o treinador Rui Borges dizer à equipa do Sporting para baixar linhas. Poderia fazer como fiz no Porto, nos últimos 5 minutos, meti uma linha de 5, fui ao conforto de algo que estavam habituados, e mesmo assim sofri golo a acabar. Nesse sentido poderia ajustar, mas de resto, no que tem sido o meu discurso, jamais será para não continuar a ser pressionante. A frescura física leva a que sejamos mais rigorosos em comportamentos. Aqui no Sporting não tenho muito treino. Os comportamentos estão muito longe do que é a equipa técnica Rui Borges. Seja em termos defensivos como ofensivos. Tenho tentado ir ao conforto do que eles sentem e sabem fazer. É natural que com o passar do tempo não consigamos ser tão pressionante e vamos perdendo algum rigor. Esse rigor leva a que a equipa baixe e que dê mais espaço ao adversário. Nesses jogos, nesse sentido, tem muito a ver com isso, perdemos a falta de rigor e acredito que seja pela falta de frescura física, que leva a mental, a mais importante. Depois há jogo que não posso dizer isso, o AVS não é exemplo. Perdemos o jogo quando o AVS na 2ª parte tem dois remates à baliza que é o penálti e o golo do empate, nem sequer chegaram à nossa baliza. Por mais que o jogo tenha estado mais repartido na 2ª parte, empatámos porque num momento específico, de forma individual, metemos o AVS no jogo. Tivemos uma perda de alguma capacidade mental para estarmos equilibrados e num momento individual metemos o AVS no jogo. Mas houve jogos, com o Benfica, FC Porto, Dortmund, que caímos mas jogámos contra grandes equipas. O acumular de jogos é inevitável, mas eu não quero arranjar desculpas. Também temos de perceber como podemos lutar contra isso. O rigor que eu gosto não o temos em muitos momentos porque não trabalhamos para o ter por mais tempo, estão longe de perceber alguns comportamentos individuais e coletivos. No Vitória era igual, o acumular de muitos jogos, equipa bastante pressionante... Acho piada é que há uns dias vi uma frase que dizia o Rui Borges é de Mirandela – e com muito orgulho – mas jamais deixa Mirandela, ou qualquer coisa nesse sentido. Mas se forem ver o meu passado, Moreirense era uma equipa pressionante, o Vitória era a equipa mais pressionante do campeonato e que melhor jogava. Caímos nas segundas partes? Caímos porque a intensidade era grande. Depois depende se a malta que entra vai dar resposta. Em alguns momentos vai conseguir. E no Vitória, num primeiro momento quando fazia substituições, a equipa andava porque estávamos frescos, mas com o passar do tempo fomos caindo com as substituições. Aqui também acaba por ser um bocado por isso, não temos grandes soluções e quando queremos dar frescura... (hesita). Estamos a falar de Sporting. Não sei se me fiz entender, mas pronto."