Médio dos leões ruma ao Chelsea e, antes, abriu o coração ao universo leonino
No derradeiro adeus ao Sporting, Dário Essugo abriu o coração e não esqueceu mais de 10 anos de leão ao peito, desde o Pólo EUL até ao patamar da formação na Academia. Desde cedo o médio queimou etapas, ao ponto de ter sido o jogador mais novo da formação a estrear-se pela equipa principal dos verdes e brancos, quando enfrentou o Vitória de Guimarães ainda com 16 anos e 6 dias, em 2020/21, e não só. No clube de Alvalade, Essugo conquistou três campeonatos nacionais e, agora, parte rumo ao Chelsea.
O internacional sub-21 português é reforço dos blues para a temporada de 2025/26, num negócio em que a SAD sportinguistas irá embolsar cerca de 22,3 milhões de euros, e, antes de partir rumo a Stamford Bridge, o jogador deu uma última entrevista à Sporting TV.
Desde logo, Essugo não esqueceu um dia marcante, a estreia pela equipa principal do Sporting, sob o comando de Ruben Amorim, e a conquista do título nacional nessa mesma temporada. "Foi um sonho cumprido estrear-me um dia com a camisola verde e branca. Estrear-me no Estádio de Alvalade foi um sonho concretizado. Dá-me uma responsabilidade saudável, positiva. Faz-me pensar em muitas coisas, mas nessa responsabilidade que todos gostamos. Tinha o sonho de chegar o mais depressa possível à equipa principal do Sporting. Quando vejo o vídeo, não tenho palavras. Dava para ver que era um objetivo, um sonho que estava a cumprir. E nem tenho palavras para o que significa esse dia. Foi o início de algo bonito. Estava com os nervos gigantes, mas foi das coisas mais lindas que me aconteceu", assumiu o médio de 20 anos, revelando os conselhos que recebeu após o primeiro jogo.
"O míster Ruben [Amorim] deu-me conselhos, o Coates, Neto, capitães, e também o Jovane deu-me palavras. Para não ficar na bolha da estreia e que havia mais jogos. Estava nos sub-19, na pandemia, sem competir, e chamaram-me à equipa principal, estreei-me e ir ao Marquês de Pombal, ganhar o título. Fico grato por isso", frisou, relembrando a importância que a sua estreia teve para gerações que o seguiram, tais como João Simões ou Quenda, mais recentemente.
"Aqui na Academia há muita qualidade por toda a envolvência e estrutura que há. Que seja sempre assim. É sempre por um bom sinal ter a parede [de estreias] maior. Eu sei que abri muitas portas para os miúdos continuarem a sonhar e saber que podiam chegar ali. A miúdos como o Quenda e o [João] Simões. É sonhares e acreditares que é possível. O resto as coisas acabam por acontecer naturalmente quando menos esperamos", deixou claro.
Além disso, Essugo não esqueceu os primeiros passos na formação do Sporting, ainda nos tempos do Pólo EUL, e o crescimento que teve de lá para cá. "São páginas muito bonitas. Desde o primeiro dia que cheguei no Pólo Eul até hoje que encontro as pessos e tenho a mesma sensação com elas que me ajudaram e à minha família. É uma sensação muito boa. Aqui sinto-me em casa. O Sporting é a minha casa e sinto-o mesmo quando chego aqui. Tenho muitas memórias de quando vi o Estádio Aurélio Pereira e de muitas coisas que vivi, muitas pessoas e muitas lembranças. Dá-te uma nostalgia e passou um bocadinho rápido, foi isso que me veio à memória. Passou tudo a voar mesmo. Desde aqueles torneios, quando era pequenino, até agora em que chegou o dia. Que é da despedida... Nunca é uma despedida. Apertam aquelas saudades dos torneios e toda a envolvência, mas sinto que o percurso faz-me orgulhar daquele menino que tinha o sonho de pisar o Estádio de Alvalade e jogar pelo Sporting. Isso tudo deixa-me orgulhoso. No Pólo? Nos primeiros dias, os meus colegas integraram-me muito bem e fiz amizades em que até hoje levo amigos para a vida. Desde o início sempre nos incutiram o que era o Sporting. Levo muito os torneios que tive, muitos campeonatos a serem decididos ali, os finais de época, os treinos no Pólo EUL. Levo tudo. Tenho um amigo que é como se fosse um irmão, que é o Marlon Júnior. O Sporting deu-me essa amizade. Deixei mesmo muitos amigos, mas o Marlon é para a vida inteira. Foi uma amizade que foi crescendo no Sporting. As nossas famílias dão-se muito bem, olho para ele e o sucesso que ele quer para mim, eu quero para ele. É uma amizade muito bonita. Ele ajudou-me e eu também o ajudo quando sempre necessitar", confessou o jovem médio.
Daí até à Academia foi um salto rápido, mas que teve claramente peso na carreira de Essugo, admite o próprio. "Academia? Temos um regime diferente, onde as coisas começam a ser mais a sério. Cheguei com esse receio, mas foi uma sensação boa. Tenho essa recordação e também a conquista [do campeonato] de sub-15, dos treinos na equipa B também. Mas o que me marcou mais foi a conquista de sub-15 pela sensação. E pelo grupo que éramos, pelos jogos que conseguimos ganhar, não foi um campeonato fácil e ficou mais na memória. Um jogo na memória? O do título de sub-15 contra o Tondela. Lembro-me de apontar para a medalha a dizer respeitem o Sporting. Falaram muito, não me esqueço", sublinhou.
Agora, de partida para o Chelsea, Essugo recorda até os títulos conquistados, mas confessa que gostaria de ter tido outra consistência e regularidade na equipa principal do Sporting. "Não esperava sair do meu clube do coração. Foi muito rápido. Sou grato, porque vivi muitas coisas. Gostaria de ter vivido aquilo que vivi. A verdade é que vivi coisas muito boas, tanto na formação como na equipa principal. Foi o sítio onde passei mais anos, o sítio onde cresci, onde tive a transformação de menino para homem. Tudo sempre foi Sporting. Nem há muitas palavras, porque é esse sentimento de segunda casa e família que te viu crescer. A palavra é única. Sentimos logo no primeiro dia que o Sporting não olha só ao rendimento desportivo do jogador. Olha muito mais: para como está a tua família, como estás na escola e esses pequenos pormenores fazem seres o jogador que um dia ambicionas. Porque antes de seres jogador, tu és homem. E isso está na frase do Sporting. Antes de formarmos um grande jogador, formamos um grande homem", apontou.
Agradecido à família, Dário deixou uma grande palavra de apreço naqueles que acreditaram na sua qualidade desde cedo. "Família? Queriam sempre que continuasse a trabalhar. Diziam que não chegava ter-me estreado. Mas sabia que o orgulho estava todo lá. Passámos momentos difíceis, que é normal numa família, e ajudaram-me muito nesse processo. Sou um reflexo dos dois [pais], do meu irmão... sou um reflexo deles. A minha família é que escolheu o Sporting. Eu era um menino e eles andavam a ver qual era o melhor clube para mim. E a minha família disse 'tu vais para o Sporting, é o clube ideal para estares, cresceres e evoluires'. E a verdade é que devo isso a eles também. O Sporting ajudou-nos mesmo. Deu-me todas as condições para sair daqui realizado", vincou, numa ideia que serviu também para louvar o trabalho feito pelas pessoas menos visíveis na Academia leonina.
"Vai dar-me saudades um bocadinho de tudo. Mas mais das pessoas, porque foi onde criei esse afeto, uma relação com todas as pessoas da Academia. Isso é que me vai deixar muitas saudades. De não ver todos os dias as pessoas com quem cresci e que me ajudaram. Tive muitas pessoas envolvidas e não posso estar a dizer nomes. Todos os treinadores e staff envolvido, desde o Pólo EUL até à Academia, todas as pessoas envolvidas... nem que tenham ajudado 1% do meu crescimento, muito obrigado. Saio sempre grato por tudo o que fizeram por mim, pela minha família e ficarei sempre grato. Sei que os adeptos gostam muito quando têm um jogador da formação a estrear-se na equipa principal e sempre senti esse carinho e que me dava mais alento para continuar a trabalhar para ter mais oportunidades", assumiu, emocionado, o médio que esteve cedido ao Las Palmas na temporada de 2024/25.
A terminar, aos meios do clube, Essugo dirigiu-se ainda aos adeptos sportinguistas e garantiu sentir orgulho pelo percurso de leão ao peito. "Apesar de tudo, de não ter conseguido jogar tanto na equipa principal, estou grato porque o meu nome está ali escrito como o jogador mais novo de sempre a estrear pelo Sporting [na equipa principal]. Sou eu e isso a mim deixa-me orgulhoso, porque está ali e é um legado e nome que deixo. E mostra que fiz um pouco parte da história. Sou um privilegiado por ter conseguido ganhar três campeonatos, da geração que apanhei e equipas que apanhei. Sou um sortudo por ter conseguido ganhar esses três campeonatos. Gostaria de ser recordado, antes de um grande jogador, como um grande menino que sempre respeitou os valores do Sporting. Sempre teve esse compromisso ao clube e fez de tudo para elevar o Sporting ao mais alto nível. Só quem está sente a grandeza do Sporting. É um clube muito grande e diferente em todos os aspetos. Recordarei sempre com uma alegria enorme. É sempre um prazer enorme. Diria ao Diário mais novo que este está orgulhoso", concluiu o jogador formado no Sporting que está a caminho do Chelsea.
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