Mesmo perdendo, ficou claro que o Sporting é muito superior ao Schalke
Foi um jogo cheio de coisas bem feitas, falhas individuais, reviravoltas e erros arbitrais; hora e meia de emoção e incerteza, com início marcado por superioridade absoluta do Sporting, à qual se seguiu uma longa história até ao momento final, referenciado por erro tão grosseiro que apetece chamar-lhe outra coisa – roubo não parece excessivo, quando um jogo é decidido porque um elemento da equipa de arbitragem alucinou e julgou ter visto bola na mão de Jonathan Silva quando o contacto foi com a cabeça, ali mesmo à sua frente. Até ao momento em que foram ao bolso do leão, o encontro foi acumulando factos importantes: primeiro a demonstração inicial de uma superioridade escandalosa por parte da equipa portuguesa, que resistiu à lesão de Slimani; depois a expulsão de Maurício e o frango de Rui Patrício no mesmo minuto; a reviravolta consumada já no segundo tempo (o segundo golo dos alemães em fora-de-jogo) e a capacidade leonina para, mesmo com menos um, chegar ao empate. Para que nada faltasse ao prejuízo sportinguista, aconteceu ainda o impensável de um penálti que deve encher de vergonha quem o assinalou.
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Festival leonino
Os primeiros 45 minutos constituíram toda uma lição estratégica do Sporting. A equipa instalou-se em campo, executou uma pressão inteligente sobre o adversário e intimidou-o de tal forma que o Schalke 04 não teve condições para reagir. A equipa de Marco Silva foi dona e senhora do jogo, porque não deixou o adversário jogar e também porque foi criando condições de aproximação à baliza de Fährmann. Exagerando um pouco, pode dizer-se que os leões jogaram sozinhos e que a primeira parte foi aquilo que a formação portuguesa quis que fosse.
Quando Nani adiantou o Sporting no marcador, a reação só podia ser a de encarar o facto naturalmente. Com demasiados grãos de areia na máquina, os alemães não conseguiram ligar um lance, muito menos desfazer a imagem de que só havia uma equipa em campo e que, a partir do quarto de hora, estava em vantagem no marcador. O processo de anulação do futebol germânico teve início no modo como a formação portuguesa executou a pressão alta, de que João Mário foi líder. O incrível aconteceu, prova de que todas as regras dessa primeira etapa foram ditadas pelos verdes e brancos: aos 33 minutos, Maurício fez-se expulsar de forma infantil e inadmissível a este nível de exigência; um minuto depois, Rui Patrício cometeu um deslize surpreendente e comprometedor, que deu o empate de mão beijada a um adversário que, assim, se salvou sem saber como de uma situação altamente delicada. Marco Silva teve então de repor a defesa a quatro: fez entrar Sarr para o lado de Paulo Oliveira e tirou João Mário, mantendo o trio ofensivo, sinal de que, apesar da situação delicada, não tinha desistido de pensar na vitória.
Alma e escândalo
Os instantes iniciais do período complementar indiciaram a confirmação das dificuldades leoninas para se manter na luta. Huntelaar desfez a igualdade em posição irregular e Höwedes aumentou a diferença à passagem do primeiro quarto de hora. A jogar com menos uma unidade, o Sporting abanou mas não caiu, até porque só esteve a perder por dois golos no lapso temporal de três minutos. Com 2-3 no marcador, a equipa de Marco Silva foi ao fundo de si mesma, revelou alma à prova de bala e lançou-se à fascinante aventura de, contra tudo e contra todos, sair incólume de Gelsenkirchen. Quando Adrien empatou, de cabeça, dando seguimento a excelente cruzamento de Cédric, fez-se a justiça só desfeita no último instante. Mesmo vergado à derrota e de ter ficado em má posição para prosseguir na Champions, o Sporting mostrou que é muito superior ao adversário de ontem.
Homem do jogo: Maurício
Tornou-se a figura mais relevante do jogo porque a sua expulsão interrompeu a indiscutível manifestação de superioridade que o Sporting estava a exercer no jogo. Sim, o brasileiro cometeu duas faltas e as duas foram punidas disciplinarmente; a segunda infração, no limite, podia não ter sido acompanhada pelo amarelo; mas pôs-se a jeito para que o árbitro o mandasse mais cedo para os balneários.
Árbitro
Sergei Karasev (nota 0)
Trabalho deplorável do juiz russo, ao qual se juntaram erros grosseiros dos seus assistentes, em particular de Vitali Meshkov, que deu indicação errada no lance decisivo do jogo. O penálti que originou a vitória do Schalke 04 não tem outra qualificação possível: foi um roubo. Revelou uma tendência irreprimível para ser caseiro.
NOTA TÉCNICA
Di Matteo (2)
Durante 45 minutos a sua equipa não jogou. Mesmo manietada pela organização do adversário, marcou um golo que lhe caiu do céu. Aproveitou depois a superioridade numérica e chegou ao 3-1. Mas não foi capaz de manter a diferença e permitiu ao Sporting a recuperação. No fim, venceu sem saber como. Já tinha acontecido assim quando conquistou a Champions pelo Chelsea.
Marco Silva (5)
A equipa está a jogar cada vez mais e isso foi patente na primeira parte. Com todas as contingências do jogo a serem prejudiciais ao Sporting, teve de arriscar numas vezes, manter o equilíbrio noutras, mas sempre de olhos postos na baliza alemã. Depois do banho de bola que deu e do esforço que promoveu para chegar ao 3-3, não merecia o golpe de um penálti simplesmente ridículo.
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