Presidente do Sporting admite que o timing nunca seria favorável ao novo treinador mas lembra também as lesões e "arbitragens infelizes"
"Não se iludam. Muitas das críticas que existem sobre o momento dramático, têm um nome: João Pereira. Mas não é a ele que são dirigidas. E eu percebo. E eu se estivesse do lado de lá, perceberia ainda melhor. Abriu-se uma brechazinha onde os rivais achavam que voltaríamos a ser o clube que em dezembro pensaria para o ano, que está falido... Mas não. Lamento. O Sporting não volta para trás."
"Não sei se vamos ser bicampeões, tricampeões, mas da forma, A, B, C, D, E ou F, vamos continuar a lutar por títulos e isso nunca mais volta para trás. Este é o lugar que nunca deveria ter deixado de ocupar. As gerações mais novas conhecem o verdadeiro Sporting. Esse é o Sporting que continuará. Viva o Sporting!"
"Vocês não veem a frustração do Pote, do Nuno ou do Bragança, que não conseguem ajudar a equipa. O Trincão está morto e sabe que domingo não pode haver cansaço. Olhem para eles. Não é por acaso que usam o escudo de campeões nacionais. Garanto-vos que vão lutar até ao fim pelo bicampeonato."
"Antes o drama era não passarmos o Natal, hoje é, se calhar, não sermos campeões outra vez... Eu cresci com o dezembro a pensar já no próximo ano."
"Mas vejo que somos líderes no campeonato, que passámos aos 'quartos' da Taça, que estamos na Champions e na final four da Taça da Liga. Um clube que tem 90% da SAD, onde acabou o medo de a entregar aos bancos."
"A equipa hoje de futebol apresenta a qualidade que tínhamos? Não. Está a sofrer? Sim. Era inevitável? Não...."
"Neste momento, o Sporting vive circunstâncias que não foram escolhidas por si. Mas era impossível continuar tudo como se nada fosse com estas variáveis: choque emocional, cinco titulares, arbitragens infelizes... O plano A já foi, não há nada a fazer."
"O que fazemos? Lutamos, adaptamo-nos. Eu venho de uma instituição em que é preciso esquecer o plano A mal entramos no terreno. Entra o plano de contingência. O que fazemos? Mãos na cabeça? Chorar? Ficávamos lá todos. Não voltava ninguém. Quisemos isto? Não. Vamos ficar a chorar? Não. Olhem para o exemplo dos nossos jogadores, do nosso capitão em campo - ele morre em campo. Olhem para o exemplo do Viktor. Viktor, Trincão, Morten... Vão para o sétimo jogo com 90 minutos seguidos. Ali um menino... João Simões..."
"Primeiro, esse clube fraquinho, como o Arsenal. Que tem sete vezes o nosso orçamento."
"Há um ano, no melhor Sporting dos últimos 60, perdemos com a Atalanta. Há dois anos, muito criticaram por não passarmos um grupo com Marselha, Frankfurt e Tottenham. Não temos capacidade de lutar contra estes orçamentos. Vou sempre dizer o que penso e não o que gostariam que acreditassem. Perdemos fora, em Bruges, num jogo onde fomos melhores. Perdemos um aquecimento, outro durante os 90 minutos... Outra derrota incrível."
"Faltam duas derrotas: Santa Clara e Moreirense. O Sporting esteve brilhante? Não. Jogou muito bem? Não. Mas analisem... A estatística não explica tudo, mas não mente. Merecíamos não só empatar, como vencer. Mesmo com o choque emocional, mesmo com cinco, seis titulares de fora."
"E como o Conselho de Arbitragem o disse, com arbitragens infelizes. Continuo a acreditar nesse órgão. Revejo-me e percebo porque o próprio CA meteu na jarra os árbitros que apitaram esses jogos."
"Não tenho dúvida que não há nenhuma conspiração dos árbitros. Portanto, não tenho dúvida que vão continuar a existir erros humanos. E que vão continuar a beneficiar uns e a prejudicar outros."
"Mas não lhe aconteceu só isso. Perdemos Nuno Santos, perdemos Pote... Só nestes dois jogadores, têm uma média, em quatro épocas, de 27 golos e 21 assistências"
"Tivemos Morita, Bragança, Inácio e Quaresma lesionados... Uma média, por jogo, de cinco a seis titulares fora. O que tivemos de fazer? Dois miúdos de 17 anos, com a estreia de Mauro Couto e a promoção do Arreiol."
"Agora tirem cinco titulares aos nossos rivais. E pensem se a equipa não vai sofrer. Sofre... Só que para além do choque emocional que houve, da perda do nosso treinador, aconteceu nos nossos adeptos, staff, jogadores... Era inevitável não haver choque emocional. Aí juntamos a esse exercício... Podemos olhar para o City, que perdeu jogadores nucleares. Que nos últimos 11 jogos ganhou um. A explicação para a imprensa é clara: onda de lesões. Aqui não. Cinco titulares não tem peso. O que tem peso? O chavão das quatro derrotas seguidas..."
"Um grande clube europeu chegou e o nosso treinador aceitou. A partir daqui, tudo o que estava planeado, mudou. Tínhamos planeado um fim de ciclo? Tínhamos. Seriam três campeonatos em cinco anos... O nosso treinador iria, depois, aceitar um novo projeto. O Sporting iria proceder a uma modificação. Iríamos iniciar um novo ciclo: terminar a época, sair dois, três jogadores, entrar cinco, seis, entrar um novo treinador e iniciar um novo processo, mesmo com dores de crescimento."
"O Sporting não escolheu o timing do fim desse ciclo. A verdade é que em novembro o nosso treinador deixa o Sporting.... O que aconteceu ao Sporting, nunca aconteceu em Portugal... É a primeira vez que um treinador saiu, por sucesso, a meio de uma época. Muitos treinadores saíram para ligas e projetos superiores, mas nunca um clube perdeu um treinador a meio da época."
"Sabíamos que era difícil substituir o segundo treinador com mais títulos. Podíamos antecipar o plano. Podíamos trazer alguém de fora, mas com 7 jogos em 26 dias, não iria ter tempo para treinar. Sabíamos, sobretudo, o grupo que temos, um grupo que ganhou tudo e de forma ímpar em Portugal. Iriam ter dificuldade em entender alguém que dissesse: agora vamos jogar assim e jogar assado. Entre prós e contras, antecipámos João Pereira. Um treinador que não tem tempo. Tem uma máquina afinada à qual tem de se adaptar. Vou carregar este convite para o resto da minha vida, como o convite mais ingrato e o presente mais envenenado para um treinador. O clube não queria que fosse este momento, o João Pereira não queria que fosse este momento. Mesmo sabendo que posso sacrificar um treinador, um jogador, um treinador ou um presidente, vou sempre fazer o que considero melhor ao Sporting."
"2024 ficará na história como um dos melhores anos, fantástico, nas mais bonitas páginas da nossa história. É encorajador em relação ao que conseguimos, mas também ao futuro. É um ano de tanto sucesso, que acabamos o ano a sentirmo-nos vítima do nosso sucesso. Venho aqui falar de forma transparante e clara sobre o momento atual. Muito, muito foi falado... Nas conferências de despedida do ex-treinador e na apresentação do novo... Tínhamos, na verdade, um plano, definido e possível de realizar, com o compromisso de todas as pessoas. No final da época passada, Ruben Amorim, um dos melhores treinadores da história do Sporting, informou-nos que seria o momento de terminar o ciclo. Queria terminar com o bicampeonato. Preparámos o grupo para isso e assim arrancámos a época, como terminámos a anterior, com uma máquina afinada", começou por dizer.
Frederico Varandas fez o balanço de 2024 e abordou o atual momento do Sporting, que tem passado semanas mais conturbadas na sequência da mudança na equipa técnica, de Ruben Amorim para João Pereira. Na gala Prémios Stromp, o presidente leonino disse que o ano que agora termina "ficará na história com um dos melhores" e admitiu que este não era o timing desejado nem por João Pereira nem pelo clube, mas assim apenas no final da presente temporada.
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