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22 novembro

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Hjulmand lembra formação: «Para mim era saudável ouvir música até às 4 da manhã, ir a festas e beber uma cerveja»

Capitão do Sporting mostrou um lado mais pessoal em entrevista na Dinamarca, quebrando tabus sobre a vida social de um jovem futebolista

Hjulmand, capitão do Sporting, encontra-se ao serviço da seleção da Dinamarca
Hjulmand, capitão do Sporting, encontra-se ao serviço da seleção da Dinamarca • Foto: Pedro Ferreira

Muitas vezes, apesar de estarem sujeitos a um desporto de alta competição, os jogadores de futebol podem ter uma vida tão normal como qualquer outra pessoa e, desta feita, no país-natal, Morten Hjulmand mostrou isso mesmo. Numa entrevista mais pessoal concedida ao jornal 'Jyllands-Posten', o internacional dinamarquês de 26 anos abordou como foi o seu trajeto no futebol de formação, recordando os tempos de adolescência nos escalões jovens do Copenhaga, antes de dar o salto para o futebol profissional até chegar ao patamar do Sporting.

"Foi a primeira vez que falei da minha juventude assim", assumiu Hjulmand ao diário dinamarquês. "Era saudável para a minha cabeça ouvir música até às 3 ou 4 da manhã, ir a festas e beber uma cerveja ou uma Somersby ou o que tomávamos na altura. Se tivéssemos um jogo no dia seguinte, não iria a festas. Mas se eu pudesse ir a uma festa e encaixasse no calendário, era algo que eu procurava. Dava para relaxar e ser jovem. Era bom para a minha saúde mental e a minha recuperação mental, com toda a preparação e trabalho físico que tínhamos", assume o médio do emblema de Alvalade, sublinhando que sempre foi necessário existir um "equilíbrio".

De resto, o próprio Morten vincou que os pais, Mia e Jesper, sempre quiseram que o nórdico fosse socialmente ativo, tanto no futebol como na escola ou na vida extracurricular.

"Sempre tive liberdade mas com responsabilidade. Na escola primária, era escola primeiro. Se eu não fizesse os trabalhos de casa, então não haveria futebol. Foi algo que os meus pais sempre disseram. As coisas tinham de andar de mãos dadas. Havia consequências se eu fizesse uma escolha errada. Sempre levei isso comigo. Os meus avós também viam que eu conseguia encontrar o equilíbrio. Eu tinha resultados em ambos os sítios [escola e futebol]. Eu fiz o que tinha de fazer", lembra, revelando mais pormenores.

"A escola dava-nos coisas diferentes. As professoras na escola era muito exigentes e educavam bem. E no clube eu era moldado pelos treinadores. Eu aprendi muito sobre a Dinamarca e história com as minhas professoras. Era algo que eu precisava. Tinha algum temperamento, muita energia tal como os outros alunos da turma que jogava futebol. Estávamos todos no FC Copenhaga. Tinha fogo no cu. Lidava bem com tudo na escola e no clube. Eu gostava de ir à escola, sou muito social e era incrível estar com os meus companheiros. Já no liceu ia a festas. Provavelmente, hoje em dia, os meus colegas devem dizer que eu não estive em metade das festas nesses três anos. Mas para mim foram muitas festas quando comparo com os meus amigos do futebol", aponta Hjulmand, destacando a "importância da vida social".

"Os meus pais diziam sempre 'podes ter a parte do futebol, mas também tens de ter uma vida social", revela o camisola 42 do emblema leonino, reiterando a "disciplina" que recebeu nos escalões de "sub-17 e sub-19 nas equipas do Copenhaga."

Já na fase mais adiantada do trajeto escolar, inclusive Hjulmand teve de passar por obstáculos e ganhar maturidade. "Quando estava na escola básica, apanhava um comboio regional. Demorava 45 minutos até chegar à escola desde Tarnby. Depois da escola, ia tomar café. Depois tinha treino e voltava para casa numa viagem de 45 minutos. Depois eram 7h00 da tarde. Eram dias longos. Tinha de apanhar transportes públicos bem cedo e chegar de noite a casa. Fiz isso durante vários anos. Os meus pais tinham de ir trabalhar e eu fui colocado nessa situação quando tinha 12 anos. Era de segunda a sexta-feira e depois jogo ao sábado. No liceu, ia de bicicleta para lá e depois da escola apanhava um comboio para Frederiksberg. Treinava, tinha treino de força muscular e depois ia para casa fazer os trabalhos de casa. E ia dormir", recorda Morten, ciente de que teria "uma educação militar por seis ou sete anos" caso não fugisse um pouco à norma.

"Aproveitava a vida social no fim-de-semana. Talvez seja um tabu um atleta sair e ir beber uma cerveja ou ir a uma festa. Mas eu precisava disso. Funcionava para mim. Eu gostava disso: tanto a escola como o futebol. Mas do nada tinha 19 anos e a idade adulta começou", frisa Hjulmand, o qual mudou de país ainda cedo aos 19 anos, quando ingressou no Admira Wacker, da Áustria.

"Mudei-me para para a Áustria com 19 anos. Cuidei de mim. E foram meses duros. Sou social e foi difícil. Penso que era saudável para uma pessoa jovem vivenciar uma semana dura de trabalho. Porque tu és atirado logo para a vida adulta. Depois acabas por ter uma certa bagagem. Agora estou aqui", confessa Hjulmand, atualmente concentrado nos trabalhos da seleção da Dinamarca na pausa FIFA.

Por Filipe Balreira
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