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18 setembro

FC Kairat Almaty

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Marco Caneira, Alhandra e Paulo Costa culpam Paulo de Abreu e Carlos Janela pela saída do Sporting

Marco Caneira, Alhandra e Paulo Costa culpam Paulo de Abreu e Carlos Janela pela saída do Sporting
Marco Caneira, Alhandra e Paulo Costa culpam Paulo de Abreu e Carlos Janela pela saída do Sporting

MARCO Caneira, Alhandra e Paulo Costa rescindiram unilateralmente os seus contratos com o Sporting, invocando como justa causa para tal decisão a recusa assumida e sistemática dos responsáveis do clube em negociarem com os seus representantes, o que configura, na sua argumentação, uma violação das normas da FIFA. Alegam, também, a existência de uma cláusula de rescisão que consta dos respectivos contratos, a qual lhes permite sair desde que indemnizem o clube em valores que a própria cláusula prevê.

Mas, para além dos aspectos legais, os três jovens internacionais dizem ter outras razões de queixa de natureza pessoal, pela forma como foram (mal)tratados no clube desde que ascenderam a seniores e começaram as pressões para a renovação dos contratos. Record concedeu-lhes a palavra para fazerem a sua defesa e justificarem as razões que conduziram à ruptura com o clube onde nasceram e cresceram como futebolistas.

CANEIRA -- As razões são muitas. Olhe, a começar pela posição intransigente do Sporting em recusar-se a negociar com os nossos representantes...

ALHANDRA -- Isso foi a gota de água. O problema vem de muito antes disso. Desde que subi a júnior, onde estive três anos e outro na Lourinhã, fui tratado sem um mínimo de respeito, com desprezo mesmo. Entendiam que, por ser um jogador da casa, tinha de aceitar tudo o que me diziam sem levantar objecções. Só que chega uma altura em que é preciso dizer basta!

PAULO COSTA -- Senti exactamente o mesmo...

C -- Quero ressalvar que sentimos sempre um grande apoio por parte dos dirigentes do futebol jovem do Sporting, que são pessoas capazes e que sabem compreender os jogadores.

PC -- O pior é a transição de juniores para seniores...

A -- O problema surgiu quando passámos a profissionais... Não é fácil para um jovem, com muitas expectativas, logo num primeiro ano enquadrar-se num campeonato como o da II Divisão B. O futebol que se pratica não é de qualidade. A nossa “salvação” foi sempre a selecção, onde encontrávamos a motivação para continuar a trabalhar.

MILHARES EM COMISSÕES

C -- No meu último ano de júnior, o Sporting cedeu-me ao Salgueiros por seis meses. O "mister" Carlos Manuel disse-me que era a opção correcta para rodar e ganhar algum estatuto e que contava comigo na época seguinte. Só que, entretanto, o "mister" foi despedido e quando regressei a Alvalade o treinador já era Mirko Jozic, e aí as coisas complicaram-se. Nos treinos e nos jogos particulares da pré-época nunca me colocava na minha posição, a defesa-central, mas sim a médio-direito. Passado algum tempo entenderam que eu deveria ir jogar para o Lourinhanense, onde fiz cinco ou seis jogos, até que em Dezembro deram-me a opção de ir jogar para o Beira Mar, porque o "mister" António Sousa gostaria de contar comigo. Uma opção que não foi logo assumida no início da época, porque os dirigentes do Sporting disseram-me que iriam apostar em mim e por isso fiquei. Foi a minha melhor opção profissional, fiz 15 jogos na I Divisão e ajudei o Beira Mar a chegar à final da Taça.

Como as coisas me correram bem, apareceram vários clubes da I Divisão interessados no meu empréstimo esta época, mas eu contava era regressar ao Sporting e ter uma oportunidade de provar que deixara de ser uma esperança para me tornar numa certeza. E o que aconteceu?

Treinava em Alvalade toda a semana e ao domingo ia jogar à Lourinhã, onde o apoio e a motivação eram inexistentes e as perspectivas de futuro nulas. É uma situação que afecta todos os jogadores do Sporting que jogam no Lourinhanense.

PC -- Os únicos treinadores que tinham alguma sensibilidade para trabalhar com os jovens e investir neles eram o "mister" Octávio e o "mister" Carlos Manuel. Só que não lhes deram tempo. Veja os casos do Beto e do Simão, em quem Octávio teve a coragem de apostar. De outra forma não teriam aparecido, mas são, infelizmente, a excepção à regra.

A -- Vão contratar jogadores da nossa idade ao estrangeiro por milhões e depois nós ficamos na Lourinhã e não nos emprestam porque têm medo que mostremos qualidades e que os sócios depois lhes peçam contas. Que venham dizer: então emprestam estes jogadores que valem 5 ou 10 mil contos e vão comprar outros que custam 900 mil contos e nem sequer internacionais são pelos seus países? Dos muitos sul-americanos contratados nos últimos anos pelo Sporting, só Ramírez era internacional pelo Paraguai.

PC -- Para esses jogadores virem têm de pagar centenas de milhares de contos em comissões. E depois, é evidente, não há lugar para os jovens portugueses de qualidade formados no clube que são chutados para o Lourinhanense. Não admira, depois, que aconteça esta situação em que os jogadores são inscritos e desinscritos. E de quem é a culpa?

"NESSE PODES DAR À VONTADE!"

R. -- Que história é essa de serem inscritos e desinscritos?

C -- Olhe, na época passada fomos inscritos para ficar no plantel e as nossas inscrições foram anuladas para dar lugar a outros jogadores estrangeiros, entretanto contratados. E, mais uma vez, fomos despachados para o Lourinhanense.

PC -- Uma semana antes de irmos para o Europeu de sub-18, em Chipre, o José Couceiro chegou ao pé de mim e do Alhandra e disse-nos que íamos fazer parte do plantel sénior do Sporting na próxima época.

C -- Eu, nessa altura, já sabia...

PC -- No regresso do Europeu, dois dirigentes do Sporting foram ao aeroporto e levaram o Caneira e o Simão para o estágio nas Caldas da Rainha. Logo aí vimos que íamos ficar de fora. O sr. Joel levou-nos para Alvalade e, depois de uma hora à espera na secretaria, mandaram-nos para casa, que três dias depois nos contactavam. Num sábado à tarde disseram para nos apresentarmos no estádio -- na véspera o Sporting tinha jogado com o FC Porto. Era o nosso primeiro treino e quando chegámos à cabina o sr. Jozic e o sr. Ivkovic perguntaram-me o que estava ali a fazer. Eu expliquei que estava a cumprir uma ordem e sr. Jozic disse-me que era ele quem mandava e que eu, o Simão, o Alhandra e o Caneira iríamos jogar para o Lourinhanense.

R. -- O Simão também?!

PC -- Sim, os quatro! Nesse dia deixaram-nos treinar e fomos convocados para o jogo-treino com o Alverca. Jogámos uma parte do encontro, eu e o Alhandra e, já no autocarro de regresso a Lisboa, o sr. Ivkovic chega ao pé de nós e diz: amanhã às 8 horas da manhã na Lourinhã!

A -- Prometeram-nos que iríamos treinar-nos a Alvalade regularmente, mas isso só aconteceu duas vezes e outra num jogo-treino.

PC -- Eu nem isso. E quando fazia jogos-treino pelo Lourinhanense contra o Sporting, o sr. Ivkovic incentivava os jogadores a darem-me porrada cada vez que eu tocava na bola: "Nesse gajo podes dar à vontade!” -- gritava.

A -- Já depois do Mundial da Nigéria, no último treino em Alvalade, em que nos equipámos e desequipámos e voltámos a equipar por ordens contraditórias do sr. Janela, quando as pressões para renovarmos o contrato já eram muitas, Ivkovic chegou ao pé de mim no meio do campo e disse-me: "O que é que tu andas aqui a fazer? Porque é que não assinas?", e às tantas perguntou-me quem era o meu empresário. Eu disse-lhe: é o sr. Paulo Barbosa. Resposta dele: "Estás f...!"

UM BOM PAR DE ESTALOS

PC -- Há dois anos, numa reunião com o sr. Norton Matos disse-lhe que era internacional pelo Sporting e que merecia ganhar mais. Ele virou-se para mim e respondeu: se fosses meu filho e te estivessem a oferecer um contrato destes e não aceitasses, dava-te um bom par de estalos. Levantei-me, fui-me embora e nunca mais falei com o Sporting. Até duas semanas antes do Mundial da Nigéria. Nesse período o sr. Paulo de Abreu telefonava-me várias vezes por dia, para me dizer que estava mal acompanhado, que se não assinasse nunca mais jogava à bola, que não tinha futuro. E Carlos Janela ligava para a minha mãe a fazer ameaças. Queriam que eu assinasse um contrato de oito anos, com uma cláusula de rescisão de 15 milhões de dólares. Ainda a propósito de Norton de Matos, gostaria de contar o seguinte: no Torneio de Toulon, no último Verão, ainda era funcionário do clube, abordou-me no sentido de não chegar a acordo com o Sporting, visto haver, segundo ele, vários clubes italianos interessados.

R. -- E porque é que nem sequer admitia discutir as condições? Por indicações de Paulo Barbosa? Por haver alguma boa proposta de outro clube?

PC -- Tendo em conta a experiência do passado, pretendíamos ter algumas garantias de que haveria uma aposta clara em nós e só depois iríamos negociar o contrato.

R. -- Mas que garantias eram essas? Queriam ter a garantia de que iriam jogar?!

PC -- Não era isso. A ideia era negociar o contrato depois de sermos integrados no plantel e de ficar claro que o clube queria investir em nós. Caso contrário não o faríamos, até porque tínhamos outras soluções. Mas a posição de Paulo de Abreu e Janela era esta: ou vocês assinam ou não jogam no Sporting nem em lado nenhum. Aliás, temos uma carta da SAD a dizer isso mesmo de forma explícita.

C -- Sabe, no fundo, acabámos por sair do Sporting por culpa de Paulo de Abreu e de Carlos Janela. Infelizmente, com estas pessoas lá não havia condições nenhumas para o diálogo. Todas as “portas” foram ostensivamente fechadas. Até a última a que tínhamos recorrido, a do Sindicato, através do qual tentámos estabelecer uma ponte negocial. É o que pensamos. Pelos muitos anos que estivemos no Sporting, um dia poderemos voltar, mas com outras pessoas. Nada temos contra o dr. Roquette, porque temos a certeza que as informações que lhe chegavam nunca corresponderam à realidade. E a contestação da maioria dos sócios do Sporting a Paulo de Abreu e Janela vem dar-nos razão.

R. -- Mas têm noção que, para a opinião pública, que não conhece as razões da vossa atitude, estas rescisões assumem um carácter selvagem, para utilizar uma expressão do dr. Santana Lopes?

A -- Não há rescisões selvagens. Há rescisões com ou sem justa causa. Mas selvagem é quem não quer dialogar e que de forma propositada obriga atletas a equiparem-se e a desequiparem-se nos treinos. Selvagem é quem incita atletas a negociarem contratos à revelia dos seus representantes ou quem manda cartas em nome da SAD a dizer que ou aceitas o contrato até ao dia xis ou não ficas no plantel.

CLÁUSULA DE RESCISÃO

PC -- Já agora, também queria acrescentar o seguinte: quando assinámos os nossos contratos, e éramos menores, sempre nos disseram que se um dia, por qualquer razão, não nos sentíssemos bem no Sporting, podíamos sempre sair, sem problema. Aliás, consta dos nossos contratos uma cláusula rescisória, como foi explicado na altura à família, a cláusula 10, que diz o seguinte [lendo o contrato]: "Em caso de rescisão sem justa causa pelo jogador, este pagará à entidade patronal (clube) uma indemnização igual ao valor resultante das retribuições vincendas no momento da aludida rescisão contratual." Não fomos nós que inventámos essa cláusula.

C -- Se as relações não eram boas, se o diálogo com Paulo de Abreu e Janela era impossível, se tínhamos no nosso contrato uma cláusula que nos dava a liberdade de poder sair, indemnizando, eventualmente, o clube, porque é que não havíamos de rescindir?

R. -- No entanto, parece moralmente criticável que o Sporting, depois de investir na vossa formação durante vários anos, se arrisque a receber uma verba irrisória de 28 mil contos?

PC -- Irrisória, porquê? Acha que valemos mais? O próprio clube, pelo que sabemos, quando transferiu o valor dos nossos passes para a SAD, atribuiu-nos o valor de cinco mil contos cada. Como vê, esse é o nosso valor.

R. -- Mas não é esse o valor real...

C -- Esse é o valor real, que é calculado pelo valor que ganhamos anualmente e que se multiplica pelo coeficiente que é atribuído à nossa idade. O que torna esse valor baixo são os baixos salários que auferíamos. Mesmo assim, a indemnização que já depositámos na Liga, à ordem do Sporting, é muito superior ao valor patrimonial que o clube nos atribuía.

A -- Nós pagámos ao Sporting aquilo que nos disseram que tínhamos de pagar, caso viéssemos embora. Se em vez de recebermos anualmente dois mil contos, recebêssemos trinta ou quarenta mil, a indemnização seria à volta de trezentos e tal mil contos.

PORQUÊ O ALVERCA?

R. -- Mas porquê o Alverca? Foi o único clube que aceitou recebê-los, na perspectiva de fazer um bom negócio lá mais para diante?

PC -- Não foi por isso. Mas se fosse, só revelaria que as pessoas que estão à frente do clube saberiam defender os seus interesses, ao contrário de Paulo de Abreu e Carlos Janela. Mas não foi por isso. Pedimos ao presidente Luís Filipe Vieira para nos autorizar a treinar porque tínhamos lá muitos amigos. O sr. Carlos Pereira foi nosso treinador durante muitos anos nas camadas jovens do Sporting, o sr. Mariano Barreto também já tinha trabalhado connosco e o José Couceiro era a única pessoa, quando estava no Sporting, que nos acompanhava no Lourinhanense.

R. -- E o presidente do Alverca não vos colocou quaisquer condições?

C -- O que ele nos disse é que nos iria ajudar a encontrar uma solução com o Sporting.

R. -- Com o Sporting?!

C -- Sim, com o Sporting. O sr. Luís Filipe chegou a reunir-se com o presidente Roquette para encontrar uma saída, que passava pelo nosso regresso a Alvalade. Mas as coisas não terão corrido bem. O presidente do Alverca disse-nos que mais tarde nos contaria as razões...

R. -- Como é que dessa vontade em ajudar ao vosso regresso ao Sporting surge um compromisso assinado com o Alverca?

A -- Entretanto, começámos a trabalhar e estávamos convencidos que um acordo com o Sporting seria possível, até que um dia, numa reunião da Liga, penso que terá sido o dr. Dias Ferreira, acusou o Alverca de ter cometido um crime. E a partir daí houve uma mudança de atitude do Alverca.

CANEIRA COM A FINAL DA TAÇA "ATRAVESSADA"

A ausência do final da Taça é uma "espinha" atravessada na garganta de Caneira, que responsabiliza Paulo de Abreu por esse facto:

-- Soube que não ia jogar duas horas antes da final. Tinha trabalhado muito para estar no Jamor, estava mentalizado que ia jogar e quase em cima da final dizem-me que, afinal, não podia ser. Foi um "balde de água fria", uma violência... O "mister" António Sousa disse-me que não ia jogar, que tinha havido problemas burocráticos. O sr. Paulo de Abreu tinha telefonado na véspera do jogo ao presidente Mano Nunes a dizer que o meu contrato de empréstimo tinha acabado no dia 31 de Maio, dias antes da final da Taça, e que só tinha reparado naquela altura. O que é que se pode dizer de uma atitude destas? No mínimo, que foi de uma falta total de responsabilidade, para não lhe chamar outra coisa...

R. -- Mas Paulo de Abreu alegou que terá feito um favor ao Beira Mar, já que corria o risco de perder a final na secretaria caso Caneira jogasse...

C -- Um favor!? Essa só dá vontade de rir.

R. -- Mas havia ou não esse risco?

C -- Penso que é uma falsa questão. Se o Sporting sabia que eu não podia jogar, uma vez que o contrato tinha chegado ao fim, não me deixava lá a trabalhar mais duas semanas. E ninguém acredita que o dr. Paulo de Abreu só tivesse reparado na duração do contrato nessa sexta-feira, já depois de ele ter terminado... Se não houve má-fé, então, aquele departamento de futebol era uma desorganização total...

R. -- Mas aí a responsabilidade maior coube ao Beira Mar, que tinha obrigação de conhecer a duração do contrato...

C -- Também é verdade, mas o Beira Mar pensava que eu podia jogar. Até porque, para todos os efeitos, a entidade patronal era o Sporting e não o Beira Mar. E quem teria de zelar pelos meus interesses e do Sporting eram o seus responsáveis. Além disso, a minha presença na final da Taça valorizar-me-ia, o que seria também do interesse do Sporting.

R. -- Já esta época, porque é que não foi integrado no plantel do Sporting?

C -- Uma semana depois da final da Taça fui contactado para uma reunião na SAD com o dr. Paulo de Abreu e o dr. Carlos Janela, os quais me disseram que não ia ficar em Alvalade e que tinham vários clubes interessados. O dr. Paulo de Abreu chegou mesmo a dizer-me, como se fosse treinador, que não ficava porque o Sporting tinha bons centrais e outros jogadores que, não o sendo, faziam muito bem essa posição. A agravar a situação, proibiram o meu representante de estar presente na reunião, ao mesmo tempo que me pressionavam para, à revelia dele, renovar o contrato. Nem o dr. Paulo Relógio, advogado do Sindicato, foi autorizado para me acompanhar.

UM TELEFONEMA DE SIMÃO...

Paulo Costa recebeu um telefonema de Simão Sabrosa alguns dias depois deste ter assinado pelo Barcelona. Nada de mais, dada a relação de amizade entre ambos. Só que dessa vez Simão quis fazer de conselheiro do seu companheiro...

Um episódio que o próprio Paulo Costa recorda:

- Sugeriu-me que rapidamente rescindisse com o meu empresário, Paulo Barbosa, caso contrário iria sair muito prejudicado. Uma certeza que ele me justificou com as conversas que mantivera com o dr. Paulo Abreu e o dr. Carlos Janela. Disse-me "ou rescindes com esse empresário ou não tens futuro no Sporting" e aconselhou-me a ligar-me a José Veiga, o qual, segundo ele, além representar os jogadores mais importantes, tinha excelentes relações no Sporting e que facilmente me poderia resolver os problemas do meu contrato com o clube. O Simão limitou-se a trazer-me o recado que lhe tinham encomendado...

- E o que é que lhe respondeu?

- Que não podia deixar de ser leal com as pessoas que sempre tinham estado comigo...

ATITUDE LAMENTÁVEL DA CAP

A CAP da Liga andou a adiar uma reunião durante meses para não ter de decidir sobre os casos de Caneira, Alhandra e Paulo Costa, inviabilizando que estes fossem inscritos na Liga dentro do prazo para o efeito. E agora aguarda-se uma decisão da Liga. Alhandra fez-nos o ponto da situação:

-- Surpreende-me que três vogais da CAP nomeados pelo Sindicato dos Jogadores não tivessem a sensibilidade, no aspecto laboral, para o facto de os jogadores não poderem exercer a sua profissão. O facto de a CAP ter adiado sistematicamente a reunião para uma data posterior, em que as inscrições já estavam fechadas, foi lamentável.

Neste momento os nossos contratos com o Alverca estão na Liga -- onde já se encontram, também, depositados os valores previstos nas cláusulas de rescisão --, para esta decidir se somos ou não inscritos. Caso o sejamos, como esperamos, o Sporting terá todo o direito de recorrer ao Conselho de Justiça da FPF.

R. -- E se não forem inscritos?

A -- Se não formos agora, seremos em Dezembro, porque é uma rescisão que vem da época anterior. Ao que nos disseram, independentemente de haver ou não justa causa, há um imperativo constitucional que garante o direito dos jogadores exerceram a sua profissão. E isso é que está em causa e não o valor da indemnização a pagar ao Sporting. Se não acreditássemos que podíamos jogar em Portugal, já tínhamos arranjado clube no estrangeiro, onde as federações locais emitiriam um certificado provisório.

JOÃO CARTAXANA

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