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08 novembro

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Marco Silva não se coloca em bicos dos pés

"Aquilo que vemos nas conferências de imprensa é a pura realidade", garantem...

A antítese de Mourinho
A antítese de Mourinho • Foto: Pedro Simões

Sereno, tranquilo e ponderado. Três adjetivos que quem o conhece não hesita em aplicar a Marco Silva. Três adjetivos que, quem segue com regularidade o fenómeno futebol, dificilmente associaria a José Mourinho.

Depois de anos a procurar o novo Mourinho, o futebol português parece ter descoberto a antítese do treinador do Chelsea. O técnico do Estoril prefere ouvir do que falar e só intervém... pela certa.

Esta forma de estar, discreta, não lhe retira carisma, garantiu Rui Brás, jornalista, amigo de longa data do treinador do Estoril. “Mesmo enquanto jogador foi sempre um líder dentro grupo de trabalho. As suas opiniões foram sempre muito respeitadas”, assegura, dando como exemplo o facto de, em pouco tempo, ter-se tornado capitão de equipa e, posteriormente, diretor desportivo do clube da Linha.

Mas, o mais importante para o autor de diversas publicações sobre futebol é o facto de Marco Silva ser um produto... genuíno. Tudo nele é natural. Sem manipulações.

“Aquilo que vemos nas conferências de imprensa é a pura realidade. Não é nada fabricado. Nem podia ser, pois é uma pessoa muito correta e que tem os pés bem assentes na terra”, acrescenta Rui Brás, que teve os primeiros contactos com o treinador estorilista, quando este subiu a sénior no Belenenses e foi cedido, por uma época, ao Atlético.

João Fajardo, diretor desportivo do Farense, foi companheiro de Marco Silva nas camadas jovens do clube do Restelo. Nunca coincidiram na mesma equipa, por terem diferença de dois anos, mas diversas vezes partilharam os transportes públicos no regresso à margem sul.Marco era da Cova da Piedade e Fajardo da Costa de Caparica.

“O Marco é mesmo aquilo que mostra. A forma calma como está no banco de suplentes é a atitude que mantém no dia a dia”, assegura Fajardo, para quem o antigo companheiro só não conseguiu impor-se no Belenenses, por falta de oportunidades. “Foi dos poucos que subiu a sénior e teve lugar no plantel principal.Depois, não conseguiu impor-se, mas qualidade nunca lhe faltou”, garante o responsável do Farense.

A tentar agarrar chance que lhe faltou como jogador

• A carreira de Marco Silva como treinador já superou há muito o seu desempenho como futebolista. Fajardo assegura que o técnico tinha potencial para voar mais alto, mas também admite que as oportunidades não surgiram na altura certa.

Como por exemplo, quando no arranque da idade sénior foi a Inglaterra tentar a sua sorte. Esteve à experiência, mas não convenceu. Regressou ao Restelo, onde Lito Vidigal – curiosamente o atual treinador dos azuis – ocupou a vaga que lhe estava destinada na direita.

Não desistiu, andou por vários clubes, alguns históricos, mas de menor dimensão, e acabou por encontrar a felicidade no Estoril e junto da namorada que manteve desde a adolescência até à idade adulta e com a qual casou.

Também na vida pessoal é uma pessoa pacata, que dedica muita atenção à família. Tem duas filhas e é hoje o treinador da moda. Só lhe falta a oportunidade, que lhe escapou como jogador.

CURIOSIDADES

» Natural de Lisboa, mas residente na Cova da Piedade, Marco Silva cumpriu boa parte da sua formação no Belenenses, clube ao serviço do qual atingiu a idade de sénior. Sem espaço para impor-se na equipa então treinada por Manuel Cajuda, esteve a rodar no Torreense, regressando ao Restelo na época seguinte

» Lito Vidigal, hoje treinador dos azuis, era então o “dono” da posição que ocupava em campo: lateral-direito. Voltou a não conseguir impor-se e acabou uma vez mais por abandonar o Belenenses, desta vez de forma definitiva. Representou diversos clubes, de norte a sul do país, até assentar arraiais na zona da capital

» A vida familiar estabilizara. Casou com a namorada da adolescência, que o acompanhou desde os juniores do Belenenses – hoje, professora de Educação Física numa escola da margem sul –. e mudou-se em definitivo para a zona da grande Lisboa. Tentou a sorte no Odivelas e fixou-se, em definitivo, no Estoril

» Foram seis temporadas no António Coimbra da Mota, durante as quais nunca se recusou a assumir responsabilidades e a dar a cara pelo grupo de trabalho. Resultado: tornou-se capitão de equipa e, quando decidiu pôr um ponto final na carreira, foi convidado a tornar-se diretor desportivo. Daí ao banco de suplentes foi um pequeno passo.Com os resultados que são conhecidos de todos

» Diz, quem o conhece, que a imagem que passa não é fabricada. É uma pessoa tranquila, serena, que tem os pés bem assentes no chão. Prefere ouvir do que falar. Num grupo de 10 pessoas é provavelmente o último a pegar na palavra. E só fala quando tem algo a acrescentar ao que foi dito anteriormente

» Longe vão os tempos em que apanhava o barco para Cacilhas, para regressar a casa após mais um treino nos juniores do Belenenses. Tem duas filhas, dedica o pouco tempo de que dispõe às duas paixões da sua vida: a família e o futebol. Uma paixão, esta última, que alimenta com um título de campeão da 2.ª Liga e com dois apuramentos consecutivos para a Liga Europa. Sempre com o Estoril

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