RECORD – Como surgiu a hipótese de suceder a José Eduardo Bettencourt como administrador da SAD do Sporting?
PAULO DE ANDRADE – Fui inicialmente contactado por Filipe Soares Franco, que me perguntou qual era a minha disponibilidade para exercer o cargo. A partir daí, todos os assuntos foram discutidos internamente no clube, mas eu senti-me motivado para aceitar o desafio, porque já estive ligado ao dirigismo desportivo e especializei-me na matéria há cerca de 8/9 anos.
R – Como decorreu e em que consistiu essa especialização?
PA – Quando fui presidente da Federação Portuguesa de Ténis surgiu, através do Comité Olímpico, a hipótese de um mestrado na área de organização desportiva. Aceitavam candidaturas. Na altura, hesitei, mas falei com o secretário-geral da Federação e acabei por apresentar a candidatura, e posso considerar que se tratou de uma experiência bastante rica. Andei por sete cidades europeias, juntamente com mais 14 alunos e adquiri bastantes conhecimentos a esse nível.
R – Depreendo que se sente, então, preparado para assumir este cargo de relevo na administração da SAD do Sporting?
PA – Teoricamente e em termos práticos, sinto que tenho conhecimentos mais do que suficientes para o efeito. É evidente que se trata de uma área difícil, não só porque se trata de futebol, mas de um clube da dimensão do Sporting, com objectivos muito altos. No fundo, posso dizer-lhe que me sinto preparado e capaz de cumprir com êxito as minhas funções dentro do Sporting.
R – Fizeram-lhe alguma exigência ou algum pedido em especial na altura em que o convidaram oficialmente a substituir José Eduardo Bettencourt?
PA – Não me pediram nada em especial. As pessoas conhecem-me bem e sabem que sou uma pessoa empenhada e de grande rigor nas coisas que faço. Por outro lado, sempre senti ter grande capacidade para motivar os recursos humanos que me estão directamente ligados.
R – Tem consciência de que ao Sporting é sempre exigida a conquista do título...
PA – Temos de ser campeões nacionais. É por isso que vamos lutar dia após dia e é nesse sentido que vou colocar todo o meu empenho.
R – Considera ser possível atingir esse objectivo com os poucos recursos financeiros existentes?
PA – Claro que sim. A equipa actual é boa. A espinha mantém-se, o que me leva a dizer que o Sporting será, sem qualquer tipo de dúvida, um sério candidato à conquista do título. Se pensarmos que podemos ainda ser reforçados com jovens de imensa qualidade saídos dos quadros do clube, só há razões para ter confiança. A minha grande convicção é a de que o Sporting vai iniciar a próxima temporada bastante reforçado.
R – Como sportinguista que é, como analisa o trabalho efectuado pelo seu antecessor, José Eduardo Bettencourt?
PA – As linhas fundamentais da sua política consistiram no rigor financeiro e numa grande aposta na formação de jovens talentos. Fez um excelente trabalho. O organograma mantém-se e a verdade é que no mundo do futebol, os custos são quase insustentáveis. Por isso, é preciso criar um caminho novo. Vamos, no fundo, dar seguimento a um trabalho que vem de trás. José Eduardo Bettencourt fez um esforço enorme para introduzir um máximo de rigor na gestão da SAD do Sporting. A partir de agora [ndr: amanhã], vou analisar com mais cuidado todos os “dossiers” para, posteriormente, poder tomar algumas medidas que considere necessárias.
R – Já leva algums ideias na bagagem?
PA – É prematuro dizer, neste momento, que vou fazer isto ou aquilo, mas também não lhe vou negar que todos nós temos características de gestor dentro de nós. É isso que acontece comigo e, por isso, não vou esconder que já tenho algumas ideias na cabeça. De qualquer maneira, não vou operar nenhuma alteração de fundo sem antes conhecer melhor o Sporting por dentro. É fundamental ter um conhecimento mais profundo.
«Em minha casa respira-se verde»
Paulo de Andrade vai ser o rosto da SAD do Sporting a partir do dia 1 de Julho e de uma coisa os adeptos podem ter a certeza. Quem vai assumir o cargo é um sportinguista puro. Basta dizer que estamos perante um filiado cinquentenário, cujo número de sócio não engana.
No cartão de Paulo de Andrade está o número 1.336. Como nasceu esta veia sportinguista? “Toda a minha família é sportinguista. O meu pai é também sócio cinquentenário e, actualmente, em minha casa, tanto a minha mulher como os meus filhos sofrem com o clube. Em minha casa respira-se verde.”
Quem é quem
Nome: Paulo Jorge Marcelino Baptista de Andrade
Data de nascimento:
28 de Dezembro de 1951 (52 anos)
Sócio do Sporting, número 1336
Formado em Finanças pelo Instituto Superior de Economia
Mestrado europeu de gestão de organização desportiva; curso promovido pelo COI, tirado em sete cidades europeias: Roma, Madrid, Barcelona, Luxemburgo, Paris, Lausanne, Lisboa e Lyon
Mestrado em gestão desportiva pela Faculdade de Motricidade Humana, onde dá aulas desta cadeira
Presidente do Conselho de Administração da empresa de serviços públicos de Cascais (ESUC)
Membro do Comité Económico e Social da União Europeia
Membro da Assembleia Municipal da C. M Cascais
Membro do Conselho de estratégia empresarial da AIP
Presidente da Confederação de Comércio Grossista Portuguesa
Vice-presidente da Confederação de Comércio de Portugal
DESPORTO
Presidente da Federação Portuguesa de Ténis (1997/2001)
Praticante federado de voleibol, pelo Clube Nacional de Ginástica da Parede, até 1976
34º jogador do ranking nacional de ténis
Antigo vice-presidente do Clube de Ginástica da Parede
Antigo vice-presidente do Clube de Campo D. Carlos I, em Cascais
Antigo presidente do Clube de Ténis do Estoril
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