A Sporting SAD registou lucros de 9,5 milhões de euros no primeiro semestre desta época, ou seja, no período compreendido entre 1 de julho e 31 de dezembro.

 "Este resultado demonstra a resiliência da Sporting SAD e o início da estabilização dos efeitos adversos causados pela pandemia, que tinham causado o resultado negativo de 6,9 milhões de euros do período homólogo", pode ler-se no relatório e contas publicado esta noite na CMVM.

No final do primeiro trimestre, ou seja dados relativos ao período entre 1 de julho e 30 de setembro de 2021, o Sporting anunciara lucros de 18,7 milhões de euros (contra os 4,2 milhões de euros negativos do período homólogo).

Os leões anunciaram o "melhor resultado operacional de sempre sem transações com jogadores, no valor de 20,9 milhões de euros." "É a primeira vez em sete épocas que este resultado é positivo, considerando os períodos homólogos", informam os leões.

"Do ponto de vista financeiro, até ao momento, a disputa da fase de grupos da UEFA Champions League representa 27,7 milhões de euros pelo acesso à fase referida, 8,4 milhões de euros pelas vitórias (…) na fase de grupos e 9,6 milhões de euros a reconhecer pela passagem aos oitavos-de-final, totalizando 45,7 milhões de euros", aponta a SAD verde e branca.

 

Gastos com pessoal aumentam 

Globalmente, "o resultado operacional é de 16,5 milhões de euros, que contrasta, em larga escala, com o valor negativo de 1,2 milhões de euros verificado no período homólogo."

O Sporting salienta, ainda assim, que "gastos e perdas operacionais sem transações de jogadores sofreram um acréscimo de 29% (13,4 milhões de euros) devido a duas principais rubricas: gastos com pessoal e fornecimentos e serviços externos." "Porém, esta subida é maioritariamente causada por efeitos positivos, por consequência de mérito desportivo e de crescimento de performance operacional", acrescenta a sociedade liderada por Frederico Varandas. 

O valor em causa passou de 45,5 milhões de euros em dezembro de 20202 para 58,8 milhões em dezembro 2021 (8,6 M€ a mais em gastos com pessoal). "A subida dos gastos com pessoal em 8,6 milhões de euros está relacionada, na sua maior parte, ao pagamento de prémios, fruto do êxito desportivo – 5,7 milhões de euros (campeões nacionais e entrada na UEFA Champions League) e também indemnizações em virtude da reestruturação do plantel – 1,6 milhões de euros."

Volume de negócios perto dos 90 milhões

De resto, a SAD leonina dá nota de um "volume de negócios semestral de 89,1 milhões de euros, incluindo os rendimentos com a participação na fase de grupos da UEFA Champions League no valor de 36,2 milhões de euros e excluindo 9,6 milhões de euros relativos à passagem aos oitavos-de-final a reconhecer no segundo semestre."

O montante referido "representa um aumento de mais de 44% face ao período homólogo, revelando um claro compromisso com o seu crescimento e sustentabilidade financeira." Além das receitas resultantes da Champions, os verdes e brancos assinalam ainda que a "recuperação da receita de bilheteira" ficou situada "nos 8,2 milhões de euros, em virtude da abertura dos estádios, com possibilidade de realização de jogos com lotação completa a partir de outubro, e que contrasta enormemente com o valor nulo no período homólogo onde todos os jogos foram realizados à porta fechada."

Troca com o FC Porto sem impacto

O Sporting faz questão de deixar bem claro nesta informação à CMVM que a troca de "Rodrigo Fernandes por Marco Cruz", com o FC Porto,  "no valor de 11 milhões de euros" fez-se " sem impacto em resultados."

"A Sporting SAD efetuou uma operação de troca do jogador Rodrigo Fernandes pelo jogador Marco Cruz, da FC Porto SAD, valorizando esta operação em 11 milhões de euros. Esta operação tem subjacente um forte racional desportivo e um valor razoável e sustentado para a Sporting SAD. Esta transação teve um impacto nulo nos resultados e no ativo intangível – plantel da Sporting SAD decorrente da interpretação prevista nas IFRS/IAS (normativo contabilístico internacional utilizado pela Sporting SAD), mais especificamente o IAS 38, que estabelece que na existência de uma troca de activos não monetários, e apesar de existir a sustentação do valor atribuído ao jogador cedido, o reconhecimento contabilístico deverá ser efectuado utilizando o valor de balanço do ativo cedido, neste caso o do jogador Rodrigo Fernandes que, à data da transacção, era zero."