Cândido: «Só se fosse maluco voltava a Guimarães»

Cândido: «Só se fosse maluco voltava a Guimarães»

CÂNDIDO não mais vai esquecer o tempo que passou a tentar rescindir o seu contrato com o Vitória de Guimarães. A última semana foi decisiva: conseguiu finalmente a desvinculação aos minhotos e assinou um contrato de dois anos com o Vitória de Setúbal, que o fará regressar a um clube do qual guarda as melhores recordações.

Aos 30 anos, o guarda-redes quer estabilizar a carreira, depois de, nas últimas três épocas, ter passado por cinco clubes – Boavista, Maia, Desp. Aves, V. Guimarães e Imortal. Mas é o passado recente que não sai da memória deste jogador nascido próximo de Viana do Castelo.

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Com a sua situação definida, Cândido explica como passou os últimos meses: "Quando fui para o Imortal, em Janeiro, tinha por objectivo desvincular-me do Vitória de Guimarães. Mas não foi tarefa fácil, ao contrário do que chegou a ser divulgado na Comunicação Social. Desde Janeiro entrei em contacto com os responsáveis do clube no sentido de rescindir. Já em Março, chegámos a um acordo e desloquei-me propositadamente de Albufeira a Guimarães para assinar a rescisão. Qual não foi a minha surpresa quando cheguei ao notário à hora marcada e recebi um telefonema onde me comunicaram que não me davam a rescisão, porque contavam comigo na próxima época".

O problema acabou por se resolver, mas não foi assim tão fácil, como conta: "Passados alguns dias, comigo sempre a insistir na rescisão, surgiu a possibilidade, que considero hilariante, de voltar a Guimarães ainda em Março. A minha resposta foi só uma: só se fosse maluco! Sempre me disseram para ter paciência porque teria de regressar. Aliás, até me falaram na possibilidade de renovar o contrato. No entanto, fiz tanta pressão, principalmente a partir do final de Março, que eles acabaram por ceder".

Fazendo questão de colocar "um ponto final no passado", Cândido deixa ainda duas achegas à sua passagem pelos minhotos: "Como é que a Direcção consegue tratar um jogador, que por coincidência é meu irmão, da forma como trataram o Rego? Depois, tenho de dizer que Guimarães é uma cidade muito ligada ao futebol e os sócios merecem maior tranquilidade no clube. Aliás, espero que deixem trabalhar o Augusto Inácio, que é uma pessoa muito competente e é capaz de mudar a equipa para melhor."

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Pensar em Setúbal

Esquecido o Vitória de Guimarães, o guarda-redes vira-se agora para Setúbal, onde esteve a jogar entre 1995 e 1997. "Quero ajudar o Vitória a ser um clube estável na I Liga, depois da instabilidade que o manteve por quatro vezes na II Liga nos últimos 10 anos. É o que Direcção pretende e, estou certo, é o que a equipa técnica e os jogadores tentarão cumprir. Estou muito contente por voltar, tal como a minha família, que está comigo todos os dias e pôde ver a satisfação com que encarei este regresso", explicou.

Para trás, ficam experiências no Bessa e em Guimarães que não deixam muito boas memórias: "Infelizmente no Boavista não tive grandes oportunidades e em Guimarães foi a primeira vez na minha carreira em que as coisas não correram bem em termos desportivos. No Imortal, para onde fui por vontade minha, individualmente correu bem, e tenho de agradecer a oportunidade ao prof. Neca. Em termos colectivos, lutámos até à última jornada mas não atingimos o objectivo a que nos propusemos".

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«Duas épocas excelentes»

O regresso de Cândido a Setúbal dá-se também por motivos sentimentais. O guarda-redes diz ter passado no clube "duas épocas excelentes, talvez mesmo as melhores da minha carreira" e, por isso, a forma como decorreram as negociações: "Houve uma troca de palavras que depois se transformou em acordo verbal. Não hesitei em aceitar e, aliás, quando isso aconteceu ainda não havia a certeza de que o clube iria subir à I Liga. Aliás, se o Setúbal tivesse continuado na II Liga, por vontade minha, tinha todo o gosto em representar o clube, embora o meu objectivo, quando fui para o Imortal, tenha sido o de rescindir com o Guimarães para procurar uma equipa da I Liga".

Para além das boas recordações, o jogador vai voltar com gosto a um clube que bem conhece: "É uma casa onde fui sempre muito bem tratado, pela massa associativa e pelas pessoas ligadas ao Vitória. É um clube histórico, de uma cidade que adora futebol e a prová-lo foram as 28 mil pessoas que assistiram ao jogo da subida de divisão".

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