Jota Silva e a entrega durante os jogos: «Pode não parecer, mas estou sempre cansado»

Extremo do V. Guimarães confessa que aprendeu a "ferrar a língua" quando jogava nas distritais

• Foto: José Gageiro/Movephoto

Protagonista do mais recente episódio do podcast 'Dezanove 22', Jota Silva, extremo do V. Guimarães, abordou várias temáticas, incluindo a sua aparente inesgotável energia e entrega total durante os encontros, que já se tornou imagem de marca. Apesar de não o mostrar, o atacante admite que sente o peso desse esforço.

"Estou sempre cansado. As pessoas podem pensar que não, mas eu noto o cansaço. Pode não parecer. Tudo depende da mente. Perto do fim, quando o resultado não é aquele que nós queremos, vamos até ao fim das nossas forças, dando sempre mais um bocadinho. Mas sou humano", explicou Jota Silva, revelando que essa forma de abordar as partidas já vem do início da carreira como sénior: "Ferro muito a língua e aprendi a fazê-lo na distrital. Ali não se vê bom futebol, conta muito a vontade dos jogadores. Ganha quem é mais forte a discutir a bola. Isso acabou por moldar a minha personalidade. E a verdade é que muitos jogos do primeiro escalão não são decididos pela qualidade. Dependem muito daquilo que tu corres, dos duelos em que te envolves, de meter o pé."

Nesse sentido, o português, de 24 anos, promete aos adeptos manter a mesma atitude dentro de campo. "Podem continuar a esperar de mim tudo aquilo que tenho sido em entrega e trabalho. Quero evoluir, mas o empenho jamais faltará. Quanto à equipa, igual. Vamos entrar em todos os jogos com a mentalidade certa para ganhar. Trabalhamos todas as semanas para ganhar e somos os primeiros a ficar frustrados quando não conseguimos", sublinhou o extremo, voltando a elogiar a união do grupo de trabalho.

"O grupo é excelente. São incríveis. Quem joga e quem não joga, o ambiente é sempre muito bom. Já era assim na época passada. Estamos todos virados para o mesmo. No final da época passada, não contavam os minutos que fizeram cada um. O que contou é que o Vitória SC se qualificou para a Europa. Foi o plantel", frisou, sem esconder ainda assim a azia que todos sentem quando não jogam: "Apesar disso, quando não jogo, entro no modo Afonso Freitas. Aliás, entramos todos. Ficamos um bocado chateados, mas nunca deixamos de torcer por quem está lá dentro a jogar."

Durante a longa conversa, houve também tempo para recordar a estreia no D. Afonso Henriques, em jogo europeu frente ao Puskás Académia. "Não estava habituado a jogar com mais de 300 pessoas na bancada e nesse jogo estavam cerca de 15 mil adeptos. Foi um choque, mas sempre lutei por isso e espero jogar em estádios ainda mais cheios", referiu, admitindo ter sentido o impacto da mudança de contexto: "Era o meu primeiro jogo da época, vinha da 2.ª Liga e ainda por cima alinhei de início ao serviço de um clube de grande dimensão. Era a minha estreia numa prova europeia e, naturalmente, foi um momento especial. Joguei arrepiado durante os primeiros 15 minutos. Mal ouvi tocar o hino e ao olhar para aquelas pessoas todas, pensei assim: ‘onde é que eu estou?’ Felizmente, as coisas começaram a sair bem. Lembro-me por exemplo de ter sido muito aplaudido quando fiz um corte de carrinho, a travar um contra-ataque perigoso do adversário. Parecia que a bancada ia para cima de mim. Desceram todos a bancada. Foi um jogo muito especial e correu tudo bem, tanto individualmente como coletivamente."

Já sobre os duelos com o Sp. Braga e Boavista, Jota Silva reconheceu que há sempre uma motivação especial. "O chip muda sempre nesses jogos. Não vou dizer que jogamos sempre de forma igual. Encaro todos os jogos sempre da mesma maneira, não me preparo melhor para uns e pior para outros, mas os dérbis são sempre especiais. Vive-se uma atmosfera diferente. São jogos bons e divertidos", concluiu.

Por Record
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