Paulo Autuori recusa ser o salvador do V. Guimarães

COMO "nada é impossível", disse-o Pimenta Machado aos cerca de dez associados que sexta-feira à tarde esperavam pela chegada ao complexo desportivo do novo treinador do V. Guimarães, Paulo Autuori está de regresso a Portugal para assinar um contrato de três anos com o clube que começou por servir em 86/87 na qualidade de adjunto do seu compatriota Marinho Peres.

Retornou em 89/90 para conquistar o 4º lugar. Mas a época seguinte começou com problemas de vária espécie e o técnico brasileiro, que a generalidade dos adeptos portugueses reconhecem como um "gentleman", saiu incompatibilizado com Pimenta Machado depois de empatar (0-0) frente ao Gil Vicente. "Recebi garantias de pessoas em quem acredito", explicou sem guardar rancor do passado. "Tivemos divergências, até pelo tipo de personalidades distintas, mas haverá seguramente respeito mútuo porque confio nas pessoas e na instituição", assegurou.

Sendo ou não um bom presságio, uma vez que o clube minhoto vive particularmente um momento de alguma turbulência, o regresso marcado para sexta-feira de manhã não poderia ser mais Divino com o Bispo D. Ximenes Belo, de visita a Portugal para participar na cerimónia da Beatificação de Fátima depois de 14 dias de férias no Brasil, a aterrar no Porto simultaneamente com Paulo Autuori. "Mas eu não sou o salvador", disse o técnico confrontando com os problemas que se abateram sobre a colectividade vimaranense nos últimos dias.

"Nesta primeira época vamos lutar para retomar o caminho das competições europeias. Ser campeão? Conheço a realidade do futebol português e tenho os pés bem assentes no chão. Espero construir uma equipa forte e competitiva para que gradualmente o Vitória possa diminuir a sua distância em relação àqueles que lutam pelo título de campeão. Planear é fácil, o mais difícil é saber lidar com realidades e grupos", anunciou a propósito dos objectivos propostos.

Paulo Autuori confia que o projecto da edificação da SAD para meados de Outubro contribuirá significativamente para o "fortalecimento e engrandecimento do clube", evolução que se traduzirá essencialmente na compra de "jogadores que façam a diferença". Com muito trabalho pela frente durante os 15 dias de estada para preparar a pré-temporada e resolver um sem-número de assuntos pendentes, o técnico brasileiro desvaloriza os poderes para ter a exclusividade na contratação dos reforços: "Não tenho essa vaidade. O importante é que as aquisições sejam feitas pela positiva e em que todos estejam envolvidos, porque só assim estamos em conjunto comprometidos com todo o processo."

Depois dos encontros no Rio de Janeiro que conduziram à sua contratação, Paulo Autuori já esteve sexta-feira à tarde reunido com Pimenta Machado e à noite assistiu ao jogo com o Salgueiros.

MARCO AURÉLIO

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