Rui Rodrigues destaca trabalho de recuperação das contas da SAD
Dias depois de divulgar as melhores contas da história da SAD, a direção do Vitória prepara-se agora para apresentar e discutir os resultados com os associados, numa assembleia geral agendada para sexta-feira.
Antes da reunião magna, Rui Rodrigues, vice-presidente dos minhotos para a área financeira, lançou um olhar preliminar sobre o exercício 2024/25, no qual foi registado um lucro histórico de 7,6 M€. Números que, segundo o dirigente, atestam a grande recuperação financeira que foi conseguida pela atual direção.
"Esta época foi a melhor de todas da história do Vitória, em termos daquilo que são os resultados e os proveitos. Há que reconhecer, porque isso é factual. Se tirarmos aquele negócio maquilhado com o FC Porto, que tivemos que assumir nestes três anos, com 9,7 milhões de euros de amortizações, o nosso conjunto de resultado líquido é positivo quase em 4 milhões de euros. Portanto, estamos a falar de uma performance muito positiva dentro de um contexto extremamente delicado quando entrámos. Invertemos um resultado negativo de 13,7 milhões de euros para um resultado positivo, passados três anos, de 7,6 milhões. Ou seja, temos aqui uma recuperação de 20 milhões de euros. Evidentemente, que o nosso objetivo é replicar e criar estabilidade para que fiquemos mais fortes e possamos reforçar a nossa posição financeira, sobretudo a nível de capitais próprios", referiu o responsável, em entrevista ao Desportivo de Guimarães, sem esconder que ainda há muito trabalho pela frentes e desafios variados para ultrapassar.
"Houve sucesso no mandato, mas não quer dizer que temos a vida resolvida. Temos outros desafios pela frente para tentar valorizar ao máximo os nossos ativos, porque só dessa forma é que conseguimos ter sustentabilidade e independência sobre a entrada de terceiros, O último exercício vem-nos dizer que estamos a trabalhar bem e que o clube, efetivamente, está melhor do que estava, fruto do trabalho de toda a gente, da administração e de todos os funcionários. Há um empenho de todos e temos a certeza que, com a união que sentimos e com a vontade de todos, as coisas vão continuar no caminho certo", frisou.
Uma das grandes fontes de receita do exercício referente à época transata foram as vendas de passes, que atingiram perto de 50 M€. No entanto, deste valor apenas 27 M€ entraram nos cofres, o que, de acordo com Rui Rodrigues, tem várias explicações. "Entre a venda bruta e a venda líquida, temos que perceber que há os agentes pelo meio, os clubes, os atletas, os mecanismos de solidariedade, o desconto que temos que fazer antecipado dessas vendas porque a nossa necessidade financeira assim o obriga… Temos que descontar esse dinheiro… Temos os juros a pagar à cabeça e, portanto, a venda e a subtração dessas componentes todas dá-nos o valor líquido. Tentamos negociar da melhor forma e obter o máximo de dinheiro porque também significa que vamos estar mais descansados no que é o dia de amanhã, mas há que tentar perceber que há todo um conjunto de pessoas, de clubes, de intermediários a quem pagar", apontou.
Apesar dos indicadores positivos, o passivo tem merecido atenção da parte dos adeptos pelo facto de aumentar consecutivamente. Rui Rodrigues garantiu, ainda assim, que não há motivo para alarme. "Fala-se muito daquilo que é o nosso passivo. Em 2022, tínhamos um passivo exigível à volta dos 44 milhões de euros. Agora aumentámos 3,2 milhões de euros. O passivo exigível é aquilo que temos mesmo que pagar. O passivo total vem de 52 milhões de euros e chegou aos 69, mas grande parte deste passivo são de operações de factoring que fazemos, ou seja, vendemos os atletas e os fundos que nos descontam não têm confiança no mercado ou nos clubes para onde eles vão e obrigam-nos a fazer o desconto com o recurso. Significa que quando o dinheiro entra na conta do Vitória, aumentamos o passivo, mas mantemos o ativo que é a dívida que aquele clube tem connosco. Normalmente, fazemos um negócio para um clube que tenha a sua condição estável, por exemplo, o Manu para o Benfica, o Alberto para a Juventus… Como é um clube fidedigno, não tem recurso, o que significa que quando recebemos o dinheiro, só desaparece o ativo, a dívida do cliente. A maior parte das vendas são feitas com pagamentos em 2, 3 anos, portanto os clubes são obrigados a pagar diretamente ao fundo e, nesse momento, desaparece o passivo e desaparece o ativo, o que significa que não é exigível", explicou.
Ainda de acordo com o dirigente, as bases para um futuro mais tranquilo estão lançadas. Além das verbas com vendas que ainda não entraram neste exercício, a rondar os 8,3 M€, a SAD ganhará nova almofada financeira a partir de dezembro, com o fim da antecipação das receitas televisivas. "São mais 6 milhões de euros por época, são mais 600 mil euros que entram todos os meses. Para quem não tinha nada ou tinha pouco, já é uma ajuda significativa e importante para a aplicação das estratégias e para o futuro do Vitória. Dá-nos mais tranquilidade, sem dúvida nenhuma, e até nos pode ajudar a ter poder negocial na reestruturação da dívida, porque não temos nada para dar como garantia. Nós temos um financiamento com um grupo financeiro em que o Vitória não deu garantia nenhuma e, por isso, é que temos uma taxa elevada. Temos que nos fazer valer de alguma garantia para poder baixar as taxas e renegociar a dívida. Ninguém nos ia fazer um financiamento de reestruturação da dívida quando não tínhamos nada para dar", afirmou, recusando-se a antecipar receitas para lá do final do mandato.
"Temos um mandato e a responsabilidade sobre o que foi proposto há meio ano atrás aos sócios. Tudo o que for feito dentro daquilo que é o nosso mandato para fazer face às nossas estratégias e ao que acreditamos que seja o sucesso do Vitória, assim faremos. Agora, antecipar receitas para lá do nosso mandato, nunca na vida tomaremos uma decisão dessas sem levar o assunto à Assembleia Geral. O mais importante neste momento é tentarmos reestruturar a dívida e o mais lógico é alocar essa garantia dos direitos televisivos, porque precisamos, efetivamente, de baixar os custos financeiros", concluiu.
Rui Rodrigues assume que o clube necessita de estabilidade
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