Lúcio Rocha: «Acordaram-me e tinha o telemóvel cheio de mensagens»

• Foto: André Sanano/FPF

Ao segundo dia de preparação da Seleção Nacional no Mundial de futsal no Uzbequistão, Lúcio Rocha ficou a saber que foi eleito Melhor Jogador Jovem do Mundo. O ala de 20 anos do Benfica não escondeu a sua satisfação.

"Sinto-me muito feliz, fui apanhado desprevenido, mas é um sentimento muito bom, algo pelo qual trabalhei muito tempo e é muito bom ganhar um prémio e ter um reconhecimento destes", começou por referir, antes de revelar como soube da notícia: "Estava a dormir, não passei a noite muito bem, mas estava a descansar e tocaram à campainha no quarto, na brincadeira, nem sei quem foi. Acordei e tinha muitas mensagens no telemóvel, foi na hora que saiu, fiquei a saber nessa altura."

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Campeão da Europa sub-19, melhor jogador do torneio, agora no Mundial sénior e eleito Melhor Jogador Jovem do Mundo, Lúcio Rocha nem acredita que tudo está a acontecer em tão pouco tempo. "Sinceramente, não, não estava à espera. Já tinha comentado com alguns colegas que eram sonhos tornados realidade, nem nos meus melhores sonhos imaginava que fosse assim, tão rápido, tantas coisas boas a virem ao mesmo tempo, mas trabalhei para tudo isto, esforcei-me diariamente e, com a ajuda da minha família e dos meus amigos, dos treinadores no meu clube, no Benfica, consegui conquistar isto tudo, é muito bom", assumiu.

Mas o Melhor Jogador Jovem do Mundo não quer ficar por aqui e não escondeu as suas ambições. "O sonho maior é ganhar o Mundial por Portugal! Estou muito ansioso e quero ajudar a equipa e estes grandes jogadores. Somos uma família e quero provar que podem confiar em mim e ajudá-los a cada jogo para que esse sonho possa estar cada vez mais perto", declarou, antes de desvendar como é conviver com um grupo de campeões da Europa e do Mundo: "Sabia que não ia ser difícil integrar-me, porque já convivia com alguns deles. São todos assim como eu, extrovertidos, acolhem muito bem os seus e acho que isso é uma das bases para se construir não uma equipa, mas uma família. Estar com eles é estar feliz a todo o momento, levamo-nos ao limite, damos tudo de nós, olhamos para o colega do lado e pensamos: ‘Se ele está a dar 110%, como é que não vou dar 110 também?’ Motivam-nos dia após dia e é muito bom estar aqui, sinto-me em casa."

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Os melhores não sentem nervosismo antes da maior competição do mundo, defende, apesar de assumir alguma... ansiedade. "Não é tanto nervosismo, mas uma ansiedade, porque a pressão não é algo que me deixe atrapalhado, até acaba por ser bom. Neste desporto, quanto melhores formos, entre aspas, mais pressão vai haver e sabendo os companheiros que tenho, tanto a nível de clube, como aqui na Seleção, acho que não pode haver nervosismo. Mas estou um bocado ansioso, acho que é mais isso", atira.

Desafiado a  comentar se podia ser considerado como o ‘Espalha-brasas’ a que Roberto Martínez chamou Francisco Conceição na Seleção Nacional, o futsalista não desarmou, mesmo soltando uma gargalhada. "(risos) Não sei se sou o ‘espalha-brasas’ ou não, se for uma boa característica, posso ser, sem problema algum. Mas é algo engraçado (risos)", assumiu.

Em contagem decrescente para o arranque do Mundial, Lúcio Rocha perspetivou o que aí vem. "É uma fase de grupos difícil, temos equipas com características únicas, tanto o Tajiquistão como o Panamá e também Marrocos, que será o maior desafio. São boas equipas, sabemos que temos de estar concentrados, no nosso melhor se não queremos tropeçar e queremos triunfar sobre elas"; assegurou, antes de se pronunciar sobre Marrocos, a seleção apontada como principal adversário de Portugal na primeira fase: "Todas as equipas trazem preocupações, umas diferentes das outras, mas Marrocos é uma seleção que, além de muita qualidade individual, é muito forte como equipa. Mas a principal característica é jogarem todos um bocado assim como eu, bons ofensivamente, fortes no um contra um. Já jogámos contra uma equipa parecida nesta preparação, Angola, sabemos que é duro, nunca se sabe o que esperar, temos de defender bem, estar concentrados, com a nossa raça, e pensar que ninguém vai passar por nós."

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A rematar, quando desafiado a revelar se tinha um coelho na cartola para o Mundial, disparou: "Espero que sim. Deus queira que não se precise muito, mas se for preciso, espero conseguir fazer qualquer coisa e que consigamos sair com a vitória."

Por Mário Duarte
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