Ivan: «O suor e as lágrimas não têm nacionalidade»

Nascido no Rio de Janeiro há 30 anos, Ivan Dias, internacional português, é um brasileiro naturalizado que defende com raça a camisola das quinas, sendo a prova de que, numa altura em que o caso de Deco continua em discussão, o local onde o atleta nasceu não tem relação com a entrega e amor à camisola.

“Um bom profissional faz o que gosta e com sentido de responsabilidade, sua a camisola seja do clube ou da selecção, com orgulho, empenho e trabalho ao máximo. O suor e as lágrimas não têm preço nem nacionalidade.”

O ala do Freixieiro é filho de pai português e neto de lusos, sendo casado com uma portuguesa, de quem tem uma filha. O atleta assume a ligação que tem a Portugal, cada vez que sai do País: “Quando vou ao Brasil já sinto saudades de cá.”

A primeira chamada à selecção aconteceu quando jogava em Portugal há três anos e ainda não estava naturalizado. “Aceitei com muito orgulho jogar por Portugal”, assume, acrescentando: “Estava muito ligado a Portugal, tive uma adaptação maravilhosa , no fundo já estava enraizado com o País.”

A primeira Internacionalização, aconteceu em 2000, num particular com a França. O jogador recorda o momento: “Vivi com ansiedade os dias anteriores à concentração, pois não sabia como ia ser visto pelos outros atletas. Mas fui muito bem recebido.”

Sobre a questão do hino nacional, é peremptório: “Quantos portugueses não sabem a letra?” E acrescenta: “O que interessa é a dedicação à selecção, ganhar respeito, mostrar qualidade e rigor.”

Para terminar, Ivan apresenta alguns pontos que o unem a Deco, que vive agora a primeira chamada à Selecção lusa de futebol: “Ambos somos dedicados à modalidade que praticamos, fazemos da garra, do valor, da entrega e do empenho os trunfos para triunfar em Portugal.”

Uma aposta ganha de Orlando Duarte

Exemplo para os jovens, pelas qualidades humanas e profissionais, Ivan tem-se destacado na selecção nacional, mostrando ser uma aposta ganha de Orlando Duarte. A primeira vez que defendeu as cores lusas foi em 2000, num jogo particular com a França, em Nisa, onde se estreou com um golo. Recentemente, representou de forma brilhante Portugal, no Europeu, em Itália, onde, apesar de a selecção se ter quedado pela primeira fase, o atleta realizou uma excelente prova: basta relembrar como a sua ausência foi notada ante a Ucrânia.

Orlando Duarte: "Igualdade de direitos e deveres"

Orlando Duarte, seleccionador nacional, apostou em Ivan para representar as cores nacionais.“É português e tem igualdade de direitos e deveres”, justifica, acrescentando: “Desde que tenha qualidades, não vejo razões para não o convocar.”

Sobre a receptividade no grupo de trabalho, Orlando Duarte é claro: “Temos um grupo muito bom e a integração é rápida. Se houvesse quem estivesse mal, que se mudasse.”

O treinador refere o exemplo extremo da selecção italiana, campeã europeia, que “tinha dez jogadores brasileiros, em catorze.” “Vivemos num mundo global, há comentários que já não se justificam”, conclui.

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