Martim Castela é mais um dos nomes a ter em conta no Caxinas, que viu, no miúdo de Leça da Palmeira, o talento necessário para chegar à equipa principal. Ainda à procura de se afirmar nos grandes palcos, o fixo português, de 18 anos, estreou-se a marcar pelos caxineiros frente ao Famalicão (2-1), partida que marcou o regresso às vitórias do lanterna vermelho da Liga Placard.

“Só pensei em festejar com os meus colegas e adeptos, mas é um momento que ficará na minha memória. Senti que era uma forma de retribuir a confiança que têm depositado em mim”, confessou a Record, admitindo que o “mais importante era ajudar o clube”. “A equipa tinha perfeita consciência que precisávamos de dar uma resposta forte, a nós próprios, ao clube e aos nossos adeptos. Não foi só uma vitória tática, foi também muito emocional.”

Numa época que não tem corrido bem ao Caxinas – ocupa o último lugar da Liga com 9 pontos em 12 jogos –, Martim Castela aponta as “ausências por lesão e castigo” como explicação para o momento da equipa, mas espera dar seguimento ao triunfo já frente ao Leões Porto Salvo... que não vence há 5 jogos. “É das melhores equipas da Liga e por isso tudo pode mudar... mas esperemos que tal não aconteça.”

A saltar do trampolim dos juniores para a equipa principal, o Campeão Europeu Sub-19 por Portugal, realça que não é uma situação fácil de gerir. “O mais desafiante é ajustar o ritmo mental e físico de um contexto para outro, especialmente quando jogo em dia seguidos, pois a intensidade e o grau de exigência na equipa principal é muito superior”, frisou, destacando o papel do Caxinas no seu crescimento. “Aqui existe uma cultura de trabalho e de humildade, que te ensina a lutar em cada minuto, a nunca te acomodares e a valorizar a formação como base para tudo.”

Questionado se esta poderá ser a sua época de afirmação, refere que “ainda é cedo, pois existem fatores externos” –está no 1º ano do curso de gestão de desporto na Universidade da Maia.

Benfica parte à frente na corrida

Na luta pelo título de campeão da Liga Placard, Martim Castela coloca o Benfica na ‘pole position’... mas com o Sporting logo atrás. “São ambas as equipas muito fortes, recheadas de grandes craques, mas talvez seja o Benfica que está numa posição ligeiramente melhor para vencer novamente o campeonato nacional. Contudo, dependerá muito de quem estiver em melhor forma na fase decisiva do campeonato”, referiu, admitindo que “gostava muito” de vencer um troféu com as cores do Caxinas.

Relativamente à equipa que mais aprecia, fora os grandes, escolhe o Sp. Braga. “É um clube que tem crescido de forma sustentada, mantendo a sua identidade, e tem uma equipa muito forte, bem organizada e com uma ligação forte com os seus adeptos”, confessou.

Segredo da geração Sub-19

Nem todos os jogadores podem dizer que são Campeões da Europa Sub-19 por Portugal. “Tenho as melhores recordações, que ficarão na minha memória para sempre. Conseguimos vencer com muito mérito, levando de vencida na final o nosso maior e eterno rival a Espanha”, começou por recordar o fixo, que destacou a responsabilidade de representar a seleção ao mais alto nível: “Deu-me uma enorme maturidade e foi motivo de grande orgulho competir com e contra os melhores da tua idade, num contexto onde a exigência é máxima.”

A ligação do grupo foi a chave para o sucesso na competição. “Todos se davam bem, e com a nossa entrega e espírito de sacrifício, representámos com dignidade Portugal”, frisou, ambicionando e desejando um dia chegar à Seleção A.