Paulo Bento: «Nesta altura não equacionaria a Seleção Nacional, depois veremos»

"Era uma falta de bom senso criticar quem quer que fosse por escolher um estrangeiro para orientar a Seleção Nacional", deu conta Paulo Bento

• Foto: Reuters

Paulo Bento defrontou o país-natal como selecionador da Coreia do Sul, no último Mundial do Qatar, e assumiu que não foi fácil. "Defrontar Portugal foi mais difícil do que a ausência do banco. Tenho gente muito competente comigo para o poder fazer como o fizeram [o trabalho no banco]", disse, em entrevista à RTP 3, referindo-se ao jogo de castigo que teve de cumprir, na bancada, diante da equipa das quinas e que confirmou a passagem coreana aos oitavos-de-final da prova.

"Desde o início do sorteio que eu disse que seria um jogo diferente. É a primeira vez que ia defrontar o meu país. Não é comparável a estar num clube e ir defrontar esse mesmo clube. Os sentimentos são diferentes. À medida que se vai aproximando o jogo, esse sentimento vai aumentando. O sentimento é diferente. Do ponto de vista profissional, foi preparado da mesma maneira. Era um jogo extremamente importante para nós, decisivo", acrescentou.

O antigo selecionador nacional referiu que não estava disponível para regressar à Seleção Nacional neste momento, para suceder a Fernando Santos. "Nesta altura não equacionaria. Depois, logo veremos. Não creio que fosse [altura para voltar]", vincou o técnico, de 53 anos, que foi o timoneiro da equipa das quinas entre 2010 e 2014.

Bento analisou também a contratação de Roberto Martínez. "O mais importante do meu ponto de vista é as pessoas acreditarem naquilo que contratam. A Federação acredita no treinador que contratou. Para mim, é um treinador de qualidade e que, obviamente, com a matéria-prima que tem, fazer um trabalho de qualidade na Seleção Nacional. Argumento de ser estrangeiro? Para ser simpático, é uma situação que para mim não tem sentido. Podemos avaliar a qualidade do treinador, aquilo que é o seu trabalho e o que pode vir a oferecer à equipa. E não a nacionalidade. Não temos esse direito. Treinamos clubes e seleções estrangeiros. Era uma falta de bom senso criticar quem quer que fosse por escolher um estrangeiro para orientar a Seleção Nacional", deu conta Paulo Bento, que começou a carreira de técnico no Sporting.

Por Flávio Miguel Silva
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