Portugal-Luxemburgo, 3-0: Goleada ficou na barra

Leia a crónica do Portugal-Luxemburgo (3-0)...

Portugal-Luxemburgo, 3-0: Goleada ficou na barra
Portugal-Luxemburgo, 3-0: Goleada ficou na barra • Foto: Miguel Barreira

A falsa ideia de não existirem impossíveis no futebol marcou ao de leve as horas que antecederam o triunfo fácil de Portugal, o qual colocou um ponto final nas poucas dúvidas que ainda existiam quanto à presença da Seleção no playoff de apuramento para o Mundial’2014. Cada vez acontecem mais surpresas, é um facto, mas nos tempos que correm ainda é impossível (sim, sei qual o peso da palavra) que uma equipa amadora como o Luxemburgo possa ganhar a Portugal, para mais no nosso país.

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Em Coimbra isso confirmou-se para além de qualquer dúvida. Um jogo que se esperava tranquilo, foi-o do primeiro ao último minuto; uma vitória que se queria gorda, estilo 6-0, só não se verificou porque na barra ficaram três “golos feitos” (Coentrão, Nani e Hugo Almeida) Nem foi preciso jogar mais ou melhor do que na sexta-feira. Mais do mesmo bastou. A diferença é que Israel, pelo menos, soube defender.

A entrada de Josué para o lugar de Ruben Micael surgiu como a única “surpresa” de Bento. Varela em vez de Ronaldo e Neto por Pepe era o que se esperava.

Portugal não fez muito na meia hora de entrada, principalmente porque Varela e Nani perdiam bolas com uma frequência inaceitável. Mas a expulsão de Joachim (28’), após entrada violenta sobre André Almeida, deu um pequeno empurrão: Moutinho passou a ter menos preocupações em olhar para o retrovisor, já que era este o avançado que lhe saia ao caminho na fase de construção da equipa portuguesa. Assim, com mais tempo e espaço, o médio do Monaco só precisou de meia dúzia de minutos para fazer a diferença: assistiu Varela (30’) e Nani (36’).

Parados

A forma como Portugal entrou após o intervalo deixou perceber que a prioridade era apenas ganhar o jogo. Nada de forçar rumo à goleada. Tanto que o primeiro remate surgiu apenas ao fim do primeiro quarto de hora. A equipa trocava mal a bola, deixava que o adversário subisse mais vezes no terreno (mesmo a jogar com 10) e permitia remates sem oposição.

Por forma a terminar com a letargia coletiva, Paulo Bento trocou Miguel Veloso por Hugo Almeida. Dois homens de área, como muitas vezes os adeptos reclamam. Mas a verdade é que nada melhorou. Aliás, imaginar que Hugo Almeida pode melhorar algo na equipa é... excessivo.

Curiosamente, o selecionador podia ter aproveitando a lesão de Ricardo Costa, no mesmo minuto, para dar maior dinâmica ao meio-campo. Podia recuar Miguel Veloso para central e dar minutos a um médio criativo (tinha várias opções, de André Martins a Ruben Micael, de Pizzi a Bruma). Mas preferiu ser tradicional: central por central. Na última substituição também trocou lateral por lateral. Opções discutíveis, no mínimo. Mas enquanto for ganhando está coberto de razão.

Como a Rússia ganhava no Azerbaijão (acabou por empatar), para Portugal a goleada já não fazia qualquer falta (os russos tinham de perder). Mesmo assim lá surgiu o cada vez mais inevitável golo de Hélder Postiga, novamente na sequência de uma ação de Moutinho (desvia de cabeça a bola bombeada por Josué). O avançado ainda tentou pedir aos colegas um esforço final, apontando para o relógio. Faltavam 12 minutos. Dava para mais, claro que sim, mas na verdade ninguém tinha assim tanta vontade.

Portugal está agora a dois jogos de marcar presença no Mundial do Brasil. A qualificação para o playoff foi muito fácil. Deu para tudo. Em novembro a história será diferente.

NOTA TÉCNICA (notas de 0 a 5)

Paulo Bento fez bem em trocar Ruben Micael por Josué. Tentou um abanão na equipa, na segunda parte, mas a resposta foi fraca. Contudo... ganhou. (3)

Luc Holtz não tem jogadores para tentar fazer seja o que for. E a jogar com menos um, desde o minuto 28, só podia tentar escapar da goleada. Foi quase. (2)

ÁRBITRO: Bullent Yildrim (Turquia). Os luxemburgueses não facilitaram a vida ao turco Yildrim. Antes ainda de expulsar Joachim, evitou mostrar um amarelo. Também perdoou Philipps (amarelo em vez de vermelho), mas percebeu-se que se ele quisesse levar tudo à letra de lei, provavelmente o jogo não chegaria ao fim... por falta de jogadores no lado do visitante. Assim, a paciência dele compensou e tudo melhorou após o intervalo. Tudo está bem quando acaba bem. (4)

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