O terceiro e último dia do Thinkin Football Summit arrancou com um painel vocacionado a analisar a revolução que se está a assistir no futebol da Arábia Saudita e contou com a presença, através de vídeo-conferência, dos treinadores Pedro Emanuel e Luís Castro e o extremo Fábio Martins.
Experiências na primeira pessoa sobre a evolução do fenómeno e quais são os alicerces da sustentabilidade, na certeza que todos os convidados assumiram o elevado investimento financeiro como o grande argumento para esta explosão, mas também defenderam a competitividade da prova e o respeito apaixonado do público como os principais argumentos para manter a projeção pretendida.
Pedro Emanuel, treinador do Al Khaleej:
Quem ia para a Arábia Saudita ia apenas por um motivo. O que encontrou, o que é a Liga Saudita e a evolução que se registou?
"Estou cá desde 2018 e senti a evolução. O impacto inicial foi enorme para aquilo que estava habituado, mas a mentalidade não estava a evoluir. Essa é que é a grande diferença. Não só o elevado investimento, mas sobretudo a mentalidade e organização. De 2018 para cá as condições de trabalho são muito melhores. A Arábia Saudita quer abrir-se ao mundo e é verdade que para o exterior a evolução mais é visível com a chegada de grande jogadores. Acredito que esta época será um ano zero para o plano estipulado."
A Liga pode ser uma das melhores do mundo?
"Quero começar pelo jogador saudita. Não pode ter a mentalidade de há 10 anos. A exigência é superior e eles têm essa noção. Antes eram cinco estrangeiros, agora o limite são oito. Esta mudança também é importante para o jogador local. Há uma paixão simples, mas genuína de todos. Fui ver um jogo do rival da nossa cidade e os adeptos deles ficaram contentes por estarmos lá no meio deles. É uma forma de viver apaixonada diferente. Esta evolução é para continuar e a minha continuidade também tem muito a haver com a exigência superior. Acredito que as pessoas possam estar algo desiludidas com a competitividade, mas é precise esclarecer que a média da temperatura às 9 da noite é de 36 graus e com 70 por centro de humidade. Temos jogos com 105 e 110 minutos. É um contexto de natureza complicada. Algumas destas condicionantes são importantes para o público ter a noção de que o ritmo não é tão elevado como o pretendido. O mês de Agosto na Arábia Saudita não é um contexto fácil, mas acredito que com a adaptação a evolução será notória.
Podem dizer que estou a ser hipócrita, mas a paixão é genuína e o respeito é transversal. Sinto que tenho uma imagem respeitada. Sou sempre bem recebido em qualquer lado e o futebol é isto. Paixão aguerrida, mas sem nunca passar o respeito necessário e aqui estão bem presentes essas condições. Independentemente do que possam dizer o príncipe da Arábia Saudita o que posso dizer que tudo o que tenho à disposição foi proporcionado por ele. A transformação é global a todos os níveis da sociedade. Se terá o sucesso pretendido só o futuro o dirá, mas as condições estão a ser criadas e essa é que é a nossa missão. Ajudar ao desenvolvimento com a nossa experiência e grau de exigência. Isto é só o começo e o futuro na Arábia Saudita."
Qual é o próximo passo no sentido de melhorar o futebol saudita?
"A sustentabilidade deste projecto necessita de consistência que o Governo quer conferir. O caminho é tornar a Liga saudita uma das melhores do mundo e acredito que o será nos próximos anos. Quantos mais países assistirem a este campeonato, melhor e mais consistente será o desenvolvimento do futebol."
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