Queiroz e a experiência com Ronaldo e Rooney: «Nem dois meses depois, Giggs entrou no meu gabinete...»

Treinador recorda tempos do Manchester United e fala da evolução dos "jogadores românticos" aos jogadores "indústria"

Carlos Queiroz foi um dos oradores do 3.º e último dia do Thinking Football Summit e recordou os tempos do Manchester United, abordando também a evolução dos "jogadores românticos" aos jogadores "indústria" e a "ansiedade" por treinar as grandes estrelas. 

Manchester United:

 "Quando comecei no Man. United a fazer experiências, fizemo-lo com Cristiano Ronaldo e Rooney. Tínhamos um equipamento que fazia com que recebessem toda a informação dos parâmetros de performance nos jogos. Mas depois introduzimos outro parâmetro que foi comparar aos melhores da liga nas suas posições. Viam o que tinham feito no último jogo. Isto foi importante para estimular e a desenvolver esse desejo de a cada dia ser melhor. Não tanto a ideia do trabalho, do esforço, mas de uma competição entre si próprio todos os dias. Nem passados dois meses, Giggs entrou no meu gabinete e perguntou por que é que só eles dois tinham esses resultados. Decidimos estender a todos. Hoje, os jogadores têm uma experiência e um conhecimento do treino muito melhor do que a que existia. Eles próprios estão numa fase de evolução e de competição consigo próprios".

Manchester United:

Dos românticos aos 'industriais': "Tivemos jogadores românticos, jogadores profissionais, depois jogadores-empresas e agora temos quatro ou cinco lá em cima que são quase verdadeiras indústrias. É nesta harmonia e nesta competitividade que o futebol moderno vive hoje. É um futebol mais espetacular, mais belo. Ganhou uma dimensão cultura e social mais bela e mais técnica".

O que o faz sentar-se a ver um jogo: "Gostar do jogo. Nasci na casa de um jogador e de um treinador. Quando se nasce na casa de um jogador e de um treinador é fácil ser apaixonado pelo jogo. Não podemos perder no treino e na formação essa habilidade de os tornar jogadores mais competentes, mais efetivos, mais assertivos, mas sem perder o amor do jogo. Eu ganhei essa paixão quando era pequeno. Há pessoas que quando almoçam bem decidem não jantar, outras que ganham um prémio e decidem não trabalhar mais. É respeitável. Mas os que eu vi ao meu lado fazerem a diferença percebi que só o amor pelo jogo faz alguns jogadores continuarem a querer ir em frente".

Ansiedade por treinar os melhores: "Aprendemos muito quando estamos junto a talentos e pessoas enormes. Quando se treina Ronaldo Fenómeno, Cristiano Ronaldo, Zidane às vezes até se sente uma certa ansiedade. São génios. Para eles é tudo normal. Para nós é que é anormal. Saber gerir esta mensagem sem que eles percam a missão e para que continuem a ser cada vez melhores sem fazer dos resultados dramas é difícil, mas é apetecível. Se compararmos o perfil de jogo de Messi, Cristiano Ronaldo, Pelé, Eusébio, Romário, Ronaldo Fenómeno temos os grandes solistas que fazem as equipas ganhar. E temos também os maestros que fazem a equipa toda jogar".

Por Pedro Morais
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