Rally de Lisboa volta a inovar
A quarta edição da prova é este fim de semana, com algumas novidades no traçado, entre elas uma superespecial na Marina de Cascais. Prova define o vencedor da Taça de Portugal e organização espera 80 mil espectadores.

O Rally de Lisboa dá mais um passo em frente no seu crescimento, ao partir para a quarta edição com novidades no traçado e, sobretudo, uma enorme vontade de manter o trajeto ascendente na notoriedade no plano interno e além-fronteiras. O Clube de Promoção de Karting e Automobilismo (CPKA) organiza a competição que trouxe de volta à Grande Lisboa as emoções dos ralis, passando por alguns troços que ajudaram a construir parte da história dos desportos motorizados em Portugal.
A prova está aí à porta, entre os dias 6 e 8, e a expectativa é elevada relativamente à adesão do público, depois de há um ano ter sido registada uma afluência entre as 70 e as 80 mil pessoas. “Temos apostado fortemente, todos os anos, na promoção do evento. Teremos transmissão de classificativas em ‘streaming’. Temos tido muito público e esperamos, pelo menos, estar ao nível das edições anteriores. Temos estes trunfos a nível do trajeto para cativar os espectadores”, explica Humberto Silva, presidente do CPKA.
E esses trunfos passam pela aposta em troços com tradição, como Alcabideche, Montejunto e a Peninha, mas também com a inédita realização de uma superespecial na marina de Cascais, que irá encerrar a competição, ao final da tarde de sábado, dia 8. Olhando ao programa, o primeiro dia é totalmente dedicado a verificações técnicas e administrativas, com a ação reservada para os dias seguintes: a 7, os pilotos farão, de manhã, o “shakedown”, na Tapada de Mafra, sendo que após o almoço haverá a cerimónia protocolar de partida (Padrão dos Descobrimentos), e as primeiras cinco classificativas do rali, com os troços de Mafra, Arranhó, Vila Franca de Xira, Alenquer (que será a mais longa do evento, com 16,23 km) e Montejunto; no dia 8, serão repetidas as anteriores especiais, exceto Montejunto, e juntam-se ao itinerário as passagens por Vinhos de Lisboa, Alcabideche, Peninha e Cascais.
“Descobrimos novos troços na zona oeste. É um rali que mexe. A população que gosta dos ralis sabe que a Peninha e Montejunto eram troços míticos do passado no Rally de Portugal. Conseguimos inovar, voltar a Sintra – que não tinha uma prova deste nível desde a saída do Rally de Portugal daquela zona – e teremos uma superespecial na marina de Cascais. Esta é uma inovação, para tentar dar algum ‘glamour’ à prova e atingir outros patamares”, aponta Humberto Silva, estabelecendo até, salvas as devidas diferenças, algum paralelismo entre este cenário e o encanto proporcionado pela baía do Mónaco na Fórmula 1 e no Mundial de Ralis.
Serão, portanto, 13 Provas Especiais de Classificação (PEC), num total de 102 quilómetros cronometrados e numa prova que envolve nove municípios da região. É a competição que vai atribuir o título da Taça de Portugal de Ralis, o que sucede pelo segundo ano consecutivo, após decisão da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK). “Esta prova, que vai para a quarta edição, é quase um caso de estudo. Um evento que é candidato ao campeonato nacional e que está inserido em vários troféus internacionais”, acrescenta o líder do CPKA. Além da Taça de Portugal, destacam-se categorias como a International Iberian Rally Trophy, a Toyota Gazoo Racing Iberian Cup, o Tour European Rally, Clio Trophy Portugal, Clio Trophy Spain e Sandero Exo Cup Spain.
Esta prova vai proporcionar distintos desafios aos pilotos participantes, atendendo ao traçado composto por asfalto – mas com alguns setores mais abrasivos e outros mais escorregadios, dificultando as previsões de aderência – e aos percursos sinuosos alternados com outras zonas mais rápidas. Ingredientes que prometem contribuir para a espetacularidade e sucesso da prova junto dos parceiros, participantes e espectadores. E para o êxito pleno desta edição do Rally de Lisboa é também essencial que os adeptos tenham um comportamento responsável e respeitem as Zonas Espetáculo criadas para que possam acompanhar a ação com todas as condições de segurança. Além das classificativas, o público pode deslocar-se à Alta de Lisboa, onde está montado o quartel-general deste evento, com o Parque de Assistências, onde pode haver um contacto mais próximo com os pilotos e as máquinas.
Serão atribuídos troféus nas diversas categorias envolvidas neste Rally de Lisboa, sendo que os três pilotos portugueses mais bem classificados no final terão ainda direito a prémio monetário: 2500 euros para o 1.º; 1500 para o 2.º; e o 3.º melhor português irá amealhar 1000 euros. E é bem possível que a melhor dupla lusa seja também a mais rápida da classificação geral, a julgar pelas três anteriores edições: André Cabeças venceu a primeira edição, em 2021; Bernardo Sousa subiu ao mais alto lugar do pódio em 2022; no ano passado foi Armindo Araújo a sagrar-se vencedor.
A edição de 2024 presta ainda homenagem a Joaquim Santos, antiga glória dos ralis nacionais que faleceu em março passado, aos 71 anos. Uma vez que esta prova constitui a Taça de Portugal de Ralis, a FPAK e o CPKA decidiram prestar uma singela homenagem ao antigo pentacampeão nacional de ralis através do nome oficial da prova: Rally de Lisboa – Memorial Joaquim Santos.