Calado nasceu no mesmo dia que o nosso jornal: «Todos os meus amigos sabem os anos do Record»

José Manuel, que começa o dia a ler o nosso jornal, celebra hoje 75 anos

• Foto: Vítor Mota

Hoje há festa na Tramaga, localidade do Município de Ponte de Sor. José Manuel Calado está de parabéns pois celebra o 75º aniversário. Ou seja, a primeira vez que viu a luz do dia foi na mesma manhã que os ardinas gritaram pela primeira vez nas ruas o número 1 do nosso jornal. A curiosidade da história é a de apenas ter reparado nessa coincidência quando já era nosso leitor há décadas. "Aqui todos os meus amigos sabem os anos do Record e agora que vou aparecer todos vão querer ver a reportagem", antecipa.

"Sempre li o Record, mas tenho de dizer a verdade, só há uns cinco ou seis anos é que reparei que tinha nascido no mesmo dia que o jornal. Foi engraçado e senti-me ainda mais ligado ao ‘meu’ desportivo", começa por contar José Calado, reformado depois de muitos anos a trabalhar na Unicer. "Era mecânico, fazia a reparação e manutenção das máquinas da Super Bock no Alto Alentejo. De manhã, quando saia de casa comprava sempre o Record para saber as novidades do Benfica", conta, revelando que depois de se reformar não mudou o ritual diário: "De manhã leio o Record e depois quando vou tomar café levo-o e deixo lá, para quem mais o quiser ler, entre umas jogatanas de sueca, para passar o tempo."

Adepto do Benfica, lamenta o facto de por estes dias as nossas primeiras páginas terem mais jogadores do rival. "Agora é só Sporting na capa", diz a sorrir, compreendendo a opção: "É natural, quando é o Benfica que vai na frente também tem mais destaque. Vamos ver se agora, sem o Rúben Amorim, eles começam a perder pontos e ainda é possível saírem do 1º lugar."

Inesquecível noite da mão de Vata

 

Um dos 120 mil que encheram as bancadas do antigo Estádio da Luz. Foi assim que José Manuel Calado se sentiu na noite de 18 de abril de 1990. "Fui sócio do Benfica e ia com regularidade a Lisboa, isto há uns 40 anos. Vivi lá muitas alegrias e também alguns dias menos bons. Um dos mais inesquecíveis foi o da vitória sobre o Marselha, aquele jogo com o golo do Vata marcado com a mão, com o estádio completamente cheio e em grande festa", lembra.

Antigo jogador em Portalegre

 

Como a maioria dos portugueses, José Manuel Calado sempre teve a paixão pelo futebol. "Joguei nos escalões de formação nos clubes de Portalegre, no Estrela e no Portalegrense. Cheguei aos seniores mas a nível amador, claro", recorda. Mas ainda hoje está ligado ao desporto: "Sou diretor no Eléctrico de Ponte Sor, mas já não estou ligado às equipas de futebol ou futsal, estou na mesa da assembleia geral do clube."

Paraquedista na guerra do Ultramar

Leitor de Record já não sabe há quantos anos, José Manuel Calado só se desligou do nosso jornal durante três duros anos que passou em Moçambique, na década de 70 do século passado: durante o serviço militar obrigatório acabou na guerra do ultramar. "Fui paraquedista e estive na guerra, como muitos da minha geração. Foram três anos em Moçambique, de 1970 até 73, e esse foi o único período em que não li os jornais desportivos porque não chegavam lá naqueles anos. Ouvíamos os relatos, claro, era a forma de seguir a 1ª Divisão. Enquanto lá estive também joguei futebol, no Desportivo de Nacala", recorda. O paraquedismo passou a ser mais uma paixão e mantém um sonho: "Quero saltar uma última vez. Não o farei sozinho, mas quero sentir novamente essa sensação."

Por Miguel Amaro
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