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La famiglia volta a sonhar: o balanço do FC Porto em 2025

Os momentos que marcaram o ano que agora termina
08:30
Os momentos que marcaram o ano que agora termina
08:30

Chegou o final do ano e aquela altura em que fazemos uma análise a tudo aquilo que aconteceu no desporto de janeiro a dezembro. Os Balanços Record já são uma instituição do nosso jornal. Depois de uma viagem por algumas das fotografias que marcaram 2025, além do trajeto da Seleção Nacional, principais acontecimentos no Futebol Nacional, nas Modalidades, no Sporting e no Benfica, seguimos agora para os momentos marcantes que envolveram o FC Porto.

Janeiro
Assalto falhado à liderança isolada abriu porta à mudança no banco do FC Porto, com saída de Vítor Bruno
Assalto falhado à liderança isolada abriu porta à mudança no banco do FC Porto, com saída de Vítor Bruno

O topo tão próximo acabou em Anselmi

Um arranque de 2025 de extremos. Janeiro foi conturbado no Dragão, com a equipa perto de tocar no topo da 1ª Liga para, pouco depois, tudo mudar.

O ano arrancou com 15 minutos de jogo com o Nacional, mas o nevoeiro da Choupana adiaria os restantes 75’ por alguns dias. Até esse encontro, em que o FC Porto desperdiçou a hipótese de se isolar no topo da classificação, ao perder por 0-2, houve mais uma derrota, nas meias-finais da Taça da Liga, com o Sporting. A contestação que vinha a fazer-se sentir subiu de tom, mas André Villas-Boas resistiu. Porém, dias depois, novo desaire, por 1-3, em Barcelos, colocava um ponto final na aposta em Vítor Bruno.

Com o chicote a estalar, José Tavares assumiu a equipa na derrota com o Olympiacos - Villas-Boas sentenciou: “Temos de assumir que não estamos à altura.” - e no empate com o Santa Clara, dando depois lugar a Martín Anselmi. O argentino saiu do Cruz Azul em litígio e os 3 M€ da sua rescisão haveriam de ser discutidos adiante. Na estreia de Anselmi, o FC Porto bateu oMaccabiTel Aviv, com um golo de Nico González, que sairia para o Man. City, por 50 M€, assim como Galeno, por 60 M€, para o Al Ahli Jeddah. Ao nível dos reforços, chegaram WilliamGomes (9 M€) e Tomás Pérez (3 M€).

Fora de campo, a prometida auditoria forense às contas do FC Porto agitou as águas, identificando a SAD como lesada em cerca de 59 M€ em questões de bilhética, comissões acordadas acima dos referenciais da FIFA ou do padrão de mercado e despesas de representação individuais. Com o processo de atribuição do nome de Pinto da Costa ao museu a conhecer avanços, realizou-se ainda uma AG que suspendeu FernandoSaúl e Manuel doBombo como sócios por seis meses.

Fevereiro
Pinto da Costa foi levado uma última vez ao relvado do Dragão
Pinto da Costa foi levado uma última vez ao relvado do Dragão

A despedida das despedidas

Ao segundo mês do ano, o universo azul e branco perdeu a maior referência da sua história. Pinto da Costa faleceu ao final do dia 15, com 87 anos. Aquele que André Villas-Boas apelidou de “Presidente dos Presidentes” deixou no Museu do FC Porto 69 troféus no futebol, conquistados em 42 anos de presidência. Com milhares de adeptos a criarem um memorial no exterior do Dragão, no seu interior Pinto da Costa teve um último adeus por parte de 10 mil pessoas.

Por ironia do destino, foi apenas após o falecimento do seu antigo líder que oFC Porto venceu o seu primeiro encontro nesse mês, em Faro. Antes desse triunfo, a equipa de Martín Anselmi empatou numa visita a Vila do Conde (2-2), evidenciando fragilidades defensivas gritantes. Seguiu-se depois o clássico com o Sporting, no Dragão, que poderia dar algum oxigénio à luta pelo título, mas no qual a equipa não conseguiu ir além de um empate.

Por essa altura, os azuis e brancos começavam já a ver a Liga Europa como um eventual refúgio para uma época que lhes ia escapando entre os dedos, mas o arranque no playoff, com a Roma, começou perro. De volta a casa, no primeiro jogo noDragão com tributo a Pinto da Costa, novo empate (1-1) com o V. Guimarães, já na 23ª jornada, deixou os dois rivais de Lisboa sozinhos no topo e ambos com 6 pontos de vantagem...

Para lá do plano competitivo, as contas do 1º semestre de 2024/25 foram fechadas com um lucro de 334 mil euros.

Março
Arranque do julgamento teve Madureira no centro das atenções
Arranque do julgamento teve Madureira no centro das atenções

Mora em campo e Pretoriano lá fora

A ameaça de melhores dias não passou disso mesmo. Depois de um mês de fevereiro claramente negativo em campo, março teve três vitórias em quatro jornadas da 1ª Liga, mas a única derrota, em Braga, deixou o FC Porto em igualdade pontual precisamente com os arsenalistas e, por arrasto, com o 3º lugar em risco.

Depois do triunfo em Arouca, por 2-0, no qual Marcano voltou à competição depois de 533 dias longe dos relvados, o desaire em Braga levou até os adeptos do FC Porto a expressarem o seu descontentamento não só em relação à equipa e André Villas-Boas, como também já face ao novo treinador, com cerca de dois meses de trabalho.

Na necessária resposta, a equipa ganhou depois aoAVSSAD com uma exibição positiva e na qual RodrigoMora voltou a mostrar toda a sua graça depois de alguns ensaios nos meses anteriores. A aura de grande argumento doFC Porto na segunda metade de 2024/25 foi ainda mais vincada na Amoreira, onde marcou no 2-1 conseguido pela sua equipa.

Com a queixa do Cruz Azul para a FIFA a ganhar forma e a SAD a concluir com sucesso um empréstimo obrigacionista de 50 milhões de euros, fora de campo, março ficou marcado pelo início do julgamento da Operação Pretoriano. Entre as várias testemunhas chamadas peloMinistério Público esteve também André Villas-Boas.

No plano financeiro, destaque para a notícia da compra de cerca de 350 mil ações da SAD do FC Porto por parte de Caetano, antigo futebolista que representou, entre outros, os dragões. O agora empresário adquiriu, ao preço unitário de 1 euro, as ações anteriormente detidas por Pinto da Costa, tornando-se assim o 3º maior acionista individual da sociedade.

Abril
Nem Mora valeu ao FC Porto na receção ao Benfica
Nem Mora valeu ao FC Porto na receção ao Benfica

Do vexame caseiro à festa da polémica

A primeira metade de 2025 foi, regra geral, complicada para o FC Porto, mas é possível que o pior mês tenha sido abril. Desde logo porque a receção ao Benfica, visto pelos portistas como uma boa oportunidade para ‘salvar’ uma temporada que estava a ser desastrosa, terminou em goleada a favor dos encarnados, que repetiram em pleno Estádio do Dragão os 4-1 que tinham aplicado no duelo da 1ª volta, na Luz.

Um vexame caseiro histórico, com uma diferença de golos favorável ao Benfica que já não se via entre os rivais desde 1974/75. Perante tão pesado desaire, André Villas-Boas não poupou o plantel e, no final do encontro, ordenou que jogadores e equipa técnica continuassem em estágio, contrariando a dinâmica habitual de cada um rumar às respetivas habitações no final dos jogos. A medida não caiu nada bem no balneário e foi com um ambiente de cortar à faca que se iniciou a preparação para o jogo seguinte, no caso, a visita ao Casa Pia.

Apesar das ondas de choque, a verdade é que os comandados de Martín Anselmi até responderam bem à goleada frente ao Benfica, vencendo não só na deslocação a Rio Maior, como depois na receção ao Famalicão. O pior veio a seguir...

As celebrações do aniversário de Otávio duraram até às 4 horas da manhã e alguns jogadores foram apanhados por adeptos já depois do recolher obrigatório, abrindo-se mais um foco de polémica no reino azul e branco. A SAD viu-se obrigada a ter mão pesada, abrindo procedimentos disciplinares a sete elementos. Os visados foram Otávio, Tiago Djaló, Nehuén Pérez, Martim Fernandes, William Gomes, Namaso e Samu.

Maio
Mora prolongou contrato até 2030 e ficou blindado por 70 M€
Mora prolongou contrato até 2030 e ficou blindado por 70 M€

Pódio fechado e diamante seguro

Depois de um abril tenebroso, maio trouxe alguma acalmia ao reino do Dragão. Desde logo porque os resultados dentro do campo ajudaram a aliviar o clima de tensão, uma vez que os comandados de Martín Anselmi fecharam o campeonato com três vitórias seguidas (Moreirense, Boavista e Nacional), conseguindo o 3º lugar na Liga Betclic, uma espécie de mal menor e que, a determinada altura, chegou a parecer difícil de concretizar.

Fechar no pódio significou o apuramento para a fase de grupos da Liga Europa, aliviando o calendário inicial de 2025/26, até devido à participação no Mundial de Clubes. Prova que, de resto, começou logo a ser preparada durante o mês de maio, com Villas-Boas a fechar a porta às saídas e a começar o prometido ataque ao mercado. O primeiro alvo foi o espanhol Gabri Veiga, antigo médio do Celta, que se encontrava na Arábia Saudita, e as negociações, apesar de só terem encerrado em junho, ficaram alinhavadas dias depois do campeonato encerrar, altura em que Martín Anselmi recebeu um voto de confiança do presidente.

Mas, mais do que contratações, este mês foi de renovações. A principal foi a de Rodrigo Mora, com o jovem diamante do FC Porto a prolongar o seu contrato até 2030 e a ficar blindado por uma cláusula de rescisão de 70 milhões de euros. André Villas-Boas não escondeu a alegria por premiar a figura maior da temporada, esperando que o prodígio ficasse no Dragão o tempo suficiente para envergar a braçadeira de capitão de equipa. Já Mora, apesar de feliz pelo crescimento individual, apontava a conquistas coletivas, vincando o sonho de festejar títulos na Avenida dos Aliados.

Também o médio argentino Alan Varela viu o seu contrato renovado, igualmente até 2030, isto depois de uma segunda temporada no FC Porto um pouco aquém das expectativas. Ainda assim, um elemento em quem a estrutura continuava a confiar.

Com o grupo a cumprir um pequeno período de férias, André Villas-Boas, para lá das movimentações do mercado, também teve tempo para algumas declarações. Primeiro a assumir as responsabilidades pela temporada negativa dos dragões, depois a deixar um ataque cerrado aos presidentes dos rivais, Benfica e Sporting, e também às instâncias que gerem o futebol português, exigindo “um murro na mesa” a Pedro Proença e a Reinaldo Teixeira, presidentes da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga Portugal, respetivamente.

Fora do âmbito desportivo, o julgamento da Operação Pretoriano entrou na sua fase final, com Fernando Madureira, antigo líder dos Super Dragões, a continuar em prisão preventiva, isto apesar de um pedido por parte da sua defesa de que a medida fosse interrompida.

Junho
Derrota contra o Inter Miami de Messi comprometeu ‘oitavos’ do Mundial de Clubes
Derrota contra o Inter Miami de Messi comprometeu ‘oitavos’ do Mundial de Clubes

Desilusão Mundial dita fim de Anselmi

Foi já com Gabri Veiga integrado que o FC Porto partiu para os Estados Unidos, com as malas carregadas de ilusão de salvar a época com uma prestação digna no Mundial de Clubes. À partida, André Villas-Boas foi a voz da ambição e deixou no ar que a presença nos oitavos-de-final era obrigatória.

A verdade é que o grupo, com Palmeiras, Inter Miami e Al-Ahly, dava margem para sonhar, pena que, depois, dentro das quatro linhas, a história tenha sido outra. A estreia na prova, frente ao Palmeiras de Abel Ferreira, acabou num empate a zero, muito por culpa de uma enorme exibição de Cláudio Ramos, que brilhou na ausência do lesionado Diogo Costa. Um resultado que não comprometia as aspirações, desde que o FC Porto cumprisse com a ‘obrigação’ de vencer o Inter Miami e o Al-Ahly. Contudo, isso não se verificou: derrota frente à equipa de Messi e empate contra os egípcios, com a participação no Mundial de Clubes a ficar-se pela fase de grupos.

Perante nova desilusão e mesmo depois de um voto de confiança no final do campeonato, a margem para Martín Anselmi continuar no comando técnico era praticamente nula. E a reação dos adeptos aquando do regresso da equipa ao Porto apenas deu força à tese de que o argentino tinha os dias contados no Dragão, ainda que André Villas-Boas tenha tirado uns dias para refletir sobre o futuro.

A decisão não tardou muito e nos derradeiros dias do mês a saída de Anselmi ficou definida, faltando apenas acertar os detalhes para a rescisão contratual. Rei morto, rei posto, com as notícias a apontarem de imediato para o sucessor desejado por AVB. Francesco Farioli já era um desejo antigo e desta feita o presidente portista ia com tudo atrás do italiano. Um processo que ficou fechado logo a seguir.

Julho
André Villas-Boas ao lado de Francesco Farioli
André Villas-Boas ao lado de Francesco Farioli

Paixão antiga dá em casamento

Depois de uma primeira tentativa (falhada) de contratar o italiano Francesco Farioli, em janeiro, para o lugar de Vítor Bruno, André Villas-Boas conseguiu concretizar o seu desejo em julho, garantindo o técnico, de 36 anos, por duas épocas. “O espírito de sacrifício é inegociável”, destacou Farioli, confessando-se admirador do trabalho feito por Villas-Boas e José Mourinho no comando da equipa portista.

Já o presidente revelou, na apresentação do treinador, que poderíamos estar perante “o maior mercado de sempre” do clube. E a verdade é que se assistiu a uma verdadeira revolução no plantel, com a entrada de vários reforços para todos os sectores do terreno. João Costa chegou para a baliza, Alberto Costa, Jan Bednarek e Dominik Prpic reforçaram a defesa, Victor Froholdt foi contratado para aumentar a qualidade do meio-campo, enquanto Borja Sainz foi assegurado para dar velocidade à ala esquerda.

Não sendo um reforço, foi relevante o facto de a SAD ter adquirido a totalidade do passe de Samu, depois de ativar a última opção de compra de 15 por cento, por 5 milhões de euros, e negociado os restantes 20 por cento por 7 M€ com o Atlético Madrid, atingindo um total de 32 M€, a maior compra de sempre em Portugal.

Ao mesmo tempo, a SAD procurava oferecer Kenneth Taylor a Farioli, jogador que o italiano conhecia bem do Ajax, e Pablo Rosario, outro velho conhecido, este do Nice.

Em sentido contrário, o central Otávio saiu para o Paris FC e Gonçalo Borges para o Feyenoord, enquanto o extremo Francisco Conceição estava numa fase decisiva para rumar à Juventus.

Fora do campo, a Operação Pretoriano tem desenvolvimentos. Fernando Madureira, antigo líder dos Super Dragões, é condenado a três anos e nove meses de prisão efetiva, com mais nove arguidos, incluindo a sua mulher, Sandra, a receberem penas suspensas. Fernando Saúl e José Dias são absolvidos.

Agosto
Portistas despediram-se de Jorge Costa
Portistas despediram-se de Jorge Costa

Dragão diz adeus ao grande capitão

Ao início da tarde do dia 5 de agosto, a nação portista é abalada com a notícia do falecimento de Jorge Costa, o grande capitão, que no último ano de vida desempenhou as funções de diretor do futebol profissional do FCPorto. No momento em que foi vitimado por uma paragem cardiorrespiratória, o antigo central estava no Olival em plenas funções e até tinha feito, momentos antes, o lançamento da época para um canal de televisão.

Aos 53 anos, Jorge Costa partiu, mas deixou na memória de todos as imagens dos troféus da Liga dos Campeões, Taça UEFA e Taça Intercontinental que ergueu entre 2003 e 2004, bem como o facto de ter sido um dos seis pentacampeões na história do futebol português. Tudo com a camisola do seu FC Porto. “Capitão, nunca serás esquecido”, garantiu André Villas-Boas, com Rui Costa, presidente do Benfica e amigo de londa data de Jorge Costa, também a deixar palavras sentidas: “Era um homem extraordinário.”

O país, não só o desportivo, chorou a partida do grande capitão portista. Milhares despediram-se do antigo internacional português, com diversas personalidades a despedirem-se do mítico Bicho, conforme era carinhosamente conhecido no futebol.

O campeonato começou e a SAD continuou a reforçar o plantel. O ponta-de-lança holandês Luuk de Jong foi a surpresa na apresentação aos sócios e o médio Pablo Rosario chegou finalmente para satisfazer um pedido do técnico Francesco Farioli. Destaque também para as renovações de Martim Fernandes e Pepê. Dentro do campo, quatro vitórias e a liderança da Liga, com especial impacto o triunfo conquistado no clássico de Alvalade.

Setembro
Jakub Kiwior chegou para se juntar ao seu compatriota Jan Bednarek no centro da defesa
Jakub Kiwior chegou para se juntar ao seu compatriota Jan Bednarek no centro da defesa

Mercado fecha em onda positiva

Setembro arrancou com o fecho do mercado, um momento sempre determinante para o desenrolar da época, não apenas no que respeita a contratações de última hora, mas principalmente quando se fala na permanência de jogadores fundamentais. Nesse sentido, os portistas respiraram de alívio confirmada que foi a continuidade do capitão Diogo Costa e do prodígio Rodrigo Mora. “Já passou e estou muito feliz no FC Porto”, revelou o jovem médio, deitando para trás das costas o Al Ittihad.

Fábio Cardoso rumou ao Sevilha, Zé Pedro seguiu para o Cagliari, enquanto Vasco Sousa renovou e foi cedido ao Moreirense, todos eles jogadores que não faziam parte dos planos do técnico para a nova temporada.

Em matéria de entradas, a principal movimentação de última fora foi a oficialização do central Jakub Kiwior até 2030, polaco que passou as últimas épocas ao serviço do Arsenal. Pedro Lima, lateral do Wolverhampton, chegou cedido até ao final da época, enquanto Yann Karamoh veio para reforçar as alas, um velho conhecido de Farioli que estava sem clube.

Luuk de Jong, que deixou boas indicações no clássico de Alvalade, confirmando-se como concorrente de respeito para Samu, depara-se com um duro revés durante a paragem para as seleções. Num jogo-treino realizado frente ao Lus. Lourosa, no Olival, o goleador holandês contrai uma entorse no joelho esquerdo com lesão do ligamento lateral interno e vê-se obrigado a parar a trajetória.

Uma ausência lamentada pelo técnico Francesco Farioli, que ficou limitado a Samu e Deniz Gül para a posição mais adiantada do ataque, mas que não desviou a equipa da rota das vitórias. No que ao campeonato diz respeito, os dragões prosseguiram a sua caminhada imparável, somando por triunfos todos os encontros realizados. Uma trajetória explicada, em boa parte, pela consistência defensiva demonstrada pelo coletivo. O FC Porto chegou à 7ª jornada com apenas um golo consentido... e na própria baliza. Uma liderança firme como há muito não se via no reino do dragão.

Ao mesmo tempo, os portistas davam início à sua caminhada na Liga Europa. O adversário foi o Salzburgo, na Áustria, e um golo do brasileiro William Gomes, na reta final do jogo, permitiu aos dragões entrarem a vencer na competição.

O mês fechou com o 132º aniversário do FC Porto, não sendo esquecidos símbolos do clube que já partiram, com especial destaque para Pinto da Costa, que faleceu no início do ano.

Outubro
António Silva e Deniz Gül em aceso despique no Dragão
António Silva e Deniz Gül em aceso despique no Dragão

Primeiros deslizes e despique de rivais

O FC Porto chegou a outubro só com vitórias e o mês começou da melhor maneira, com a SAD a apresentar as contas de 2024/25 com um recorde de 39,2 milhões de euros. Mas a nível desportivo, este viria a ser o período mais negro da segunda metade do ano civil.

O Benfica foi empatar ao Dragão, naquele que foi o primeiro deslize da equipa de Francesco Farioli na época. Mas o nulo teve direito a prolongamento. E dos longos. Indignados com um puxão de António Silva a Deniz Gül na área do Benfica, que não mereceu penálti, os dragões, na pessoa do seu presidente, André Villas-Boas, dispararam contra os rivais de Lisboa, acusando-os de coação sobre a arbitragem. A capital contra-atacou de seguida e não faltaram as queixas para as autoridades competentes.

Ainda no rescaldo do clássico, o FC Porto apresentou queixa contra Pavlidis por uma alegada agressão a Gabri Veiga, enquanto o Benfica fez o mesmo em relação a Alan Varela, por uma entrada sobre Sudakov.

À margem das picardias entre rivais, este mês também ficou marcado pela primeira derrota do FC Porto de Farioli, no caso na Liga Europa, no terreno do Nottingham Forest. Nada que tivesse interferência no registo caseiro, já que o mês acabou com um triunfo em Moreira de Cónegos, onde foi marcado um penálti a favor do FC Porto em tudo idêntico ao que ficou por marcar sobre Gül no clássico. EVillas-Boas não deixou passar isso em claro.

Novembro
Fábio Veríssimo esteve no centro da polémica no FC Porto-Sp. Braga
Fábio Veríssimo esteve no centro da polémica no FC Porto-Sp. Braga

Televisão ligada para ver... vitórias

O clima no futebol português, sobretudo entre os grandes rivais e com a arbitragem à mistura, ainda conseguiu ficar mais agreste. No verdadeiro teste de fogo para os dragões, que foi a receção ao Sp. Braga, a vitória voltou a ser azul e branca, mas foi nos bastidores desse jogo que se centrou a discussão.

No seu relatório, o árbitro Fábio Veríssimo denuncia que, ao intervalo do jogo, a televisão do seu balneário passou em loop imagens de um golo que anulou ao FC Porto, por carga de Bednarek sobre Hornicek, sem conseguir desligar, baixar o som ou mudar de canal no aparelho. Isso repetiu-se no fim do jogo e, 45 minutos após o último apito, esse mesmo aparelho passou imagens de um Torneio da Pontinha em que não anulou um golo ao Benfica, frente ao FC Porto, nas camadas jovens, num lance em tudo idêntico. Naturalmente, Sp. Braga, Benfica e Sporting, além da APAF, ficaram indignados e acusaram o FC Porto de ter feito pressão sobre o juiz. Na reação aos comunicados de rivais e dos árbitros, Villas-Boas disparou:“O Sporting tem o presidente do Benfica no bolso.”

Indiferente às polémicas, a equipa portista foi somando por vitórias os jogos realizados a nível interno e, na Liga Europa, empatou um e ganhou outro. Pelo meio, teve menos de 72 horas para preparar o jogo em Famalicão, o que levou Farioli a reagir: “Toda a gente quer deitar o FC Porto abaixo.”

Já perto do final do mês, Sandra Madureira foi expulsa de associada do FC Porto.

Dezembro
André Villas-Boas blindou o capitão Diogo Costa
André Villas-Boas blindou o capitão Diogo Costa

Capitão renovado e reforço de nível

“Eu quero o Porto campeão”, cantaram, em uníssono, os adeptos do FC Porto, após a eliminação da Allianz Cup, no Dragão, perante o V. Guimarães. O mais recente troféu do futebol português voltou a ser desvalorizado pelos portistas, conforme se verificou no final dessa que foi a única derrota do FC Porto em dezembro.

E com as coisas a correrem de feição no resto das competições – só triunfos na Liga, na Taça de Portugal e na Liga Europa –, surgindo Samu a marcar a torto e a direito e Froholdt a encantar o mundo do futebol, o único problema foi mesmo a lesão de Luuk de Jong, que praticamente deixou o FC Porto obrigado a reforçar-se com um ponta-de-lança em janeiro. Isto para juntar ao defesa e ao extremo que já estavam na lista de compras. Enão foi preciso esperar pelo primeiro mês do novo ano para a SAD liderada por André Villas-Boas assegurar, numa operação relâmpago, o novo rosto para suprir a ausência, também por lesão grave, de Nehuén Pérez. Thiago Silva voltou, aos 41 anos, ao clube que lhe abriu as portas do futebol Europeu, onde ganhou tudo o que havia para ganhar.

Ainda no que toca ao mercado, foram dados passos pelo extremo que ficou a faltar no verão, com o prodígio Oskar Pietuszewski a ser negociado.

Neste mês, a SAD também tratou de blindar um dos seus principais ativos, o guarda-redes e capitão, Diogo Costa.

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