Sindicato dos Jogadores volta a associar-se ao evento com chancela Record e apoio do BPI que se realiza no dia 16 de junho, a partir das 18h45, e que será transmitido no Now
A Gala das Campeãs Record BPI está de volta! No dia 16 de junho, a partir das 18h45, voltamos a celebrar o futebol e o futsal femininos no Salão Preto e Prata do Casino Estoril. O evento, que tem chancela do nosso jornal e o apoio do BPI - além da Câmara Municipal de Cascais -, volta a distinguir as melhores jogadoras e as melhores treinadoras da época passada na Liga BPI e na Liga feminina de futsal, numa votação feita pelas próprias atletas e conduzida pelo Sindicato dos Jogadores. Poderá acompanhar a grande festa através do Now.
Em entrevista a Record, Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, mostrou-se satisfeito com a realização de mais uma Gala das Campeãs Record BPI e falou de assuntos que continuam na ordem do dia, como a igualdade de género e o direito à materninade.
RECORD - Como vê esta terceira edição da Gala das Campeãs a que o Sindicato dos Jogadores se associa, uma vez mais?
JOAQUIM EVANGELISTA - Com enorme satisfação, por saber que nasceu como um projeto piloto e, felizmente, tem vindo a consolidar-se. A forma genuína e altruísta como esta gala é organizada, criando um espaço de celebração e promoção do desporto no feminino, merece o empenho e dedicação de toda a equipa do Sindicato dos Jogadores.
R - Qual a importância deste tipo de eventos no sentido de dar visibilidade e notoriedade ao futebol feminino e possibilitar melhores condições?
JE - Este evento permite conjugar a valorização do mérito desportivo e excelência dos valores que o desporto deve promover, com a criação de uma plataforma de comunicação com o público, onde é possível passar algumas mensagens política e socialmente relevantes. Nem sempre as atletas têm acesso às plataformas de comunicação ideais para expor os temas essenciais, para as próprias e para o setor. Esta gala é mais um momento de empoderamento e também visa, na nossa perspetiva, dar-lhes voz.
R - Até que ponto se pode falar ou o que se pode esperar em termos de igualdade de género num universo tão específico como o futebol?
JE - A igualdade de género tem múltiplas facetas, mas deve começar na igualdade de oportunidades. As nossas jogadoras já provaram que com muito poucos recursos conseguem alcançar feitos extraordinários. É notável o salto competitivo que demos com a base de recrutamento, as condições de treino e jogo existentes e o contexto económico que torna a profissionalização para muitas jovens, como enorme talento, ainda uma utopia. Têm sido dados alguns passos importantes nesse caminho, mas estou certo de que muito mais pode e deve ser feito em Portugal.
R- Em termos concretos, que mecanismos existem e quais se podem ou devem criar para regulamentar o direito à maternidade?
JE - No tema da maternidade temos uma dimensão regulamentar/legal e uma dimensão conjuntural. Posso afirmar, sem rodeios, que foi por imposição da FIFA e após um enorme trabalho da FIFPRO, a nível internacional, que se transpuseram para os regulamentos nacionais um conjunto de proteções mínimas, relativas à maternidade. As dificuldades sobre este tema devem-se, sobretudo, a uma profissionalização envergonhada do nosso futebol feminino, e ao facto de muitas jogadoras, não por escolha, mas por necessidade de salvaguardar as suas carreiras e o seu salário, adiarem o desejo de serem mães para momento posterior. É aqui que entram os fatores conjunturais. Não se trata apenas de aplicar as normas referentes à maternidade, até porque o nosso código do trabalho tem um regime absolutamente claro e aplicável ao futebol. Trata-se de normalizar essa prática nos clubes, garantir a estabilidade dos contratos, assegurar o integral gozo das licenças e a adaptação dos horários e logísticas à rotina que está associada aos cuidados a um filho. Sejam gestantes ou não gestantes, ou queiram engravidar de forma natural ou por métodos de fertilização in vitro, as jogadoras precisam de ver normalizada e apoiada a maternidade, o que ainda não acontece. Esta é, aliás, uma das matérias centrais que gostaríamos de ver refletida no primeiro contrato coletivo de trabalho para o futebol feminino em Portugal.
R - Como vê a criação de uma quarta divisão no futebol feminino?
JE - Vejo de forma natural, como um sinal de evolução e restruturação dos quadros competitivos. Seja na quarta seja na Liga BPI, importa sobretudo construir um processo de licenciamento, controlo e monitorização das condições desportivas, ou laborais, que proteja as nossas jogadoras e lhes permita evoluir.
R- O Sindicato dos Jogadores vai continuar a associar-se à Gala das Campeãs na sua quarta edição, para o ano?
JE - Com certeza que continuaremos a apoiar este projeto e a apoiar todas as iniciativas que permitam fortalecer a sua missão.
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