Disparar num mundo à parte no Record Challenge Park
Com pistola ou carabina, acertar em cheio no alvo é um desafio que requer concentração máxima





















À boleia do Record Challenge Park, que acontece já no dia 28 de maio, experimentei futebol americano e golfe. Dentro das diferenças, tenho de confessar que me sentia relativamente confortável, mas nem sequer sabia bem o que esperar... do tiro ao alvo. Mas não se pode recusar desafios, por isso lá segui caminho para o Jamor, onde José Marracho, presidente da Federação Portuguesa de Tiro, e Francisco Silva, diretor de formação nacional, estavam à espera da nossa equipa de reportagem.
O primeiro impacto é ver a carreira de tiro dos 50 metros, que tira logo a confiança a qualquer um por parecer impossível acertar no que quer que seja. Mas essa experiência fica para outra oportunidade. Onde me aventurei foi nos 10 metros, tanto com pistola como com carabina. Certo é que, antes de tudo isso, havia uma lição de segurança e várias regras para aprender.
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A arma está sempre apontada para o alvo e com uma bandeirola colocada no cano para ficar em posição de segurança. Quanto aos fundamentos, deixo isso para o Francisco. "Há bases essenciais: arma, gatilho, miras, sustentação e a estabilidade. Relativamente ao alinhamento das miras, é algo fundamental porque se não é impossível acertar onde queremos. Temos a ranhura das miras, o ponto de mira que fica no centro da ranhura de mira e isto é apontado para a base do alvo. Quando levantamos a arma apontamos à base e não ao centro. A arma, estando regulada, faz com que o chumbo vá ao centro", explicou, acrescentando.
"Quanto à posição, é lateral ou rodando ligeiramente o corpo, sempre com os pés numa posição lateral, formando sustentação em forma de trapézio. Mão esquerda no bolso para quem dispara com a direita, levantar a arma, fazer uma inspiração, uma expiração e disparar", rematou.
Resultado promissor
Com as lições teóricas aprendidas, lá recebi a pistola. Faz-se sempre um disparo a seco para perceber o gatilho e a reação, antes de atirar a valer. Recebo logo o simpático aviso de que a pistola não estava afinada para mim, pelo que o objetivo era acertar em sítios semelhantes. Os tiros ficaram próximos, com um de 6 pontos e outro a rasar os 6.
É um desafio que requer concentração e a mínima precipitação estraga logo o disparo totalmente. Mas ainda mais difícil foi arriscar com a carabina. Também aí me deram o desconto, até porque o alvo é bem mais pequeno. Mas, pasme-se, fiz 9 pontos num tiro e 8 no outro! "O Pedro tem de pensar em voltar cá. A maneira como a arma não treme, a postura... Pode ter excelente um futuro aqui!", confessou o Francisco Silva, também com uma dose de simpatia. Certo é que é uma modalidade que nos transporta para outra realidade para manter a concentração na hora de disparar para alvos minúsculos...
Sem perigos e com virtudes
Apaixonado pela modalidade, José Marracho fez questão de lançar o desafio de experimentar a todos. "Aqui não há fogo, dispara-se um ar comprimido e um chumbo sem explosão. O perigo é nulo. Estou nisto há 25 anos e nunca vi um acidente nem atletas lesionados, excetuando algumas tendinites", explicou, antes de destacar as virtudes do tiro. "Os jovens que começarem vão aumentar a capacidade de disciplina e atenção. Recomendo a nossa atividade! Não só porque não há perigo nem lesões, mas também porque as capacidades em termos gerais aumentam e leva-nos a momentos de introspeção que nos preparam para o resto do dia", aponta, feliz com o estado do tiro – que ainda pratica a representar as cores do nosso país – em Portugal, mas com ambição: "Queremos mais e muito mais!"