O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Pedro Proença, considerou esta 4.ª feira "verdadeiramente importante" poder contar com Cristiano Ronaldo no primeiro jogo do Mundial'2026, e assumiu o desejo de ver Portugal sagrar-se campeão.
"Foi um trabalho de fundo da federação de futebol para que isto também pudesse acontecer e, portanto, sabermos que podemos ter o nosso capitão no primeiro jogo desta fase final do Campeonato do Mundo é verdadeiramente importante, não só por aquilo que significa o Cristiano Ronaldo, mas fundamentalmente para aquilo que nós queremos fazer daquele campeonato do mundo", disse o dirigente.
O capitão Ronaldo foi pela primeira vez expulso ao fim de 226 internacionalizações, em 13 de novembro, frente à República da Irlanda, mas vai estar disponível para o primeiro jogo da seleção portuguesa na fase final do Mundial2026 de futebol.
O jogador, de 40 anos, foi castigado pelo Comité Disciplinar da FIFA por três partidas, duas das quais suspensas na sua execução, tendo cumprido a suspensão apenas três dias depois da expulsão, no triunfo sobre a Arménia (9-1), que garantiu a nona presença, e sétima consecutiva, da equipa nacional na principal competição internacional de seleções.
"Vamos com grande vontade e seremos um dos favoritos. Acho que poder entrar numa competição com toda a equipa junta é muitíssimo importante", salientou Proença.
Questionado sobre se o título mundial seria a 'cereja no topo do bolo' para Ronaldo encerrar uma carreira de alto nível, o líder da FPF concordou, mas preferiu apontar para o impacto para os portugueses.
"Ele próprio já o disse, mas acho que, fundamentalmente, era importante para os portugueses. Acho que estamos muito perto. Acho que temos feito tudo bem, não só a direcção da Federação, os clubes, mas os jogadores. Há realmente uma realidade. Os jogadores gostam verdadeiramente de estar na seleção. Isso é o verdadeiro segredo deste sucesso, que depois nos transporta para estarmos muito mais perto de poder ganhar", considerou.
E acrescentou: "É com essa vontade que nós iremos para este Mundial. Transportando, e trazendo, e dando esta boa nova aos portugueses, que nós somos capazes também de ombrear [com as melhores seleções do mundo". E tenho a certeza que estaremos num pequeno leque de países, percebendo que é um torneio com especificidades muito próprias, de poder chegar e sermos campeões do mundo. E é com essa vontade que nós vamos".
Proença falava à partida para o Qatar, onde vai assistir na quinta-feira à final do Mundial de sub-17 entre Portugal e a Áustria.
"Nestes pouco mais de sete meses têm sido, felizmente, muitos os reconhecimentos internacionais. E amanhã [quinta-feira], e todos sabemos desde a década de 90 que não conseguimos um título desta natureza, já há algo inédito, é o estar numa final do Campeonato do Mundo", sublinhou.
O responsável também apontou para o exemplo da seleção feminina de futsal, que hoje ganhou 3-1 ao Japão, apurando-se para os 'quartos' do Mundial nas Filipinas.
"É esta normalidade que nós começamos a conquistar, fruto do trabalho dos clubes, das associações distritais, de todo o movimento associativo. E é um sinal de reconhecimento do futebol português. Mas há aqui [seleção de sub-17] muitos miúdos com grande valor. Eu acho que aquilo que nós já ganhámos é a certeza que os próximos 15 anos estão garantidos de sucesso para o futebol português", vincou.
Segundo Proença, "à federação é fácil recolher o trabalho que é feito pelos clubes, que é um trabalho absolutamente extraordinário, com os investimentos têm sido feitos nas infraestruturas, nas academias, e que dá este resultado final".
O líder da FPF comentou ainda a recente reunião que teve na Cidade do Futebol com André Villas-Boas, António Salvador, Frederico Varandas e Rui Costa, presidentes do FC Porto, Sporting de Braga, Sporting e Benfica, respetivamente.
"Quando é necessário falar das coisas verdadeiramente importantes no futebol português, as pessoas têm essa capacidade de o fazer, tendo, obviamente, também a federação, essa responsabilidade. E eu disse-o sempre, no momento certo, que isso aconteceria com naturalidade, respeitando sempre aquilo que é o espaço de interação das próprias competições profissionais. E nós seremos respeitadores", rematou.
Por Lusa