'Nim' parece ser a resposta da UEFA à possibilidade de ter adeptos na final 8 da Liga dos Campeões que se vai realizar em Lisboa. Em conferência de imprensa esta quarta-feira, Aleksander Ceferin sublinhou a rapidez com que o 'cenário' muda face à pandemia de covid-19, mas admite que, tendo em conta o contexto atual, o cenário é pouco provável.
"Se tivesse de dar uma resposta hoje, diria que não teremos possibilidade de ter adeptos. Mas há um mês nem sabia dizer se teríamos de terminar as competições. Ainda não decidimos relativamente aos espectadores, pois vamos analisar no início de julho. Seria incompetência, da nossa parte, decidir antecipadamente. Vamos decidir até meio de julho, seguramente", afirmou o presidente da UEFA.
E prosseguiu: "Não sabemos se apenas adepto locais, se nenhuns adeptos ou se adeptos de outros países vão poder estar nos jogos. Como já disse, se fosse agora que tivéssemos que decidir, não haveria adeptos. Mas temos de esperar. Os jogos da Liga dos Campeões só serão daqui a dois meses e já vimos como as coisas mudam em dois meses", acrescentou.
A edição de 2019/20 da Champions, que foi suspensa em março devido à pandemia de covid-19, vai ser reatada com os restantes quatro jogos dos oitavos de final, seguindo-se o desfecho inédito em campos neutros, nos Estádios da Luz e José Alvalade, em Lisboa.
Nessa altura, já vai ser conhecido o alinhamento dos 'quartos', que serão disputados entre 12 e 15 de agosto, e das 'meias', em 18 e 19 de agosto, com a final marcada para 23, na Luz.
Antes, Porto e Guimarães poderão ainda receber os jogos restantes da segunda mão dos oitavos de final, caso estes não sejam jogados nos recintos dos clubes, em 07 e 08 de agosto.
Atlético de Madrid, Atalanta, Leipzig e Paris Saint-Germain já estão apurados, faltando encontrar vencedor em quatro confrontos dos 'oitavos': Manchester City-Real Madrid, Juventus-Lyon, FC Barcelona-Nápoles e Bayern Munique-Chelsea.
Ceferin esclareceu ainda que a decisão de atribuir à Alemanha os jogos derradeiros da Liga Europa, e a Espanha a Liga dos Campeões feminina, igualmente no formato inédito de 'final a oito', não se deveu "a uma luta", mas antes ao facto de terem sido as três federações que "disseram estar prontas para organizar uma competição".
Com um protocolo médico que inclui testes a jogadores e equipas técnicas a ser finalizado "nas próximas semanas", Ceferin garantiu não existir nenhum "plano B" e que a UEFA avalia a evolução da pandemia de covid-19 "dia a dia".
"Estamos em contacto constante com a FPF, que está em contacto com as autoridades portuguesas. As coisas parecem bem por agora, e esperamos que tudo esteja bem até à organização da 'final a oito'. Para já, não há razão para um plano B, mas estamos a avaliar a situação dia a dia, e adaptar-nos-emos se necessário", acrescentou o presidente do organismo de cúpula do futebol europeu.
O esloveno falava em conferência de imprensa após uma reunião do Comité Executivo da UEFA, no qual foram tomadas várias decisões quanto às restantes competições europeias, suspensas ou adiadas devido à pandemia de covid-19.
Caberá ao Comité Executivo discutir, ainda, sobre a viabilidade de estes jogos receberem adeptos nos estádios, algo que, se "fosse decidido agora", seria pela porta fechada, ainda que a situação esteja "sempre a mudar".
"Temos de ver como será em agosto. Nessa altura, em que arranca a 'final a oito', terão passado quase dois meses desde hoje. Há dois meses, qual era a situação na Europa? Temos de esperar", atirou.
Mais tarde, quando questionado sobre se as equipas teriam de permanecer no país ou viajar entre jogos, o secretário-geral adjunto da UEFA, Giorgio Marchetti, confirmou que as mesmas "devem ficar no local", uma das razões pelas quais este formato foi escolhido para concluir a temporada 2019/20.
Como conclusão de uma inédita 'final a oito', a final, que vai ditar o sucessor do já eliminado Liverpool como campeão da mais importante prova europeia de clubes, vai ser disputada pela terceira vez em Portugal.