O Leverkusen gosta de defrontar equipas espanholas e nada como uma final para provar a sua especialidade. O hiperfavorito Madrid tem tudo a perder, sabendo que nada ganhou internamente
Glasgow – Bayer Leverkusen e Real Madrid chegam à final da Liga dos Campeões com a folha de serviços em branco. Com muitas vitórias, golos, exibições de gala, mas, de títulos, nada. Os espanhóis perderam a liga para o Valência e ainda se deixaram ultrapassar pelo Corunha, a equipa que lhes roubou a taça no Santiago Bernabéu. Os alemães ficaram sem o campeonato no último jogo – ganho pelo Borussia Dortmund – e perderam a taça para o Schalke 04.
O trajecto dos dois finalistas, em 2001/2002, assemelha-se, mas a história faz dos madridistas o maior clube de todos os tempos e dos alemães diz-se que é o "Neverkusen" e não o Leverkusen. Se ganhar hoje, o Real soma o nono título de campeão europeu, depois de 28 títulos nacionais, ao passo que os alemães, conhecidos pela sua fama de perdedores – daí a designação "Never(nunca)... kusen" – se estrearão na tabela de vencedores, sem nunca terem ganho a 1. Bundesliga.
O facto de o Real Madrid ter conquistado o seu quinto título há 42 anos, precisamente em Glasgow, numa final em que Di Stefano e Puskas "destruíram" (7-3) os alemães do Eintracht Frankfurt, tem servido para dourar ainda mais a sua condição de favorito, mas o técnico do Bayer Leverkusen, Klaus Toppmöller, já respondeu: "Esse jogo fez parte das minhas fantasias de jovem jogador, mas hoje o Real Madrid já não tem Di Stefano nem Puskas." Pois não, mas tem Figo, Zidane e Raúl, este o melhor marcador de sempre desde que existe Liga dos Campeões, com 33 golos – mais oito do que o sportinguista Mário Jardel, o segundo da lista.
O Bayer Leverkusen possui do seu lado a fome de quem nada ganhou de verdadeiramente importante, a não ser uma certa Taça UEFA (1988), tendo como adversário o... Espanyol de Barcelona. Este ano, para além de ter batido categoricamente o Deportivo da Corunha e o Barcelona – o que só prova que os espanhóis são a sua especialidade mais recente – afastou o Manchester United e o Liverpool. Michael Ballack – cujo passe já está nas mãos do Bayern Munique – é a sua estrela mais intensa e promete vir a ser uma das vedetas do Mundial. No Hampden Park pode tornar-se uma grande dor de cabeça para Del Bosque, que não tem como pedir aspirinas ao fabricante, precisamente o seu adversário de hoje.
Uma coisa é certa. Só a vitória do Bayer interessa ao Sporting para ter acesso directo à Liga dos Campeões de 2002/2003.
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