A claque 'Frente Atlético', que apoia o Atlético de Madrid, é conhecida por espalhar violência e chega, esta quarta-feira, ao Estádio da Luz para apoiar o clube diante do Benfica na Liga dos Campeões.

A PSP refere em comunicado que o jogo desta quarta-feira é considerado um evento de "risco elevado", prevendo-se a lotação de aproximadamente 60 mil pessoas. 

Segundo o El Mundo, o grupo ultra está registado desde 1992, uma década depois da sua fundação, como atividade económica que se dedica à área do "desporto, cafés e lojas de brinquedos". Caracteriza-se por ter tido vários proprietários ao longo dos 32 anos - agora, o detentor do grupo é um empresário de moda, de 40 anos, residente em Boadilla del Monte, em Madrid, que é também dono de uma marca de roupa não relacionada com o futebol. Antes da pandemia, a liderança pertencia a um informático.

De acordo com a mesma fonte, o grupo organizado de adeptos esconde uma estrutura jurídica, económica e empresarial, que permitiu, entre o vandalismo e a extrema-direita, operar financeira e legalmente em Espanha. 

Em 2014, o presidente do Atlético de Madrid, Enrique Cerezo, afirmou que a 'Frente Atlético' tinha sido "expulsa" após o assassinato de Francisco Taboada, adepto do Deportivo de La Coruña que morreu em confrontos com a claque. O episódio deixou ainda 10 pessoas feridas, antes do jogo no Vicente Calderón, antigo estádio do Atlético de Madrid. No entanto, a claque continua a estar presente nos jogos em casa e fora e vários membros apresentam-se sempre de cara tapada.

Recorde-se que no domingo, a claque protagonizou outro episódio repugnante. No embate escaldante entre Atlético de Madrid e Real Madrid, a 'Frente Atlético' obrigou à interrupção do jogo e os jogadores recolheram mesmo aos balneários, após terem atingido o guarda-redes Thibaut Courtois com isqueiros e outros objetos. Na terça-feira, o Atlético de Madrid anunciou, em comunicado, que "baniu para sempre" um dos autores dos lançamentos dos objetos.