Ceferin: «Florentino Pérez quer um presidente da UEFA que lhe obedeça»

Projeto da Superliga criou grande cisão entre o organismo europeu e alguns líder de clubes

• Foto: Reuters

Aleksander Ceferin deixou duras críticas ao projeto da Superliga e a alguns líderes dos clubes que promoveram o projeto. O presidente da UEFA, em declarações ao site esloveno '24ur.com', explicou que a competição não passou "de uma intenção de criar uma liga fantasma de ricos".

"Eu disse aos meus delegados no congresso, que no dia anterior estavam preocupados com o que ia passar-se no futebol: 'deem-me 24 horas e esta liga deixará de existir'", explicou Ceferin.

O líder da UEFA referiu que o fracasso deveu-se "a uma combinação diferente de fatores". "Começou com a nossa declaração junto das ligas e dos outros clubes, opondo-nos firmemente à criação desta liga. Isto foi domingo à tarde. Durante a noite fizeram um comunicado de imprensa a anunciar a criação da liga. De manhã, tivemos a reunião do comité executivo em que aprovámos todas as mudanças [na Champions] e depois tive a conferência de imprensa. A seguir, houve a resposta imediata do gabinete do primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, e do presidente Macron, de França. Mas a maior contribuição foi dos adeptos, que protagonizaram uma verdadeira revolução e recusaram-se a ser desprestigiados, ignorados, mostrando que não podem ser comprados."

O líder da UEFA mostra-se particularmente magoado com Andrea Agnelli, o presidente da Juventus que também era líder da Associação de Clubes Europeus. "Quando soube que isto ia avançar telefonei-lhe e ele disse-me 'isso é lixo, é mentira, é tudo inventado'. Eu disse-lhe que se era tudo inventado então devíamos fazer uma declaração à imprensa a dizer que não havia nada. Respondeu-me 'ótimo, fizeste uma piada e agora vamos ouvi-la'. Disse-me que depois me telefonaria mas não o fez e desligou o telefone. Estava a conduzir para a Suíça quando o último dos 12 clubes me telefonou. 'Tenho de assinar amanhã de manhã, caso contrário não vou poder fazer parte disto'. Ao que respondi: 'Bem, comecemos então a guerra amanhã'."

Ceferin explicou por que Florentino Pérez não gosta de si. "Ele quer um presidente da UEFA que lhe obedeça, que o escute e que faça o que ele pensa. E eu faço o que é bom para o futebol europeu e mundial."

A seguir, deixou um aviso: "Se algum clube quiser jogar a nossa competição, terá de se nos dirigir e explicar as coisas que aconteceram até agora. Não quero entrar em detalhes porque estamos ainda a discutir isso com a nossa equipa de advogados. Mas diria que os clubes ingleses tomaram uma boa decisão e vamos ter em conta o facto de terem admitido o seu erro, que se enganaram... Todos cometemos erros."

Significa isto que o Real Madrid não vai jogar a meia-final? "A temporada começou e as televisões reclamariam se não houve meia-final. Por isso, a possibilidade de o jogo não se realizar na próxima semana é ínfima. Mas depois será um pouco diferente."

"Toda a gente me desiludiu de uma certa maneira, mas tenho de admitir que o Barcelona foi provavelmente o que me desapontou menos. O Laporta foi eleito há pouco tempo, estava debaixo de uma enorme pressão devido à situação financeira que herdou. Mas gostaria de dizer algo mais que não disse o Florentino Pérez: os clubes têm grandes perdas também porque são mal geridos. Se pagas demais a jogadores que são inadequados e não obténs resultados, isso significa uma grande perda. Não é sempre a covid, com que muitos se desculpam", atirou.

Por Record
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