Artigo de opinião do treinador a analisar a competição
A edição deste ano da CAN premiou as equipas com filosofias calculistas, pragmáticas e mais preocupadas em não perder do que ganhar. Foi neste contexto que Egito, de Hector Cuper – que quase sempre se esqueceu de jogar –, e Camarões, de Hugo Broos – com enorme força mental –, chegaram à final, com pouco espetáculo, pouca emoção e poucos golos.
Felizmente que a final teve um golo cedo e merecido a favor do Egito, comandado pelo regressado Elneny. Ao intervalo, parecia que os Camarões estavam sem recursos para virar o resultado. Errado. Na segunda parte, a equipa passou a jogar um futebol mais ofensivo e a criar situações de perigo. Sentia-se vontade e revolta nos jogadores em ganhar a final. E assim Aboubabkar, grande responsável pela metamorfose ofensiva, tornou-se no herói improvável desta CAN, ao marcar o golo da vitória num lance genial.
Fez-se justiça. Ainda bem para o futebol que o Egito não ganhou esta CAN.
Paulo Duarte e o Burkina Faso mereciam esta final. Foi a selecção mais regular no plano exibicional, desde o início da competição, com um enorme equilíbrio tático e que sempre procurou o jogo ofensivo, traduzido em 8 golos, sendo a mais concretizadora do torneio. Muito injusta a derrota nos penáltis com o Egito.
Marrocos, treinado pelo duplo vencedor da CAN – Renard – e o Gana, de Grant, foram vítimas do seu calculismo defensivo e desiludiram. Tal como a Costa do Marfim e a Argélia, autênticas desilusões.
Ficámos com saudades da beleza dos bons momentos de futebol e fantasia proporcionados pelo Burkina Faso, Senegal, Tunísia e Congo. Infelizmente, ficaram pelo caminho, vítimas da sua ineficácia.
A Guiné Bissau, Zimbabwe, Gabão e Uganda confirmaram ser as equipas mais inexperientes e podem-se queixar da própria ingenuidade nos detalhes e momentos decisivos dos jogos. Mas uma ótima experiência e aprendizagem, sobretudo para a Guiné Bissau.
Camarões foi a grande surpresa da CAN deste ano. Com uma equipa com muitas ausências por renúncia – e outras por opção – e com uma maioria de estreantes, era considerada a seleção mais fraca de sempre a representar o país. Fiquei com essa sensação depois de ver o jogo contra a Guiné Bissau, que os Camarões só não perderam por causa da imaturidade coletiva dos guineenses. Também contra o Gabão foram salvos por um super Ondoa e pelos postes.
Hugo Broos foi o grande arquiteto da renovação desta equipa. O jovem Bassogog foi a revelação e o melhor jogador do torneio. Com grande experiência, conduziu a equipa com mão de ferro, indiferente às criticas e ceticismos. Para além das ausências, deixou regularmente no banco as estrelas Aboubakar, Nkoulou e Njie. Privilegiou o mérito e o rendimento em vez do estatuto. Ganhou a sua aposta. Tornou-se o herói do país e da competição.
Treinador da CAN – Hugo Broos (Camarões)
Jogador da CAN – Bassogog (Camarões)
Revelação da CAN – Bassogog (Camarões)
Melhor Marcador – Kabananga (Congo) 3 golos
Melhor Ataque – Burkina Faso (8 golos)
Seleção venceu o Egito na final da competição por 2-1
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