Selecionador da Nigéria acredita na força global do coletivo
A Nigéria, campeã em 1980, 1994 e 2013, diferencia-se pelo ataque na 34.ª edição da Taça das Nações Africanas (CAN'2023) de futebol, que arranca no sábado, segundo o selecionador José Peseiro, acreditando na força global do coletivo.
"Fala-se que temos muitas soluções do meio-campo para a frente e, se calhar, menos do meio-campo para trás, mesmo que tenham qualidade. Agora, a avaliação que fizemos de vários jogadores, de vídeos e de alguns desafios ao vivo só ratificam o que pensávamos: temos uma equipa com potencial para ganhar a CAN'2023. Perante esse dado, vamos para lá com tempo de trabalho e com melhor conhecimento das características dos futebolistas e da nossa ideia e forma de jogar", notou à agência Lusa o técnico português, de 63 anos.
Composta por 25 jogadores, dos quais apenas um atua no próprio país, a convocatória é encimada pelo avançado Victor Osimhen, designado como melhor jogador futebolista de 2023, num ano em que foi campeão italiano pelo Nápoles e melhor marcador da Serie A.
"Temos valores para a frente, mas não estou aqui a dizer que temos melhores do que os outros. Há outras seleções com muitos bons jogadores e de grande qualidade, não só no ataque, mas também nas outras posições. Osimhen foi eleito como o melhor jogador do continente e, como tal, há que considerar que temos o melhor avançado africano", disse.
Ahmed Musa (Sivasspor), atual capitão e recordista de internacionalizações (108), Umar Sadiq (Real Sociedad), Moses Simon (Nantes), Samuel Chukwueze (AC Milan), Ademola Lookman (Atalanta) e Kelechi Iheanacho (Leicester) aumentam as opções atacantes de José Peseiro, que preteriu da lista original Taiwo Awoniyi (Nottingham Forest), por lesão.
Terem Moffi (Nice) rendeu à última hora Victor Boniface, quarto melhor marcador da Liga alemã ao serviço do líder isolado Bayer Leverkusen, que contraiu uma lesão muscular no adutor direito durante a derrota com a Guiné (2-0), na segunda-feira, num duelo particular disputado em pleno estágio preparatório para a CAN'2023, nos Emirados Árabes Unidos.
"A escolha dos atacantes até foi mais complicada, mas uma equipa não se faz apenas de avançados. É verdade que estávamos desfalcados de alguns jogadores nos últimos dois desafios [oficiais], mas criámos inúmeras chances e acabámos por não ganhar nenhum", lembrou, em alusão ao duplo empate 1-1 na receção ao Lesoto e na visita ao Zimbabué, cumprida no Ruanda, na abertura da ronda de qualificação africana para o Mundial2026.
José Peseiro teve ainda de substituir Wilfred Ndidi (Leicester), alvo de problemas físicos durante a viragem do ano civil, por Alhasan Yusuf (Antuérpia) no meio-campo da Nigéria, experimentando o 3-4-3 e o 4-3-3 como alternativas ao tradicional esquema de 4-4-2.
"O trabalho de seleção não é fácil. Contudo, existiu tempo suficiente para ir colocando e cimentando propostas e sentimos aquilo que esta equipa é e que cada atleta poderá dar. Ainda por cima, sabemos que há jogadores com grandes performances e qualidade nos clubes, mas chegam à seleção e não o conseguem fazer. Também há quem jogue muito bem na seleção e não tão bem nos clubes. Isto não acontece só connosco. Gostaríamos de ter tido mais treinos e jogos de preparação, mas acho que isto é suficiente", afiançou.
O técnico reconhece ter priorizado a "simbiose de características" na construção da lista final, na qual figuram o defesa central Chidozie (Boavista) e os laterais esquerdos Bruno Onyemaechi (Boavista) e Zaidu (FC Porto), que atuam por clubes da Liga Betclic.
"Muitas vezes, há futebolistas que não são habitualmente titulares, mas, quando jogam, fazem-no bem. Além disso, têm comportamentos decisivos para a criação de um grande espírito de equipa. Estes três jogadores têm essa capacidade e qualidade", enquadrou.
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