"Cada vez mais gente vê futebol, mas é cada vez menos atrativo. Não se privilegia o que tornou esse jogo o desporto número um do mundo". As palavras são de Marcelo Bielsa que, em conferência de imprensa de antevisão ao duelo entre Uruguai e Brasil, dos 'quartos' da Copa América (na próxima madrugada, às 2 horas), questionou a perda de identidade no futebol. 

"O que aconteceu com o futebol, que é propriedade popular essencialmente? Os pobres têm pouca capacidade de acesso à felicidade porque não dispõem de dinheiro para a comprar. O futebol, como é gratuito, é de origem popular. Futebol não são 5 minutos de ação: é muito mais do que isso, é expressão cultural, uma forma de identificação", atirou. 

O técnico de 68 anos criticou ainda a capacidade dos clubes sul-americanos reterem talento - com os jogadores a saírem cada vez mais jovens para a Europa - e mostrou o seu desagrado com o facto do futebol ser cada vez mais um negócio. "O futebol é mais vsto, mas não protege quem o vê e isso favorece o negócio. À medida que o tempo passa e vão saindo jogadores que merecem ser vistos e o jogo seja menos agradável, esse aumento 'artificial' dos espectadores vai sofrer um corte", concluiu Bielsa.

Sobre o jogo com o Brasil, Bielsa desvalorizou a ausência de Vinicius e considera que há coisas a corrigir na sua equipa: "as correções são mais verbais ou através de imagens do que em treinos", realçou.