O actual consultor de ortopedia da selecção diz não existirem diferenças substanciais entre os "Patrícios" e os seus descendentes, mas, desta feita, está convencido que a equipa nacional vai vencer a formação gaulesa
Ermelo - Camacho Vieira, médico da selecção nacional, recorda com um misto de saudade e tristeza o Campeonato da Europa de França e, nomeadamente, a meia-final da competição, que opôs Portugal ao país organizador. Apesar das largas dezenas de jogos em que esteve ao serviço da equipa das quinas, o consultor de ortopedia da formação lusa não consegue esquecer os minutos finais do jogo de Marselha, em que Michel Platini deitou por terra um sonho que desejava ver concretizado.
"Recordo-me desse jogo com muita saudade e emoção. Lembro-me muito bem do golo do Platini. Foi um momento fatal. Parecia que tinha andado durante toda a partida à espreita daquela oportunidade. Esse golo destruiu todas as nossas ambições", refere Camacho Vieira, que é, a par do técnico de equipamentos, António Gonçalves, o único sobrevivente da campanha de 84 a trabalhar diariamente com a selecção nacional.
O médico da equipa das quinas confessa que a reviravolta operada no marcador pelos franceses acabou por constituir uma surpresa.
"Quando o Jordão marcou o segundo golo, fiquei convencido da vitória. Deu mesmo a impressão que a partida ia correr muito bem. Mas o Platini, um jogador imérito, deitou por terra essas previsões. Aquele tento final foi fruto de um tecnicismo extraordinário", acrescenta ainda o clínico, para quem Portugal tinha todas as condições para vencer a prova.
A desilusão foi tremenda e não conseguiu conter a emoção. "Possuíamos uma equipa de grande qualidade e estávamos muito bem preparados. Conjugaram-se os esforços de vários treinadores, o Cabrita, o Morais, o Toni e o José Augusto. O conjunto era muito equilibrado e todos trabalharam de uma forma extraordinária. Mas aquele golo destruiu todas as nossas ambições. Foi uma emoção muito grande e é de considerar que possa ter existido uma lágrima furtiva", acaba por admitir Camacho Vieira.
O médico da selecção recorda ainda o muito trabalho que teve durante a partida. Aliás, há 16 anos, as leis do jogo protegiam menos os jogadores e não existiam os sofisticados meios de diagnóstico e prevenção de lesões. "Foi um jogo de uma virilidade tremenda", sublinha.
OPTIMISMO
Passados 16 anos, Camacho Vieira está convencido que chegou hora de virar a página. O médico da selecção nacional recusa, contudo, fazer uma distinção entre a equipa de 1984 e a de 2000.
"Estou convencido que, desta feita, vamos vencer a França", diz, esperançado, Camacho Vieira, que não poupa elogios aos descendentes dos "Patrícios".
"Tanto os jogadores de 84 como os de 2000 são artistas geniais, atletas de uma grande capacidade. Não vejo diferenças abismais entre as duas equipas."
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