Golos de Figo e Jorge Costa e muita dificuldade para superar israelitas quase sempre fechados no seu meio campo. A entrada de João Pinto para o lugar de Bino, ainda na primeira parte, deu outra dinâmica à selecção nacional, que sofreu o golo à beira do fim
FOI a noite de todas as prendas: Sérgio Conceição fez 26 anos e teve direito aos "parabéns a você", António Oliveira utilizou todos os suplentes, concedendo a primeira internacionalização a Delfim, João Tomás, Cabral e Jorge Silva, e, por fim, a selecção reconciliou-se com o público de Braga, vencendo Israel por 2-1 e fazendo esquecer a derrota com a França, no consulado de Artur Jorge, a tal que levou este mesmo público minhoto a acenar com lenços brancos.
Quarta-feira, na fria noite do 1º de Maio bracarense, faltou, todavia, mais brilho. A vitória não sofre contestação mas esperava-se mais. Hoje, reconheça-se, espera-se sempre mais da nossa selecção. As atenuantes para esta exibição algo morna são de vária índole, a começar pelo carácter do jogo - um particular é sempre um particular, por mais que se teime argumentar o contrário - e a acabar no sistema utilizado por Israel, muito fechado, com muitas unidades no seu meio campo, enfim, não dando espaços para os "artistas" portugueses darem largas à sua criatividade.
O tento israelita, alcançado já à beira do fim, dá, porém, uma ideia de dificuldade que não traduz o que se passou nos noventa minutos: Portugal dominou sempre, quase sempre a seu bel-prazer, faltando somente uma maior agressividade que se tivesse traduzido em golos.
Além disto, e face ao sistema adversário, os dois médios de cobertura utilizados por Oliveira - Delfim e Bino - foram... médios a mais. Ainda na primeira parte, João Pinto saltou do banco para o lugar de Bino e a manobra dos portugueses revelou-se, de imediato, mais profícua.
O avançado sportinguista juntou-se a Pauleta, actuando às vezes nas suas costas, e Rui Costa recuou ligeiramente no terreno, mas de molde a fazer uso mais apropriado da sua visão de jogo.
Seja como for, nesta primeira parte o público - quase vinte mil pessoas, o que atesta, sem sofismas, o carinho pela selecção nacional, tendo em conta tratar-se de um dia de semana e o encontro ser transmitido pela televisão - teve pouco com que contentar-se. Uns laivos de génio por parte de Figo, Rui Costa e Sérgio Conceição não foram suficientes para chegar ao golo.
Um tento "libertador"
A segunda parte começou bem: Figo levou a melhor sobre um israelita e atirou a contar. Portugal libertou-se então para uma toada mais descontraída e o 2-0, por Jorge Costa, foi o simples corolário da melhor explanação dos nossos lances ofensivos.
António Oliveira não tardou a mexer na equipa, fazendo entrar todos os suplentes, pelo que o espectáculo, na circunstância, corria riscos de não melhorar. E foi mesmo assim.
Acresce que Israel, mesmo em desvantagem por duas bolas, nunca abdicou do seu sistema ultradefensivo. Uma linha de três centrais, depois outros tantos elementos defensivos e ainda mais dois que só quando de posse da bola partiam em auxílio da dupla de ataque.
A classe de Berkovic, que milita nos ingleses do West Ham, deu então nas vistas, bem como a habilidade de Benayoun, o homem que havia de bater Quim com um remate em arco e colocado.
Para Portugal o teste foi, naturalmente, positivo. Apesar de tudo. O próximo adversário dá pelo nome de Andorra (jogo em Fevereiro do próximo ano) e actua, é claro, com enormes cuidados defensivos.
Quarta-feira, a nossa selecção revelou a paciência necessária para ultrapassar opositores com estas características e, mesmo longe de brilhar, voltou a dar a ideia de que o espírito de grupo é coisa que assentou arraiais no seu seio.
As novidades foram dadas pela inclusão dos dois médios do Sporting, os já citados Bino e Delfim. Sem Paulo Sousa, Vidigal, Costinha e Paulo Bento, pelas razões que são do conhecimento geral, o seleccionador optou por dar oportunidade a outros elementos. Foi pena que a partida não se adequasse devidamente às características destes jogadores, e foi por isso que João Pinto saltou muito cedo do banco.
Pauleta voltou a merecer a titularidade, mas desta feita não esteve ao nível do rubricado contra a Holanda. Quanto ao mais, não houve outras mexidas de vulto, com Oliveira a apostar no núcleo duro de uma formação que continua em estado de graça.
Até Fevereiro
Em Fevereiro voltam os jogos de apuramento para o Mundial. Nessa altura já Paulo Bento e Nuno Gomes estarão às ordens de Oliveira, o que é bom sinal. Tirar ilações deste particular de Braga para lançar seja o que for é prematuro e sem lógica. A nossa selecção gosta particularmente de partidas difíceis, contra adversários fortes - o passado recente que o diga - e o Israel de quarta-feira, convenhamos, não preenche nenhum destes requisitos.
Não foi brilhante, repita-se. Mas Portugal lutou, controlou as operações e revelou-se rematador q.b. Marcou só dois golos mas construiu jogadas de bom recorte, algumas delas ao primeiro toque, explorando os poucos espaços livres deixados pelos israelitas. Em suma, continua a respirar-se saúde e Oliveira não tem razões de queixa.
Dos quatro novos internacionais A (Delfim, João Tomás, Cabral e Jorge Silva) apenas o sportinguista cumpriu os noventa minutos, alternando o razoável com o sofrível. Os outros actuaram pouco tempo, não obstante o belenense ter desperdiçado o que seria o terceiro golo.
Uma última palavra para o regresso de Hélder, que voltou à selecção após cerca de quatro anos de ausência.
A arbitragem esteve a cargo de uma equipa grega e não houve problemas de qualquer espécie. Os israelitas reclamaram falta de Figo no lance do 1-0, mas o juiz, quanto a nós, decidiu bem: o português, fazendo uso da sua experiência, foi ao "encosto" de molde a desequilibrar o opositor para ficar em posição de atirar ao golo. Um verdadeiro artista, é o que é...
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