Nuno Gomes marcou os dois golos, sempre “oferecidos” pelo “superstar” Figo, mas falhou diversas vezes o segundo “hat-trick” nacional na prova. A superioridade lusa foi total: 22 remates contra oito; 16 cantos contra um! Vítor Baía defendeu uma grande penalidade importante à beira do intervalo
Amesterdão - Portugal ganhou pela primeira vez um jogo a eliminar num Campeonato da Europa e chegou às meias-finais de forma mais fácil do que o previsto. A expulsão de Alpay (29, por agressão a Fernando Couto) cerceou os sonhos da combativa mas limitada equipa turca e a “estrelinha” voltou a brilhar quando Vítor Baía, a escassos segundos do intervalo, defendeu a primeira grande penalidade da carreira dele durante um jogo oficial (que não em séries para decidir um resultado).
A vitória portuguesa acabou por ser escassa face às incontáveis oportunidades criadas, mormente na segunda metade. Nuno Gomes marcou os dois golos, sempre “oferecidos” pelo “superstar” Figo, mas falhou diversas vezes o segundo “hat-trick” nacional na prova. Não seria anormal que o caudal ofensivo tivesse resultado em quatro ou cinco golos.
A superioridade lusitana foi total: 22 remates contra oito; 16 cantos contra um! Era quase impossível não ganhar um jogo destes e a Turquia sentiu-o com certeza naquela interminável segunda parte em que o futebol da nossa equipa reinventava os espaços para o surgimento de situações depois desperdiçadas.
Continua, assim, de pé a bela utopia que o futebol proporciona este Verão aos portugueses. A equipa de Humberto Coelho pode ser campeã da Europa e fica agora à espera de saber qual o adversário que se segue: a França, campeã do Mundo, ou a Espanha? No primeiro caso teríamos pela frente talvez a equipa mais poderosa actualidade, mas, quem sabe?, poderia funcionar a vontade de fazer esquecer um certo final de tarde de Marselha, em 1984...
.............................................................................................
Humberto Coelho resolveu da forma mais simples a integração de Sérgio Conceição. Prescindiu de Abel Xavier e colocou o carrasco da Alemanha na posição de defesa-direito. Para acautelar melhor a vigilância do corredor, deixou Vidigal no banco e escalou Costinha para trinco, descaído também sobre a direita (Paulo Bento sobre a esquerda). Portugal regressava, assim, ao 4x2x3x1, e para equilibrar a acutilância entre os flancos passava Figo para a esquerda, ficando João Vieira Pinto (JVP) à frente de Sérgio Conceição.
A Turquia não surpreendeu em termos tácticos (3x4x2x1) e não discutiu o domínio territorial. Assim sendo, Portugal começou ao ataque e ganhou logo um canto no primeiro minuto. Sempre a batuta de Figo a funcionar, a abrir buracos, a solicitar companheiros, a centrar e até a rematar (22, com a bola a sair a um metro da baliza).
O jogo turco era previsível. Pouca capacidade criativa. Os olhos postos em Hakan Sukur. E este, bem vigiado, até mais por Fernando Couto que por Jorge Costa, quase sempre tapado. Uma bola ganha a Couto nas alturas (26) constituía a excepção que confirmava a regra.
.............................................................................................
A expulsão de Alpay, por agressão a Fernando Couto, no solo, depois de uma disputa de bola, facilitou muito a tarefa de Portugal. Imediatamente a nossa equipa intensificou a pressão, com Costinha muito bem na recuperação de bolas. Pena que o jogador do Mónaco não tivesse conseguido concretizar qualquer das duas oportunidades de golo que lhe surgiram, na sequência de cantos cobrados por Figo (18 e 42).
Entretanto, Figo mudara de posição com JVP. Voltou à direita (de onde lhe saíram as duas assistências para os golos de Nuno Gomes) e Portugal, de repente, já estava a ganhar. Logo a seguir JVP falhou por pouco a concretização a um bom trabalho de Rui Costa.
O susto veio depois, durante os cerca de seis minutos de compensações da primeira parte. Arif caiu em luta com Fernando Couto e o árbitro holandês viu motivo para grande penalidade num lance discutível. Resta saber por que não mostrou, então, o cartão amarelo ao defesa português. Ainda para mais, seria o segundo...
Portugal poderia ter ido para as cabinas com um resultado complicado, mas Vítor Baía esteve atento ao remate à figura de Arif e agarrou à segunda. Uff!
.............................................................................................
O problema do jogo da equipa nacional era o pouco esclarecimento no meio-campo. Por isso, Humberto Coelho lançou Paulo Sousa. Uma boa decisão, pese Costinha não estar a jogar mal.
Com alguém a pensar, Portugal passou a explorar melhor as debilidades turcas e a superioridade numérica. Começou, então, um verdadeiro bombardeamento, um festival de futebol de ataque. Nuno Gomes não podia fazer outra coisa se não transformar no 2-0 um passe de bandeja de Figo (56) e daí até ao final o jogo pareceu tudo menos um confronto dos quartos-de-final do Europeu.
A superioridade portuguesa foi esmagadora e asfixiante (15 remates em 45 minutos: onde já se viu isso?). Cada incursão tornava o golo iminente. Pela direita, pela esquerda, pelo meio. Começou, inclusive, por parte de alguns jogadores (Rui Costa à cabeça), a aparecer a fixação de ajudar Nuno Gomes à realização de uma proeza pessoal, o “hat-trick”.
Esse companheirismo e essa vontade de ajudar não facilitou a construção de um resultado condizente com o que se passou em campo. Portugal falhou a goleada mais fácil deste Europeu!
.............................................................................................
A única medida da Turquia foi mudar dois jogadores, mas nada isso alterou de substantivo. Com o decorrer do tempo, aliás, a equipa foi-se estendendo ainda mais sobre o terreno e facilitando o escorrer do caudal atacante português. Até Paulo Bento (80) surgiu isolado face ao guarda-redes turco! Há muito tempo que não se via uma coisa assim!
Com a substituição de Nuno Gomes, Humberto Coelho, mais que julgar os vários falhanços do autor dos dois golos, quis talvez tirar de cima da equipa a pressão do companheirismo. Por isso entrou Sá Pinto. Portugal, contudo, e de forma incrível, conseguiu voltar a não marcar. Talvez tenha sido a sensação de facilidade que amoleceu a equipa. Parecia realmente tão fácil e depois faltava sempre o último toque.
.............................................................................................
A partir de agora, Portugal já não pode falhar um resultado à altura da qualidade do futebol que tem apresentado. Está nas meias-finais. Merece os elogios insistentes de muita gente. Mostra novos jogadores, como Nuno Gomes. Confirma Figo como uma das estrelas mais cintilantes do futebol actual. A equipa, à quarta vitória, continua a gerar novas soluções e mais competitividade interna. Deste jogo salta já a importância de Paulo Sousa. Sérgio Conceição a defesa-direito jogou os 90 minutos, como queria, mas longe da zona de remate, embora tivesse tido ocasiões para fazer o gosto ao pé. Enfim, Humberto Coelho continua a ter boas tensões para gerir. E vem aí, na quarta-feira, um jogo em que é preciso dar tudo. Os portugueses adeptos de futebol têm razões para se sentirem tão felizes quanto aqueles, privilegiados compatriotas, que sempre no final de cada um dos quatro jogos disputados até agora ficam nos estádios mais quase uma hora a cantar e dançar. Tem sido bonita a festa.
Medida abrange agora também os futebolistas utilizados na fase de qualificação
Extremo fez o golo da vitória sobre os Camarões (1-0) que deixou tubarões azuis muito perto da qualificação inédita para o Mundial
Mário Semedo, presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol, falou com Record após a importante vitória sobre os Camarões (1-0)
Guarda-redes pede uma reflexão ao grupo após um resultado comprometedor na luta pelo acesso ao Mundial
Lendas de Portugal jogam com lendas mundias para angariação de fundos
Partes encerraram parceria por mútuo acordo. Saídas de Vagiannidis e Ioannidis tiveram peso na decisão
Antigo jogador do Barcelona emite comunicado
Argentino 'empresta' imagem para jovens que sonham ser como ele