Tanto a primeira fase como os quartos-de-final premiaram as equipas com uma ideia positiva do jogo. Mas assim que surgiu o equilíbrio e a eliminação, o medo de perder falou mais alto que a vontade de ganhar
Roterdão - A final do Europeu conta uma história. É a história de um homem que, com a corda na garganta, arriscou o que tinha e ganhou. Foi o que sucedeu a Roger Lemerre, o criador da troca mais audaciosa desde que o Europeu entrou na fase eliminatória: tirou um defesa-lateral raçudo (Lizarazu) e incluiu um médio-ala criativo (Pires). Os deuses do futebol quiseram recompensá-lo e, com uma série de jogadores excitantes em campo, a França até virou o jogo. Que sirva de lição aos que nunca arriscaram e que abdicaram dos seus bons princípios em nome da organização e do rigor. Isto é, do medo de perder.
Verdade seja dita, Lemerre também só arriscou quando estava tudo perdido: a quatro minutos do fim de um jogo que perdia por 1-0 e onde o adversário nunca atacava com mais de três homens ao mesmo tempo. Mas pode sempre esquecer-se esta pequena particularidade e valorizar o risco, a vontade de ir para cima dos adversários, fingir que se entra por um lado e entrar pelo outro. E isso só pode fazer-se com gente na frente, quando a vontade de ganhar é mais premente do que o medo de perder.
O problema deste Europeu foi que as entradas foram bastante melhores do que o prato principal. Houve várias equipas a optar por um futebol atractivo nas primeiras duas semanas, quando o erro ainda era tolerável e emendável, mas todas se refugiaram atrás quando chegaram as meias-finais e qualquer excesso se escrevia com as mesmas letras que eliminação. A Itália chegou à final (e ia ganhando) a dar a bola ao adversário para que este se expusesse. No último dia teve a companhia da França, selecção sólida e concreta que coloca os artistas no mesmo plano que os esforçados soldados de brega.
A Holanda, expoente máximo do futebol de toque e circulação de bola, não foi capaz de marcar um único golo aos italianos quando teve a bola nos pés durante quase toda a partida. E Portugal, que foi a equipa mais excitante e criativa da competição, anulou-se no momento em que devia olhar mais para as suas características: a meia-final. Quando tinha pela frente a França, selecção capaz de praticar um futebol simultaneamente estético e atlético, Portugal, que ainda não é capaz de fazer as duas coisas ao mesmo tempo (por isso não é campeão do Mundo e da Europa), apostou tudo numa delas. Resolveu sacrificar o tratamento da bola em favor da sua procura, trocou a beleza pela eficácia e não só perdeu como, ao jogar com sete homens atrás, abandonando quatro artistas no ataque, traiu os princípios que já lhe tinham garantido um título de equipa mais atractiva da prova.
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