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Cristiano Ronaldo recorda Euro'2024: «Disseram 'ah, está a ficar velho'. E o resto que fiz? O meu passado?»

Capitão da Seleção Nacional revela o que sentiu depois de falhar o penálti frente à Eslovénia, nos oitavos-de-final

• Foto: Reuters

Cristiano Ronaldo recordou, numa entrevista concedida a Rio Ferdinand no seu canal de YouTube, 'UR Cristiano', o penálti falhado ao serviço da Seleção Nacional nos oitavos-de-final do Euro'2024, frente à Eslovénia, e revelou o que sentiu quando olhou para as bancadas do Deutsche Bank Park e viu a mãe, Dolores Aveiro, a chorar.

"Chorei no dia em que falhei o penálti, apesar de achar que o Oblak fez uma defesa fantástica. Mas vamos interpretar que falhei o penálti. Quando chorei, não foi por pensar que se falhasse e se Portugal fosse eliminado que o Mundo ia cair sobre mim. Não foi por isso. As pessoas não me conhecem. Não foi nada disso. Foi apenas porque, imagina, nos últimos 27 penáltis [que tinha batido] tinha marcado, e falhar naquele momento fez-me sentir mal comigo mesmo. Naquele momento nem passa outra coisa qualquer pela cabeça. Senti-me triste por todas as pessoas que foram ao estádio, especialmente pela minha família, pela minha mãe, pelos meus filhos, pela minha namorada. Acham mesmo que eu estaria a pensar que se falhasse o penálti que Portugal ia cobrar-me, que toda a gente ia cobrar-me e dizer que nós [Seleção] tínhamos falhado o objetivo porque Cristiano Ronaldo falhou o penálti? Nada disso me passou pela cabeça naquele momento, juro por Deus. Eu falhei porque coloquei demasiada pressão sobre mim mesmo, e tu conheces-me muito bem, desde os meus 11 anos. Sempre coloquei pressão sobre mim mesmo, sempre pensei: 'Cristiano, tu és o melhor jogador do Mundo'. Ainda continuo a pensar dessa forma e acabo por colocar sempre demasiada pressão sobre mim mesmo e há sempre os dois lados da moeda. Quando as coisas correm bem, top, está tudo bem. Mas quando as coisas correm mal, tu sentes demasiado porque, lá está, coloco muita pressão sobre mim. Mas eu adoro isso porque sei lidar bem com essa pressão. Mas no momento em que falhei o penálti senti-me mal comigo próprio, pelos próprios adeptos, pela minha família e não pelas outras coisas que se escreveram e disseram", começou por referir CR7.

E completou, abordando o momento em que olhou para as bancadas e viu a mãe a chorar: "São momentos muito especiais. Não há forma de não te expressares. São coisas que não podes esconder, que não consegues esconder. Se escondes este tipo de emoções estás a mentir a ti mesmo. Tens de ser tu mesmo, não interessa se as pessoas gostam de ti ou não. Acham que eu vou mudar agora a minha maneira de ser? 'Ah, o Cristiano é egoísta, está sempre a...' Não. Acham mesmo que, com quase 40 anos, que vou mudar agora? Claro que não. Ou gostam de mim assim ou não gostam. Faz parte da vida. Para mim, não é um problema. [No Europeu] Disseram: 'Ah, tem 39 anos, está a ficar velho...'. Sabes porque disseram isso? Porque não marquei um golo. E o resto que eu fiz? O meu passado? Na fase de qualificação marquei 10 golos. Antes do Europeu marquei dois golos frente à Irlanda. Mas são aquelas coisas que fazem parte da vida. Mesmo que eu tivesse marcado, nada disso mudaria aquilo que o Cristiano Ronaldo é. As pessoas tentam falar mal e criticar, mas para mim não há problema. [Na minha cabeça] Amanhã vou jogar contra uma seleção e tentar marcar. Se não acontecer? No próximo jogo vou tentar marcar outra vez. Eu sou assim. Estou sempre a tentar marcar golos. Para mim não me importa se [o adversário] é a França ou o Al Ettifaq", rematou.

Ouviram-se muitas opiniões sobre si: 'O Cristiano está velho, por que o selecionador não o tira?' Como se sentiu a ouvir esse tipo de opiniões? "As críticas vão existir sempre, mas as pessoas esquecem-se de uma coisa: "Dizem que o Cristiano não marcou golos, mas eu marquei. Dois. Fui o primeiro para mostrar: 'Eu falhei, mas não vou acobardar-me. Vou lá e vou bater [o penálti], mesmo que falhe'. Eu serei sempre assim. Nunca vou esconder-me e dizer que estou com câimbras, o que eu percebo. Há jogadores que batem penáltis porque não se sentem confiantes e eu respeito isso. Mas o Cristiano nunca fará isso. Mesmo que eu falhe o primeiro, eu vou estar lá para bater o segundo. Se eu falhar o segundo, eu vou estar lá para bater o terceiro. Eu não tenho medo. Mas as pessoas gostam sempre de realçar e falar as coisas menos positivas. Se me perguntarem se eu não queria marcar durante o jogo, claro que queria. Mas não aconteceu, então o quê que querem que eu faça? Que chore? Os meus fãs adoram-me e essa é a minha maior motivação para eu continuar a jogar futebol. As pessoas amam-me. Ninguém vai tirar o meu brilho."

Por Sérgio Magalhães
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